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quarta-feira, 6 de maio de 2020

Brasileiros não confiam nos serviços de transações on-line, aponta pesquisa



51% dos entrevistados deixaram de concluir alguma transação on-line em virtude desta preocupação ou medo de cair em fraude/golpe


O Instituto de Pesquisa & Data Analiytics Croma Insights, realizou 9080 entrevistas divididas em oito ondas no período de 15 de fevereiro a 29 de abril de 2020, analisando o comportamento do brasileiro na pandemia Covid-19 Coronavírus. A metodologia usada foi painel on-line Toluna aplicada em todo o Brasil e analisada pelo Grupo Croma 1*. Padrões comportamentais, a grande preocupação frente à pandemia e a insegurança dos entrevistados com os serviços de transações on-line são os destaques desta nova onda, bem como o surgimento de novas marcas lembradas pelos brasileiros.

Permanece alto a preocupação da população brasileira com a pandemia (80%) entre os muitos e os extremamente preocupados. O impacto financeiro é visível principalmente para o grupo de 26% que estão sem rendimentos por não poderem trabalhar, mas também atingem outros grupos como aqueles que já tiveram suas jornadas de trabalho reduzidas (10%) ou com férias forçadas (10%) e os que já estavam sem emprego antes da pandemia (15%).

“A indústria e o varejo devem começar imediatamente a preparar planos de atuação para atender aos sobreviventes da crise, ainda durante a pandemia e, especialmente, depois dela. Mais do que nunca, marcas deverão orientar e interferir positivamente e com utilidade o cotidiano das pessoas, com ofertas de linhas de crédito e muita inovação de alguns negócios. O mundo já não está mais tolerante a comportamentos herméticos demais. O momento é totalmente propício para inovar”, afirma Edmar Bulla, CEO do Grupo Croma.


Transações on-line 

As transações on-line, muito utilizadas neste período, despertam preocupação em relação à segurança envolvida para mais da metade dos entrevistados (51%), Um fato preocupante é o relato de 1/3 das pessoas afirmando que deixaram de concluir alguma transação on-line em virtude dessa preocupação com segurança ou medo de cair em algum golpe/fraude. Caiu o percentual de entrevistados que acreditam que a vida voltará ao normal em dois meses (de 50% para 46%), prorrogando a expectativa deste retorno para o segundo semestre. 

As enormes filas mostradas diariamente nos telejornais comprovam não só a dificuldade de acessos em sistemas digitais como o medo de perderem o pouco que resta em suas contas, contribuindo assim para o crescimento de aglomerações e propagação do vírus, visto que muitos ainda circulam pelas ruas sem o uso de máscaras.

"Uma das grandes barreiras dos brasileiros em relação à compra on-line sempre foi a exposição de seus dados pessoais e o medo de golpes. Com o isolamento social, as compras pela internet tornam-se mais necessárias e mais pessoas passaram a fazê-las, no entanto, a falta de segurança e a desinformação sobre a quem recorrer em caso de problemas intensificam o receio em realizar esse tipo de transação', afirma Aurélia Vicente, diretora do Instituto de Pesquisa e Data Analytics do Grupo Croma.


Hábitos de consumo durante pandemia e pós-pandemia 

80% declaram que já compraram máscaras reutilizáveis de tecido, indicando uma tendência de uso para o atual momento da pandemia e também para um período pós-pandemia. Hábitos de consumo de streaming de vídeos (77%), cozinhar (64%), assistir lives (60%) seguem muito presentes na quarentena. Na linha de novas tendências para o pós-pandemia vão se confirmando no pensamento da população o home office (64%), a busca por novos conhecimentos (58%) e a educação a distância (58%), indicando a necessidade de adaptação das empresas para este formato não presenciais para o trabalho, o ensino, serviços e consumos. O hábito de lavar tudo que entra em casa deve ser mantido por 53% dos entrevistados. O que pode ser um desafio e oportunidade para os fabricantes de embalagens. Shows, teatros, cinemas e academias foram os mais prejudicados pelo coronavírus e 62% dos entrevistados só retomarão os eventos sociais e esportivos depois da vacina contra o Covid19.  


Marcas com posicionamento positivo 

Itaú, Ambev e Magalu, com doações em dinheiro, ajuda a microempresários e produção de álcool em gel, seguem como as marcas mais lembradas durante a pandemia.  89% dos entrevistados consideram positivo o impacto das marcas durante a pandemia, 62% dizem que isso os faz querer consumir produtos ou serviços dessas marcas indicando uma possível fidelidade pós-pandemia. 
Celulares (15%), televisores (8%) e notebooks (7%) foram os itens de bem de consumo duráveis mais comercializados desde o início da pandemia, enquanto 60% não compraram nenhum bem de consumo, poupando as reservas para contas, alimentação e itens de higiene. Para o dia das mães, o comércio deverá manter as suas portas fechadas, causando a maior queda de vendas no dia das mães dos últimos anos. 





 
Edmar Bulla - fundador do Grupo Croma, que oferece design de inovação. Graduado pela ESPM possui especializações em Neurociência e Comportamento pela PUCRS e em Marketing Digital por Harvard, além de formações em Música e Filosofia. Atuou em empresas como Nokia, PepsiCo e WPP, ocupando posições regionais e globais. Coautor do livro Líderes de Marketing, é professor e palestrante convidado em eventos no Brasil e exterior. Bulla é apaixonado por conduzir processos de transformação em grandes empresas.





1* Fonte: Pesquisa on-line Toluna. Análise: Instituto de Pesquisa & Data Analytics Croma Insights.
Onda 1: 19/02/2020 (n = 1.013), Onda 2: 04/03/2020 (n = 995), Onda 3: 18/03/2020 (n = 965), Onda 4: 23/04/2020 (1005), Onda 5: 30/03/2020 (1014), Onda 6: 05/04/2020 (1082), Onda 7: 12/04/2020 (1002), Onda 8: 19/04/2020 (1003), Onda 9: 29/04/2020. 


Transformação digital no Brasil é questão de sobrevivência




Qualquer tentativa de minimizar o impacto que o covid-19 causou no mundo dos negócios, na economia global e local, no comportamento das pessoas e na perspectiva de futuro deve ser classificada como um grande equívoco, “um retorno a fevereiro”, quando se achava que existia uma epidemia na China, e quando muito atingiria alguns países europeus, como a Itália. Hoje, o novo coronavírus atinge 212 países e territórios. O mundo terá de se adaptar a um “novo normal”. A transformação digital, que antes da pandemia avançava a todo vapor em países como Estados Unidos, Singapura, Noruega, Suécia, Suíça e Dinamarca, agora é encarada como questão de sobrevivência até mesmo em economias em crise, como a brasileira.

Na opinião de Adriano Filadoro, especialista em TI e diretor-presidente da Online Data Cloud, “a maior transformação digital nos dias de hoje se chama covid-19. Ou as empresas aprendem com o que está acontecendo, ou estão fadadas ao fracasso”.  Segundo o executivo, o novo coronavírus já acena com pelo menos CINCO motivos para as empresas concentrarem investimentos em tecnologia.

1.   Home office incorporado à rotina das empresas sempre que possível. “Poucas eram as empresas brasileiras que valorizavam o trabalho remoto, realizado na casa do colaborador, antes da pandemia mandar todo mundo se recolher. Muitas foram pegas desprevenidas, por não terem dado atenção devida à digitalização de inúmeras informações estratégicas, matéria-prima para as áreas comercial e administrativa. A partir de agora, com certeza essa será uma das primeiras iniciativas a serem tomadas. Outro recurso importante é o investimento em desktops virtuais. Essa solução permite ao colaborador acessar o ambiente da empresa com todas as aplicações existentes. Ou seja, mesmo trabalhando remotamente, é como se ele estivesse em sua mesa de trabalho, com todos os dados de que precisa para dar continuidade a suas atividades de rotina. Quando o isolamento chegar ao fim, ainda assim é prudente deixar desktops em nuvem, em compasso de espera, para que sejam ativados de acordo com a necessidade”.

2.   Aumento expressivo no e-commerce. “Quatro semanas depois do início da quarentena, empresas anunciavam aumento de vendas online entre 26% e 40%. Pesquisas apontam que três em cada dez pessoas fizeram sua primeira compra online durante o período de isolamento social. Até mesmo serviços que já contavam com infraestrutura para vendas em sites e aplicativos se viram com uma demanda tão aumentada que foi necessário fazer upgrades às pressas. Quem não foi rápido o bastante para atender novos clientes, sentiu perda de competitividade. Nesse sentido, nunca antes o comportamento do cliente foi tão analisado. As empresas estão cada vez mais atentas à experiência do consumidor, avaliando suas preferências, o que influencia sua tomada de decisão e, inclusive, o que motiva a troca de um serviço/produto por outro. Um dos pontos altos da transformação digital passa obrigatoriamente por conhecer o consumidor em detalhes, se concentrando naquilo que ele necessita e deseja”.

3.   Lives como resposta rápida a uma demanda reprimida. “É fundamental observar bem os movimentos do mercado global, encarando os disruptores com curiosidade. Em última instância, eles indicam uma oportunidade de mudança. Foi o que aconteceu com as lives. O segmento do entretenimento soube reagir rapidamente à impossibilidade de cumprir com as agendas de shows, optando por um formato que evita aglomerações, reconforta e entretém quem está em isolamento, lança mão de campanhas sociais (arrecadação de alimentos, doações por aplicativo de pagamento etc.) e ainda consegue emplacar patrocinadores. Por trás dessa iniciativa, uma infraestrutura tecnológica viabiliza o evento e garante estabilidade durante a transmissão para milhares de pessoas. Esse exemplo foi tão bem-sucedido que serviu de ponto de partida para outras iniciativas. Hoje, comediantes, palestrantes, professores, empresários, dentistas e médicos fazem lives. A intimidade criada com o público-alvo é tão grande que já é possível dizer que as lives fazem parte do ‘novo normal’. Elas são prova de que o que se vende é mais que um serviço, é a experiência de resolver tudo mais rápida e convenientemente. Isso se aplica a muitos negócios. Sendo assim, é preciso dedicar algum tempo para entender as quebras de paradigmas que estão ocorrendo e definir estratégias”.

4.   Educação a distância como alternativa de ensino. “Com praticamente todos os estudantes do mundo impedidos pelo novo coronavírus de frequentar uma sala de aula, escolas tiveram que rapidamente encontrar caminhos para além de antecipar férias escolares. Decididos a não dar o ano letivo por perdido, muitos gestores têm implantado sistemas de ensino a distância – ainda que as queixas sejam muitas. Mas, entendendo a urgência e a gravidade da situação, é possível prever que o Brasil vai dar um passo bastante importante em relação ao aprendizado remoto. Não apenas no uso de plataformas online, mas também de recursos como podcasts, atendimento via WhatsApp, ou ainda aulas para pequenos grupos em ferramentas de comunicação como Skype e Zoom, entre outros. Essa iniciativa ainda terá de enfrentar um grave déficit. De acordo com o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, um em cada três brasileiros com 10 anos ou mais não tem acesso à rede mundial de computadores. Esse percentual é constituído principalmente por pessoas das classes C e D, além de habitantes das zonas rurais. Corrigir isso certamente exigirá um esforço tecnológico gigante nos próximos anos”.

5.   Maior uso da nuvem computacional. “Com tanto conteúdo gerado, será preciso criar ainda mais espaço de armazenamento em nuvem a partir de agora. Ao invés da hospedagem tradicional de TI, a multicloud (vários serviços em nuvem) desponta como uma necessidade. Se antes já era considerada uma grande tendência para 2020, no mundo pós-covid-19 será praticamente um investimento obrigatório para muitos negócios. As empresas deixam de depender apenas de um fornecedor de nuvem, onde seus dados e serviços são armazenados e gerenciados, e passam a contar com uma gama maior de fornecedores. Essa é uma iniciativa de relativamente baixo custo que representa maior flexibilidade, inovação e inclusive conformidade regulatória. Trata-se de uma nova era de inovação nos negócios e que tem muito ainda que se desenvolver em termos de transformação digital. Mas é um caminho sem volta, já que uma das virtudes da multicloud é desbloquear agilidade, eficiência e economia de custos sem precedentes”.






Fonte: Adriano Filadoro - especialista em Tecnologia da Informação e diretor-presidente da Online Data Cloud - consultoria de TI que há 26 anos ajuda clientes de médio e grande porte no gerenciamento de seus sistemas em nuvem. www.onlinedatacloud.com.br


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