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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Como identificar precocemente o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?


     O Transtorno do Espectro Autista é uma condição do neurodesenvolvimento, de início precoce caracterizado por prejuízos na comunicação, interação social associado a comportamentos restritos, repetitivos e estereotipados, geralmente associado a alterações sensoriais. A prevalência estimada é de 1 a 2% em todo o mundo. Estima-se mais de 2 milhões de autistas no Brasil, porém teremos uma estatística mais real possivelmente após dados do Censo 2020 (o autismo foi recentemente incluído no Censo). A incidência é maior em meninos em uma proporção de 4:1.

    Conhecer as principais características deste transtorno é essencial para que os pais estejam atentos e não hesitem em buscar ajuda especializada tão logo notem algum dos sinais de alerta em seus filhos. Nos primeiros meses de vida, algumas mães já observam uma estranheza em seu bebê, que parece não procurar contato visual quando está sendo amamentado, não se acalenta no colo ou no seio materno. São bebês que podem ficar por horas quietos com o olhar “perdido” ou chorar excessivamente sem motivo aparente; podem não apresentar sorriso social; não reconhecer o som do seu nome, a voz dos pais ou pessoas próximas e não se importar quando os pais saem do seu campo visual.

    Alguns pais relatam que a criança brinca bem, mas geralmente sozinha. Quando há outra criança ou adulto, até brincam junto, mas não há troca entre eles, não há a procura do outro para brincar. E, algo a se atentar é também a utilização do brinquedo de forma inusitada.

     Eles observam, já no primeiro ano de vida, que a criança fica mexendo com as mãos ou dedinhos de forma peculiar; ficam fascinados por algo em movimento, que gire (rodinhas, ventiladores); ou assistem a um único desenho ou filme. Nestes primeiros meses, gritos ou sons sem contextos e atrasos nos marcos do desenvolvimento motor, como sentar, engatinhar, ficar em pé, são frequentes, assim como andar na ponta dos pés de forma aleatória.

     Os prejuízos na comunicação nem sempre evolvem atrasos na fala propriamente dita, mas comprometimentos na linguagem expressiva (habilidade em apontar, dar “tchau”, gestos com função comunicativa), linguagem receptiva (compreender linguagem corporal, o que está sendo dito) e dificuldade em compreender linguagem figurada (expressões faciais, gírias, piadas). Alguns adquirem linguagem dentro dos marcos do desenvolvimento, mas com particularidades como vocabulário rebuscado, repetitivo e monótono, inversão pronominal; outros chegam a adquirir a linguagem verbal e em algum momento, perdem essa habilidade. Ecolalia que é repetição de palavras ou frases sem função, costuma ser frequente.
 
    Alterações no processamento sensorial comumente encontradas no autismo podem se apresentar como hiper ou hipossensibilidade relacionadas às nossas entradas sensoriais (visão, audição, olfato, paladar, tato) e à propriocepção. Comportamentos restritos, rígidos e estereotipados se apresentam por exemplo, como baixa tolerância a frustrações, dificuldades com mudanças de rotina. Estereotipias são movimentos repetitivos, ritmados e sem função para quem observa, mas para pessoas com autismo, são uma maneira de autorregulação ou auto estimulação; podem ser motoras ou verbais. Em torno de 30% apresentam algum prejuízo na cognição, porém, temos aqueles com alto QI e altas habilidades.

    À medida que a criança cresce, as dificuldades na interação social, especialmente com os pares (da mesma idade) vai ficando mais evidente porque as demandas sociais aumentam. A escola ou a creche nesta primeira infância passa a ter um papel crucial na identificação de padrões não habituais de comportamento e de linguagem.

     Em alguns casos, os sinais não são tão facilmente identificados por serem mais brandos. Há casos, também, em que a criança apresenta um desenvolvimento normal nos primeiros anos de vida, sorri, mantém contato visual, interage, já fala algumas palavras, dá “tchau”… E, de repente, os pais relatam que seu (ua) filho(a) ficou “diferente”, que se fechou em mundo próprio, deixou de fazer o que já havia adquirido.

    Há uma grande possibilidade sintomatológica e cada criança é única. Não iremos observar todos os sinais e sintomas característicos, porém, quando houver prejuízos nas interações sociais, no comportamento, na comunicação e/ou perda de habilidades já adquiridas; o quadro merece investigação e intervenção imediatas para favorecer o desenvolvimento da criança, bem como sua qualidade de vida e de sua família.

    O diagnóstico é iminentemente clínico, baseados no “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders” (DSM-V). O tratamento deve ser multiprofissional, interdisciplinar e individualizado para atender às necessidades específicas de cada criança e adolescente e assim, promover seu desenvolvimento em toda a sua potencialidade. Todos nós para nos desenvolvermos de maneira saudável, necessitamos de apoio, acolhimento, tolerância, respeito e muito amor.



Deborah Kerches (CRM 102717-SP) - Neuropediatra especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA), diretora do Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil de Piracicaba, membro da Sociedade Brasileira de Neuropediatria, da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (ABENEPI), da Academia Brasileira de Neurologia e da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Além de ser palestrante e preceptora do Programa de Residência Médica em Pediatria da Prefeitura do Município de Piracicaba com Especialização em Preceptoria pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês.Também ministra cursos e workshops sobre os mais variados temas ligados a Neuropediatria, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Saúde Mental Infanto Juvenil.

A Força do Comprometimento



A educação formal realizada por instituições de ensino não é tarefa individual, e sim coletiva. Isoladamente, ainda que haja competência e boas intenções, os resultados do trabalho educacional são quase sempre limitados. Uma escola se distingue de outra em virtude do maior ou menor grau de comprometimento entre professor e escola, entre professor e aluno, escola e família, entre alunos, professores. Quando essas relações estão desafinadas, por melhor que seja o desempenho particular de cada indivíduo, sempre haverá perdas.

Mais do que energia, a atividade educativa necessita de sinergia. Um grande desafio da gestão é atingir alto nível de comprometimento das pessoas em relação aos objetivos de uma escola. Não se trata de um compromisso, que é entendido e relacionado apenas àquilo que é feito, o comprometimento refere-se a como se faz, ou seja, este último é composto do que se faz e como se faz. Assim sendo, o comprometimento é mais amplo e, consequentemente, mais valioso que o compromisso.

O comprometimento inclui movimento ativo por parte do sujeito; estar comprometido com determinado objetivo significa total envolvimento voluntário – não existe sem que haja vontade particular, sem a disposição em realizar algo. Comprometimento é um contrato que se faz consigo mesmo, cuja cláusula principal é oferecer aquilo que há de mais refinado em si, para atingir um objetivo comum a todos (ou não).

As conquistas, assim como o sucesso em gestão, surgem essencialmente no campo da aspiração, da intenção, na imaginação – e se realizam por meio do comprometimento com essa utopia. Pessoas comprometidas são decididas, ousadas. É necessária, evidentemente, sempre uma boa dose de otimismo, coragem e entusiasmo quando se está genuinamente comprometido com um propósito. Sem essas características, possivelmente existirá apenas envolvimento.

Não raro se ecoa a máxima de que é preciso que todos vistam a camisa da instituição. A ideia de vestir a camisa parece mais conversa de gente apenas envolvida que quer aparentar ser comprometida! Quando se está verdadeiramente comprometido com um projeto, a camisa que se vai usar é o que menos importa. Relevante mesmo será é o sentimento percorrendo nas veias e irrigando o coração a ponto de fazer mover algo com que se está empenhado. É fundamental trocar a camisa todos os dias, às vezes até mais de uma vez por dia. Saber compor a melhor vestimenta, eis um diferencial de quem é comprometido! 





Milena Kendrick Fiuza - gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino

Como estimular o companheirismo e o respeito entre irmãos



 A relação entre irmãos é um dos mais especiais dentro do universo das relações afetivas. Os irmãos têm uma importância fundamental no desenvolvimento da personalidade, na formação de vínculos duradouros e no aprendizado mútuo, habilidades que irão repercutir na vida futura. Além do laço sanguíneo, é possível observar uma forte ligação afetiva, estabelecida pela convivência e compartilhamento de experiências do cotidiano.

Os benefícios gerados pelo vínculo entre irmãos são diferentes em cada fase da vida. Na primeira infância, por exemplo, a ligação fraterna desenvolve diversas habilidades emocionais, além de encarar processos mais desafiadores, como o fato de precisarem lidar com as diferenças individuais. Aprender a respeitar o outro, com as suas próprias características, é um bom exercício de empatia, uma habilidade socioemocional essencial a ser praticada nos dias atuais.

Nos momentos em que as discrepâncias de idade entre irmãos e as diferenças individuais vierem à tona, causando possíveis conflitos, é essencial que os pais estejam presentes. O papel da família é o de atuar como mediadora, ensinando as crianças a lidarem da melhor forma com sentimentos e emoções que, dependendo da idade, os pequenos ainda estão aprendendo a superar. Esses sentimentos podem incluir ciúme, inveja, raiva, entre outros sentimentos.

É importante que na mediação com os filhos, os pais evitem tomar partido de um dos seus filhos, para não ampliar uma rivalidade desnecessária. Deve-se evitar a comparação entre os irmãos, pois cada indivíduo mesmo que inserido em um ambiente comum, vai reagir de maneira única, de acordo com os seus recursos internos e habilidades. O ideal é que os filhos sintam-se ouvidos, acolhidos em suas queixas, mas que os pais estimulem e acompanhem a resolução dos conflitos. Irmãos naturalmente disputam o afeto, a atenção e o espaço na família.  Este processo é fundamental no desenvolvimento da autoestima, autonomia e fornece elementos para ampliação da interação social.

Algumas atitudes são capazes de fortalecer o vínculo fraterno, como incentivar atividades em conjunto, compartilhamento de brinquedos, passeios e práticas de atividades físicas. Desta forma, eles podem se tornar companheiros. É importante lembrar que conflitos  é algo esperado, o que vai fazer a diferença é a postura dos pais diante de uma circunstância como esta. É aconselhável sempre tentar estabelecer o diálogo, valorizar e reforçar as características positivas de cada irmão e da relação entre eles, e ajudá-los a refletir sobre os fatos que geraram conflitos, procurando a responsabilização que cabe a cada um dos envolvidos.

Quando os pais oferecem um bom exemplo, estimulando a escuta e a compreensão do outro, os filhos assimilam e internalizam esse comportamento. Com isso, há uma facilidade de resolução de conflitos, o que reverbera em um amadurecimento das relações como um todo.

Se os pais interveem de forma adequada com essas emoções, trazem para os filhos uma maturidade de atuação que vai refletir em um melhor preparo das crianças diante desses sentimentos. Assim, à medida que crescem, têm maior probabilidade de serem adultos emocionalmente mais saudáveis e capazes de lidar de forma mais madura com os seus sentimentos e relacionamentos.




Robinson de Vargas - especialista em Dinâmica de Grupos e Gestão de Pessoas e coordenador do Ensino Fundamental Anos Finais e do Ensino Médio no Colégio Marista

A inclusão começa em casa


Depois de anos trabalhando em salas de aula, não foi surpresa para mim a constatação, por meio de pesquisa, de que uma das grandes barreiras enfrentadas no processo inclusivo de crianças com necessidades educativas especiais, era oriunda das próprias famílias. Pais simplesmente não aceitavam a condição dos filhos e não passavam informações para a escola. Eram frequentes os casos em que os pais omitiam questões sobre a saúde dos filhos. Eles conheciam as escolas no período de matrículas (sem as crianças), faziam muitas indagações acerca dos processos pedagógicos, mas apenas no primeiro dia de aula que a professora conhecia a criança e se deparava com a deficiência aparente. Casos evidentes, como a síndrome de Down, hidrocefalia ou até deficiência visual eram ignorados pelos pais no contato anterior com a escola. 

Devido a observações realizadas acerca do comportamento e do baixo rendimento, quando a escola realizava a primeira reunião com os pais, trazendo relatos e solicitando auxílio de um pediatra, é que alguns casos eram desvendados: autismo, síndromes comportamentais, entre outros. Havia ainda relatos de que, mesmo diante dos dados levantados pela escola, os pais se posicionavam contra buscar ajuda pediátrica e diziam que seu filho era “normal”, que a escola anterior nunca disse o contrário. Quando, na verdade, a busca dessas famílias por novas escolas é dada justamente pelo fato de não aceitarem o posicionamento da escola anterior e de laudos já realizados por especialistas.

Ainda hoje recebo relatos de que, infelizmente, os dados da pesquisa, feita há mais de uma década, ainda são atuais e reais. Ainda que apresentemos progresso nas leis e que elas assegurem maior acessibilidade aos lugares sociais e às escolas, há muito ainda para avançar. Não bastam mudanças arquitetônicas: rampas com largura mínima de 80 cm, área de circulação nas salas permitindo rotação de 360 graus, lousas instaladas a uma distância de 90 cm do chão, elevadores. As mudanças precisam ser internas, de concepção, de paradigma, de reeducação, de convivência, de aceitação, de respeito.

É insuficiente oferecer capacitação somente aos gestores, professores e funcionários. Toda comunidade escolar deve ser preparada para essa realidade, inclusive alunos e seus familiares, com ou sem deficiência. A escola só é inclusiva quando todos caminham na mesma direção, respeitando e convivendo com as diferenças, dando o apoio e suporte necessários para que a comunidade escolar possa ter acesso às informações necessárias e contribua com essa caminhada.  

Com base no que traz a Constituição Federal de 1988 e o estatuto da Criança e do Adolescente, o discurso entre escola e família precisa ser aberto e transparente. A indicação da escola deve ser sempre a busca pelo pediatra, e é esse profissional que fará a indicação para demais especialistas como neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros. Lembrando que somos educadores, não podemos opinar no achismo: “acho que é autista porque não brinca com outras crianças”. Deixemos os laudos para os profissionais da saúde. 

Podemos reunir dados que facilitarão o laudo, mas não podemos fazê-lo.

As escolas precisam se posicionar baseadas nas leis, sendo seu dever assegurar que qualquer diagnóstico seja realizado da forma mais precoce possível, a fim de que a criança tenha a assistência necessária para desenvolver habilidades e ter sua aprendizagem respeitada. Família e escola precisam estar de mãos dadas. 




Ceres Costa Rosa - professora, pedagoga, especialista em Metodologia de Ensino e em Gestão Escolar, mestre em Organizações e Desenvolvimento - Sustentabilidade Social , com ênfase em Inclusão Escolar e coordenadora pedagógica regional do Sistema Positivo de Ensino.

VOCÊ SABE DIZER NÃO AO SEU FILHO?



A educação dos filhos permanece sendo um desafio que exige atenção, dedicação e, sobretudo, muito carinho. Invariavelmente, o ritmo estressante do dia a dia nos envolve de tal modo, que nos afastamos da família e dos filhos sem ter a real percepção do quanto, quando e como a educação se dá.

A falta da companhia dos pais junto a seus filhos, uma ausência que tem se tornado regra e não exceção, e o déficit em quantidade e qualidade na relação familiar, contribuem para que o afastamento físico se transforme num afastamento socioemocional com consequências diversas, que podem se manifestar no presente, mas também no futuro.

Conciliar os compromissos profissionais e familiares nunca foi tarefa fácil, mas o gerenciamento do tempo tem se mostrado fundamental, no sentido de cultivar uma boa relação com a família, o que demanda aprimorar a quantidade e, principalmente, a qualidade dessa relação entre os seus membros. Diante da inaptidão para cuidar dessa realidade relacional; muitos pais mergulham nos seus afazeres, visando suprir materialmente e com atividades excessivas a ausência no relacionamento afetivo com os filhos.

Nunca é demais lembrar que as crianças aprendem também por imitação, observando nossas atitudes, a expressão de nossos valores e ouvindo nossas palavras. As crianças, desde cedo, aprendem o tempo todo com sua família, sobretudo, pelo exemplo, pelo modo como os adultos agem e como lidam com os problemas. Não raras vezes, as famílias podem formar “pequenos tiranos” – crianças que não pedem, simplesmente exigem. Tal conduta dá margem para que elas cresçam desrespeitando seus professores, avós, babás, cuidadoras e outras pessoas de sua convivência. “Nascem” crianças que mandam em seus pais, com ansiedade demais e uma impaciência tal que, normalmente, elas gritam e reclamam de qualquer esforço, pois abdicaram de cultivar bons hábitos e as virtudes mais básicas da cidadania.

Contra esse caótico déficit de interioridade, eu acredito na força educativa dos pais para formar filhos saudáveis e equilibrados. As ações e valores cultivados no seio familiar são singulares no desenvolvimento do caráter e da personalidade das crianças. Negligenciar esse tempo de aperfeiçoamento do caráter pode nos aproximar, perigosamente, de um modo de ser, como dizia Zygmunt Bauman: “Em que esquecemos o amor, a amizade, os sentimentos, o trabalho bem feito. Assim, o que se consome, o que se compra são apenas sedativos morais que tranquilizam nossos escrúpulos éticos”.

Hoje, uma das ações mais desafiadoras para os pais no ambiente familiar é estimular seus filhos à aprendizagem socioemocional e ao estabelecimento de relações sociais e afetivas ainda melhores. Em parte, esse aprendizado não pode ser distorcido com permissividades demasiadas, a ponto dos pais se sentirem culpados quando dizem um “não” ao filho ou, ainda, dos pais errarem ao não agir com firmeza na educação deles, deixando-os livres para fazerem o que bem entendem.

Pais permissivos demais, seja pela falta de tempo ou pelo amor dedicado sem qualquer discernimento, correm o risco de não contribuir a contento na educação dos filhos, pura e simplesmente por não exercerem a sua natural autoridade de adultos na relação, o que impacta na formação da criança e na convivência familiar. Assim, formam filhos com comportamentos inadequados, que só sabem reagir com choro, raiva ou palavras desqualificadas.

O esforço cotidiano no lar deve ser o de ensinar as crianças a serem responsáveis, a dormirem no horário adequado, a verem programas construtivos na TV, a terem tempo reservado para estudar, a guardarem seus brinquedos, a cuidarem de seus pertences, dentre outras ações que requerem um esforço conjunto, reforçando a parceria família-escola.

Ao cumprirem bem a missão de educar os seus filhos, os pais colaboram para que pessoas melhores construam um mundo melhor, com seres humanos mais equilibrados e responsáveis.





Sueli Bravi Conte - educadora, psicopedagoga, doutoranda em Neurociência e mantenedora do Colégio Renovação, instituição de ensino com 35 anos de atividades que atua da Educação Infantil ao Ensino Médio.

Ouvir o que crianças têm a dizer pode ampliar aprendizado


Com a pedagogia da escuta, alunos ganham protagonismo


Dar voz às crianças e desenvolver a escuta sensível são dois princípios que norteiam a Pedagogia da Escuta, uma abordagem acolhedora que tem ganhado cada vez mais espaço na Educação Infantil. Aqui, o entendimento é de que as crianças têm o direito de serem ouvidas, com assuntos importantes a nos dizer e contar, mas não usam da verbalização espontânea como os adultos, explica a coordenadora do Segmento da Educação Infantil do Colégio Marista Cascavel, Rafaelly Carvalho da Silva Molina. “Elas se comunicam de múltiplas formas, seja textualmente ou corporalmente, por isso o desafio de compreendê-las muitas vezes pode se tornar difícil”, orienta.  

De acordo com a coordenadora, a sensibilidade de perceber o que a criança tem a nos dizer fez com que o ato de escutar fosse investigado com maior atenção e cuidado. “Atualmente, fala-se muito que a criança necessita exercer o protagonismo para aprender a fazer leituras do mundo e, com isso, construir significados, principalmente para ressignificar o mundo que a rodeia”. 


Somente dando oportunidades para que essa escuta seja exercida é que o desenvolvimento integral e intelectual da criança poderá ser impulsionado, transcendendo seus conhecimentos. Confira algumas dicas:

·         Principalmente na fase da primeira infância, permitir que a criança verbalize, se comunique de diversas formas, é primordial para que ela se expresse com segurança. 

·         A família e a escola têm um papel importante nesse processo de mediação na construção do pensamento. As tentativas e formas que são utilizadas para isso dependem exclusivamente da sensibilidade do adulto para encorajar a criança nas escolhas, oferecendo oportunidades para a independência e interdependência. 

·         Para adotar a escuta ativa é preciso estabelecer uma comunicação efetiva, se agachando na mesma altura da criança e olhando nos olhos. Assim, as crianças sentem que estão sendo ouvidas e compreendidas. 

·         oferecer tempo para a criança pensar, interagir, se relacionar e estabelecer conexões é outro ponto muito importante. Isso significa reconhecer que uma ampla série de oportunidades devem estar disponíveis para apoiar a participação das crianças, respeitando assim seu potencial.




Rede Marista de Colégios (RMC)
www.colegiosmaristas.com.br

Foco total no processo de alfabetização



Com a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Fundamental, o processo de alfabetização a partir de agora deverá ser efetivado no final do 2º ano e não mais no 3º ano. A medida gerou certa polêmica quando foi aprovada, em 2017. No entanto, algumas escolas já vinham trabalhando com o foco de alfabetizar as crianças até os 7 anos de idade.

Pesquisas neurocientíficas apontam que aos 6 anos de idade a criança já pode ser incluída no processo sistemático de alfabetização, no entanto, o caminho utilizado para alfabetizar pode ser iniciado bem antes, já aos 2 anos. Nesta fase, ela pode ser estimulada com cores, sons, letras, trabalho da coordenação motora e outras ferramentas, de forma lúdica. Esse exercício constante é realizado para abrir uma janela no sistema cognitivo dos pequenos, possibilitando a assimilação do que é ensinado.

É importante promover a etapa da estimulação lúdica para preparar melhor a criança ao contato com a leitura e a escrita. Assim, por volta dos 6 anos, esse processo ocorrerá de forma mais efetiva e complexa se efetivando no 2º ano do Ensino Fundamental. É a partir dessa idade que as sílabas mais complexas e as dificuldades de ortografia podem ser trabalhadas com mais ênfase, aumentando o repertório da criança.

Alfabetizar significa ensinar a criança a codificar e decodificar o código da língua escrita. Portanto, ela irá aprender as características da tecnologia da escrita, que inclui letras, números e acentuação, e a maneira como ela é estruturada. No processo de alfabetização, por exemplo, mostram-se de que forma as sílabas se juntam para formar palavras, e assim por diante até a construção de um texto. Isto é, a alfabetização é o resultado do processo gradativo da construção e desenvolvimento da oralidade e escrita passando também pela coordenação motora.




Teresa Cristina Citelli Coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais do Colégio Marista Champagnat, de Ribeirão Preto (SP)





Proteja seu filho para que ele não seja vítima da violência.



Veja com a educação pode evitar o crescimento da violência


No Brasil, homens jovens morrem onze vezes mais que mulheres em situações ligadas à violência na rua, por outro lado, é crescente o número de mortes por violência contra a mulher dentro de casa, esses são números do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Dados do Ministério da Saúde registra, que a cada 4 minutos uma mulher é agredida. Em 2018, foram registrados mais de 145 mil casos de violência física, sexual e psicológica. Só na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, são registrados nas DDMs (Delegacia da Mulher) 20 boletins diariamente.
Essa informação é um convite para os pais refletirem. O que está acontecendo com a estrutura familiar dos brasileiros? Como estão educando seus filhos?

Analisando esses dados a Educadora em Sexualidade Lilian Macri diz que é muito comum, pais de forma inconsciente, educarem seus filhos meninos para serem violentos levando a vivência do que chamamos de masculinidade tóxica. “Esse comportamento vem da crença que homem que é homem não chora, não leva desaforo para casa, homem tem que pegar todas, arruma briga no trânsito, etc. De forma crônica vamos retirando dos nossos meninos a possibilidade de vivenciar características do ser humano como todo. Trabalhar sentimentos, conversar sobre eles, faz parte do desenvolvimento saudável de qualquer criança. Isto ajuda inclusive, no cuidado que eles terão com eles mesmos no que diz à atenção à saúde na vida adulta. Não só as meninas precisam ter este direito”, explica a especialista.

Falar sobre sentimentos não é coisa de mulher ou de gente “fraca”. É coisa de ser humano que tem a possibilidade de crescer bem resolvido e feliz. Mas, infelizmente nem todas as famílias e escolas conseguem colocar isto em prática.
As grandes desigualdades de gênero que afetam meninas e meninos começam a ser construídas pela educação que as famílias dão a eles desde pequenos. O mesmo caminho que leva à violência doméstica também leva às estatísticas que homens morrem mais em situação de violência nas ruas.

De acordo com a educadora tudo começa dentro de casa, com os exemplos dos próprios pais. “É dentro de casa que devemos ensinar que as meninas devem ter as mesmas possibilidades que os meninos. Entre irmãos, vamos exercitando que o menino não pode decidir a roupa da menina ou outras coisas dela. Também deve ser ensinado que meninos podem sim expressar sentimentos e, que podem não revidar uma provocação numa situação de violência e que isto não irá torná-lo “menos homem”, e assim, retirá-lo da situação de risco. Ao pensar em tudo isso, vamos entendendo que respeito por si e pelo outro se ensina sim, desde pequenininhos! As crianças vão crescendo mais fortes como seres humanos”, explica.

Uma forma de educar os filhos é ensiná-los o que é consentimento. A palavra Consentimento significa permissão, mas a questão é: como educar uma criança para que ela entenda que o que ela pode ou não permitir, que os outros façam a ela? Falar sobre consentimento é ensinar limite, respeito, compreensão e autoconhecimento para o indivíduo.

“Desde bem pequena, ao brincar com a criança, ensiná-la que ela deve pedir para parar quando ela não quiser mais. Explicar mesmo! Dizer isto: filha, se não gostar da brincadeira e quiser parar é só falar. Das brincadeiras em grupo até “o fazer cócegas”, e também em situações onde, por exemplo, vá fazer uma troca de roupa ou da fralda. Converse com a criança desde bebê e explique o que está fazendo. Ao crescer ela vai aprender que o corpo é dela e que ela pode e deve escolher quem vai tocá-la, com quem vai brincar, seus limites e os dos outros. 

Entendendo que não precisa se submeter às situações que sejam desconfortáveis e desnecessárias simplesmente para agradar alguém, chegando até as de violência, sejam elas quais forem, tanto para meninos quanto para as meninas. Lembrar sempre que crianças não vivem para servir ou agradar adultos. São seres humanos em desenvolvimento. Quando uma criança, menino ou menina, tem uma educação em sexualidade conduzida de forma séria e ética pela família e a escola, muitos problemas são evitados, entre eles, a violência”, conclui Lilian.

 Gênero e consentimento são alguns dos temas que Lilian Macri aborda no seu livro “Mamãe, o que é sexo? Vem que eu te ajudo com a resposta!”, da Editora Êxito e em suas palestras.

O livro tem a proposta de sanar dúvidas, esclarecer o papel da família e da escola, alertar sobre a prevenção de abuso sexual infantil e ajudar famílias e educadores, por meio de metodologia, a desenvolver uma educação em sexualidade sadia e eficiente.






Lilian Macri - Mãe, médica (CRM 99193), pós-graduada em sexualidade pela Universidade de São Paulo, em educação em sexualidade pela UNISAL e especialista em terapia sexual pela SBRASH. Atua como colaboradora do Projeto Afrodite da UNIFESP, no ambulatório de disfunções sexuais femininas. Atende em seu consultório e ministra palestras sobre sexualidade pelo país, com foco em orientação de famílias e educadores sobre a sexualidade infantil. É idealizadora do Método Educando para a Vida, que visa à inclusão da família e da escola na construção de valores éticos com os filhos/alunos, priorizando a humanização das relações e pessoas envolvidas. A ideia é trabalhar os três pilares: família, escola e filhos/aluno.
 Instagram: @lilianmacrioficial
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Volta às aulas: Como montar uma lancheira saudável


Nutricionista dá dicas de como preparar o lanchinho das crianças
Com o retorno das atividades escolares, voltam às dúvidas na hora de montar o cardápio da criançada. O que colocar na lancheira do seu filho? Crianças em idade escolar muitas vezes manifestam suas vontades alimentares e algumas torcem o nariz para frutas, verduras e legumes. A missão é fazer com que os pequenos troquem as guloseimas, como salgadinhos, bolachas, refrigerantes e balas por alimentos mais saudáveis e nutritivos.

Mas, de que forma é possível montar este cardápio? Quais alimentos não podem faltar na rotina alimentar das crianças? Como montar pratos coloridos e interessantes a fim de despertar o interesse dos pequenos que não gostam de legumes e verduras? Como preparar lanches para crianças diabéticas ou com alto nível de colesterol? Como montar um cardápio para a semana inteira, de forma saudável e sem restrições?

Cristiane Botelho, nutricionista da Clínica de Nutrição da Universidade UNG explica como preparar uma lancheira saudável, mais sem perder o sabor.

Para montar uma lancheira saudável a dica principal é variar e usar a criatividade. Resumidamente, incluir um carboidrato (como pão, bolacha, bolo ou cereal), uma fruta e um lácteo. Procure variar as opções ao longo da semana, isso incentiva a criança a comer com mais prazer. Outra dica bacana é convidar a criança para ajudar a montar a lancheira e pedir, por exemplo, para ela escolher qual fruta quer comer naquele dia, ou qual sabor de suco deseja, dentro das opções disponíveis.  Desenvolver a autonomia dos pequenos nessa hora, vai estimular o consumo do produto escolhido para levar para escola e vai contribuir para que eles se tornem adultos com hábitos alimentares mais conscientes.

Alegando a praticidade, muitas famílias acabam optando por alimentos industrializados. Nesse caso, a dica é que se façam escolhas mais inteligentes, optando por alimentos nas versões assadas, integrais e com menos teor de sódio e açucares. A Água de coco deve pasteurizada, e no caso dos sucos a sugestão é optar pelo de uva integral (vendidos em garrafas de vidro no supermercado).

Lembrar sempre de mandar uma garrafa de água na mochila também é muito importante. Com pequenas trocas, é possível seguir uma alimentação equilibrada, que refletirá em mudanças para toda a vida e em um crescimento saudável.


Dicas de composição das lancheiras:

LANCHE 1: Cookies integrais + fruta + suco caseiro


LANCHE 2: 1 fatia de melão cortada em cubinhos + 2 fatias de pão integral + 1 fatia de queijo branco com tomate e orégano


LANCHE 3: 1 potinho de salada de frutas + 1 pedaço de bolo caseiro + 1 iogurte


LANCHE 4:  1 maçã + 2 fatias de pão integral com patê de ricota ou atum + 1 água de coco


LANCHE 5: 1 iogurte + 1 porção de cereal integral + 1 banana


LANCHE 6: 1 fatia de torta caseira de frango ou atum ou legumes + 1 porção de fruta + chá gelado


Fique atento:

Bebidas: No caso dos sucos de frutas prefira as que possuem menor velocidade de oxidação, como melancia, acerola, abacaxi, mamão, goiaba e maracujá. Com o tempo, os sucos naturais podem perder uma parte das vitaminas, mas, ainda assim, é mais saudável que as versões de caixinhas.

Iogurtes e lácteos: Para evitar que estrague o produto desse ser mantido no freezer por algumas horas, até começar a congelar. Depois disso, retirar do freezer um pouco antes da criança ir para a escola e colocar na lancheira. Dessa forma, até a hora do recreio, o produto estará descongelado e fresco para o consumo.

Patês: Para deixar a receita mais saudável recomenda-se o uso de ricota, queijo tipo cottage ou cream-cheese como base. O alimento escolhido deve ser batido no liquidificador com cenoura, atum, salsa ou outro ingrediente de preferência da criança. Esse alimento pode ser guardado na geladeira, em um pote com tampa, e usado para rechear pães, que podem ser embrulhados com papel filme ou alumínio. A durabilidade média é, normalmente, de três ou quatro dias.

Petiscos: Mix de castanhas, cereais sem açúcar ou frutas desidratadas. É prático e nutritivo. Basta manter em potes ou saquinhos.

Como o seu inconsciente afeta sua vida financeira?


 
Crenças negativas influenciam diretamente a prosperidade em relação ao dinheiro. O método ThetaHealing é aliado para eliminar tais limitações


Durante a vida, principalmente na infância, costumamos ouvir definições das mais diversas sobre o dinheiro. Para alguns, esse “pedaço de papel” pode vir carregado de energias ruins, ser a motivação para sentimentos e desejos sombrios e, até mesmo, destruir relações com pessoas próximas. Mas, ao mesmo tempo, em vários momentos, todos são condicionados a lutar por uma vida financeira próspera e repleta de abundância. Mas, o que muita gente não imagina, é que essas duas situações interligadas podem trazer diversas frustrações ao longo da vida, entre elas, a dificuldade em manter uma relação saudável com o dinheiro.

A instrutora de ThetaHealing, Amanda Pissolati, explica que, em diversos casos, a falta de prosperidade tem relação direta com as crenças limitantes: “Essas crenças são o que somos condicionados a acreditar, mas esses padrões de escassez também estão ligados diretamente a falta de estrutura e apoio familiar.
Por exemplo, quando escutamos diversas pessoas dizerem que o dinheiro causa a corrupção ou que ele é a raiz para todo o mal existente no mundo, inconscientemente, criamos uma relação de afastamento com o mesmo. Consequentemente, na vida adulta, mesmo que o nosso objetivo seja ter uma vida financeira saudável, sempre que nos deparamos com a oportunidade de ganhar mais dinheiro, nos auto sabotamos”, complementou.


ThetaHealing

De acordo com Amanda, o ThetaHealing é uma técnica de cura quântica, que atua em todos os níveis, seja físico, emocional, mental e espiritual. “Ela é baseada no fato que nossa realidade se manifesta a partir das nossas crenças. Então, trabalhando as nossas crenças, também podemos nos curar. Uma opção para auxiliar no desbloqueio dessas emoções é o ThetaHealing”, afirmou.

Exatamente por isso, esse método é um dos principais aliados para eliminar as temidas crenças limitantes em relação ao dinheiro. “Dessa forma, conseguimos identificar como e em que momento surgiu o ‘medo’ pelo dinheiro e, consequentemente, é possível reprogramar o cérebro e o inconsciente para lidar melhor com a vida financeira”.





Amanda Pissolati - administradora, empreendedora e instrutora de ThetaHealing do Semente Quântica. Certificada como instrutora máster da técnica. Com mais de 30 cursos como praticante e 12 como instrutora.


Como elaborar um bom currículo?



Entenda como destacar os pontos fortes

É comum entre as grandes corporações que pessoas percam a oportunidade de participarem de um processo seletivo pela forma como expõem suas experiências e habilidades no currículo.

O bom currículo não se resume apenas em formatação e fonte de letra utilizada, mas principalmente na forma como o candidato evidencia suas habilidades e suas experiências profissionais.

“Ao contrário do que muitos pensam, existe sim uma maneira correta de se elaborar o currículo e este diferencial pode ser o que te falta para ganhar a devida visibilidade e a oportunidade de ser chamado para uma entrevista de emprego, te deixar mais próximo da sua tão sonhada vaga”, conta Claudia Deris, Gestora de carreira.  

O currículo continua a ser a principal a porta de entrada nas empresas, sejam elas de pequeno a médio porte. ‘‘Ter um currículo bem elaborado e que de fato evidencie os pontos fortes do candidato, faz toda a diferença para o recrutador na primeira etapa do processo seletivo, até porque o profissional que atua na área estará limitado à percepção do que está no currículo, ou seja, cabe ao candidato a missão conseguir passar um conteúdo prático, atrativo e fácil localização dos principais campos como experiência e treinamentos.”, explica.

Claudia trabalhou durantes anos como gestora de RH e afirma que um currículo bem elaborado, onde as exposições das informações estão claras e bem colocadas é um dos fatores determinantes para que o candidato seja selecionado para participar do processo’.
Para as pessoas que têm dificuldade em elaborar um bom currículo, ou que desejam dar mais visibilidade às suas habilidades técnicas e comportamentais, a coach dá uma dica importante:

‘‘Pare de copiar modelos de currículos que se assemelham ao seu cargo, pois estará perdendo a grande oportunidade de utilizar esta ferramenta tão poderosa a seu favor. O cuidado com a carreira também se percebe na simples elaboração de um currículo’’.
Por esse motivo, Claudia sentiu a necessidade de oferecer em sua empresa, o serviço de ‘‘elaboração de currículos pelo olhar do recrutador’’. Nesta elaboração, é realizada uma verdadeira entrevista com o cliente, onde o currículo será criado de maneira inteiramente personalizada, para que as pessoas tenham maior êxito rumo à conquista de seu emprego dos sonhos.                
                             



Claudia Deris - Gestora de Carreira
Brasil: +55 (61) 9 9624-8140     –    USA: +1 (617) 916-7076
Endereço: Boston, EUA


As novas perspectivas para a indústria brasileira de alimentos


O consumo de alimentos tem se tornado cada vez mais consciente. Tanto pelas mídias digitais, que permitem um maior acesso às informações no nosso dia a dia, como também pela facilidade em acessar pesquisas e estudos acadêmicos. Tudo isso vem contribuindo para a formação de consumidores mais exigentes e preocupados com a qualidade e segurança dos alimentos que consomem.

À medida em que aumentam os níveis de exigências dos consumidores, o rigor das legislações e a concorrência acirrada imposta pelo mercado globalizado, as indústrias de laticínios vêm percebendo a necessidade de práticas mais abrangentes no sentido de controlar seus processos e produtos.
O setor tem vivenciado um avanço e um aprimoramento das legislações relacionadas à qualidade, às condições higiênico-sanitárias e à segurança dos alimentos. Essas normas possuem extrema importância, pois impactam diretamente na economia, nas finanças e na saúde pública. As doenças de origem alimentar são um problema de saúde mundial  -  o leite e seus derivados estão frequentemente envolvidos em casos de contaminação, por estarem expostos, em toda a cadeia, a inúmeros perigos de contágio, que podem ser provenientes de falhas nas práticas de manipulação de alimentos, ou seja, de não-conformidades, que muitas vezes não são identificadas ou monitoradas.

Além da movimentação da indústria de laticínios visando maior controle de seus processos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) tem se esforçado para regulamentar e profissionalizar o setor. Os órgãos de fiscalização estão cada vez mais exigentes com a implantação dos programas de qualidade, para que assim seja garantida a segurança dos alimentos nas indústrias.

Em 2009, com a publicação do ofício N° 07 DILEI/CGI/DIPOA/2009 do MAPA, surgiram novas orientações para a atuação dos auditores fiscais federais agropecuários. Os programas de qualidade que já eram cobrados, como Boas Práticas de Fabricação (BPF), Procedimentos-padrão de Higiene Operacional (PPHO) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), deveriam ser considerados nas auditorias por meio de um conjunto unificado de observações, os Programas de Autocontrole (PACs). Os 9 pontos abordados no PPHO passaram a ser considerados como elementos de inspeção, surgindo, ainda, novos itens a serem controlados. O APPCC também passou a ser um elemento de inspeção, tamanha a sua importância. Não era necessário que as empresas alterassem as nomenclaturas dos programas que já possuíam, desde que seu conteúdo contemplasse todos os itens que seriam alvos de verificação.

O PAC passou a envolver todos os colaboradores da empresa, alcançando os funcionários de campo à alta direção, fornecedores e parceiros. Ele foi estabelecido para padronizar a inspeção dos fiscais federais agropecuários e estabelecer critérios para a verificação dos 17 elementos de inspeção. São eles: manutenção das instalações e equipamentos industriais; vestiários e sanitários; iluminação; ventilação; água de abastecimento; águas residuais; controle integrado de pragas; limpeza e sanitização; higiene, hábitos higiênicos, treinamentos e saúde dos operários; procedimentos sanitários das operações;  controle da matéria-prima, ingredientes e material de embalagem;  controle de temperaturas;  calibração e aferição de instrumentos de controle de processo; avaliação do programa de análise de perigos e pontos críticos de controle (APPCC); controles laboratoriais e análises; controle de formulação de produtos fabricados e certificação dos produtos exportados.

Em março de 2017, foi publicada a norma interna DIPOA/SDA Nº 01, que modificou a forma de verificação do PAC descrita no ofício c Nº 07/2009 mencionado acima. Porém, os elementos de inspeção, agora denominados elementos de controle, foram mantidos, e apenas reorganizados. A lei aprovou os manuais de procedimentos e modelos de formulários utilizados pelos estabelecimentos de produtos de origem animal registrados (SIF) ou relacionados (ER) junto ao DIPOA/DAS. Além disso, também estabeleceu as frequências e as amostragens mínimas a serem utilizadas na inspeção e fiscalização dos autocontroles implantados por esses estabelecimentos. Tal verificação dos programas de autocontrole pode se dar por meio da avaliação in loco ou documental.

Em 2017, foi publicada a tão esperada revisão do RIISPOA - Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, cuja versão original era de 1952. O regulamento engloba a produção de todos os tipos de carnes (bovina, suína e de aves), leite, pescado, ovos e mel. Dentre as alterações, tivemos um aumento da abrangência da inspeção, que passou a incluir a verificação do bem-estar dos animais, dos programas de autocontrole, do controle de resíduos e da rastreabilidade, englobando também a Análise de Risco e Pontos Críticos de Controle – APPCC.

O programa de autocontrole foi estruturado na ideia de que a empresa é responsável pelo controle de todo o processo, pela descrição do programa, implantação, monitoramento e verificação, garantindo a inocuidade, a identidade, a qualidade e a integridade dos produtos oferecidos desde a obtenção e a recepção da matéria-prima, dos ingredientes e dos insumos, até a expedição dos produtos finais. A empresa também é responsável por dispor de registros e evidências auditáveis que comprovem os requisitos higiênico-sanitários e tecnológicos estabelecidos.

Com estas importantes publicações, a inspeção de estabelecimentos lácteos passou a ser periódica, baseada no autocontrole e programas como o APPCC das empresas. A periodicidade foi relacionada com o grau de risco sanitário envolvido no processo produtivo, ou seja, estabelecimentos cujos processos apresentam maior risco e passaram a ter inspeções mais rigorosas e frequentes, cujos processos têm menor risco, as inspeções se tornaram mais e ocasionais. Toda não-conformidade deve ser documentada, havendo identificação, correção e comprovação da conformidade. Os laticínios devem estabelecer formas de controle utilizando de critérios quantitativos, como a enumeração de bioindicadores de contaminação, medições de temperatura, pH e análises físico-químicas, e qualitativos, relacionados à análise observacional por meio da aplicação de listas de verificação (LVs), conhecidas como checklists.

De uma forma abrangente, a verificação oficial sobre o autocontrole consiste num conjunto de ações, procedimentos e análises realizadas pelo Serviço de Inspeção Federal, com a finalidade de verificar a efetividade dos autocontroles implantados pelo estabelecimento. No entanto, novas discussões sobre os parâmetros para determinar tal efetividade são constantes.

A legislação nacional está em constante modificação e normas específicas sobre os mais diversos assuntos do setor de alimentos estão sendo elaboradas, inclusive no que se refere aos programas de qualidade e à segurança alimentar. Além da habitual preocupação das indústrias com a qualidade de seus alimentos e o aprimoramento os seus processos, é bom que elas estejam atentas também em relação a isso.






Lílian Vaz de Melo Cruz - Engenheira de Alimentos na IHM Stefanini

06 de janeiro é Dia da Gratidão: valorize o que a vida te proporciona



O Dia da Gratidão é comemorado anualmente em 06 de janeiro no Brasil. Além da data celebrada em nosso País, há também o Dia Mundial da Gratidão, o qual se comemora em 21 de setembro. A data teve origem no dia 21 de setembro de 1965, quando um encontro internacional no Havaí reuniu pessoas motivadas a reservar um dia do ano para agradecer. Nos Estados Unidos e no Canadá, principalmente, o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day, em inglês) é o dia de demonstrar gratidão.

“A data representa um enorme poder de transformar a maneira como enxergamos o mundo, nossa vida e nossos relacionamentos. Todos temos algo pelo qual ser grato”, diz Vivian Wolff, coach especialista em desenvolvimento humano e mindfulness pelo Integrated Coaching Institute (ICI).

Segundo ela, mesmo diante de fases ruins, ainda podemos agradecer por outras razões que, muitas vezes, não enxergamos por estarmos mais focados nos problemas. “Você pode estar desempregado, mas tem saúde de sobra para buscar outras oportunidades. Você pode ter terminado um casamento, mas essa união gerou filhos, as maiores riquezas da sua vida. É clichê, mas as pessoas ainda tendem a enxergar apenas o lado vazio do copo”, afirma Vivian.

A coach ressalta que todos têm problemas, mas há também muitos motivos para celebrar a vida e ter gratidão a ela. “Quando saímos do piloto automático do cotidiano e percebemos o mundo ao nosso redor, conseguimos ver que há muito além da falta de dinheiro. Notamos aspectos positivos que trazem felicidade, mas não damos valor, como um encontro com pessoas especiais, por exemplo”.


Fases críticas também ensinam a ter gratidão

Imagine a seguinte situação: um homem de 40 anos, muito bem-sucedido, com uma vida de luxo, uma esposa e dois filhos lindos. Mas ele trabalha tanto que mal consegue estar com a família. Até que, durante exames de rotina, ele descobre um tumor maligno no estômago. A vida, que até então parecia “perfeita”, vira de cabeça para baixo e se torna uma batalha pela sobrevivência. Após meses de tratamentos difíceis, o rapaz vence o câncer. Está curado. E mudado. Passa a ser alguém que se dedica com mais intensidade à família do que ao trabalho.

“Muitas vezes, precisamos passar por momentos críticos para valorizar o que temos de mais precioso na vida. Quando tudo desaba é que passamos a enxergar a vida com outros olhos e entender o que realmente merece maior atenção”, reforça Vivian Wolff.


Como aprender a ter gratidão

Se você quiser tentar, veja as dicas da coach. “Comece com pequenos passos: a cada noite, ao deitar, agradeça por 3 coisas que aconteceram em seu dia. Vale o que fizer sentido para você. Pode ser um encontro inesperado com uma pessoa querida, um aumento de salário ou o fato de seu filho ter entrado na faculdade.

“Cultivar uma abertura para praticar a gratidão também ajuda a nos tornar mais conscientes sobre a vida ao nosso redor e as circunstâncias em que estamos. Como disse Jack Kornfield, mestre budista e autor americano, ‘para se abrir à gratidão abundante, não leve a vida tão a sério, nem se envolva tanto em seus próprios dramas diários a ponto de esquecer de ver a beleza que o rodeia constantemente’”, finaliza Vivian Wolff.


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