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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Mitos e verdades: tudo o que você precisa saber sobre a Asma



A asma é responsável por mais de 100 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com números do Ministério da Saúde. Apesar disso, muitos ainda são os mitos e verdades sobre a asma. [1] Ao todo, estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas sofram com a enfermidade no Brasil, já no mundo a doença atinge mais de 300 milhões de pessoas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. [2] 

Caracterizado pela inflamação crônica das vias aéreas, hoje existem diversos tratamentos que podem ajudar a amenizar os sintomas da doença e melhorar a qualidade de vida. [2] Atento à falta de informação sobre o problema, o pneumologista Oliver Nascimento, médico assistente da disciplina de pneumologia da Unifesp e especialista interno da GSK elaborou uma lista com os principais mitos e verdades sobre a asma. 


1 – A famosa “bombinha” de asma vicia? (Mito)

Os broncodilatadores como são chamados, aliviam a falta de ar momentaneamente quando inalados. Entretanto, é muito comum os pacientes não tratarem a asma de forma contínua, fazendo com que necessitem utilizar as bombinhas com maior frequência. O ideal é sempre procurar um médico e seguir as orientações do profissional, evitando assim crises asmáticas mais graves. [3]


2 – Asma em adultos pode estar relacionada à insônia? (Verdade)

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Pittsburgh, pacientes que têm problemas para dormir costumam ter mais crises de asma. Os pacientes que sofrem das duas doenças, asma e insônia, têm chances maiores de apresentarem quadros de depressão e sintomas de ansiedade. [3]


3 – A genética do paciente pode favorecer o aparecimento de asma? (Verdade)

Sim, a genética tem grande influência na asma e crianças de pais asmáticos possuem um risco maior de desenvolver a doença. Se um dos pais forem asmáticos o risco é de 25%, enquanto se os dois tiverem o problema a probabilidade sobre para 50%. [5]  


4 – O uso contínuo de medicamentos como as “bombinhas” faz mal para o coração? (Mito)

No passado, quando surgiram os primeiros remédios broncodilatadores para a asma, existiam substâncias que tinham como efeito colateral a aceleração do coração. Contudo, esses efeitos foram minimizados com as novas drogas e dispositivos que existem hoje no mercado. [3] 


5 – Asma e bronquite crônica são a mesma coisa? (Mito)

As duas doenças costumam ser muito confundidas por apresentarem sintomas parecidos. A diferença é que a asma se manifesta em crises reversíveis, enquanto a bronquite crônica se caracteriza pela ocorrência de tosse produtiva crônica, por mais de três meses no ano, durante pelo menos dois anos consecutivos. [7]


6 – Atividade física faz bem para pessoas asmáticas? (Verdade)

Atividade física é fundamental para um estilo de vida saudável. A natação, por exemplo, ajuda no fortalecimento da musculatura respiratória. Já beber de dois a três litros de água por dia ajuda a fluidificar as secreções e facilita na sua eliminação. [4]


7 – Asma começa na infância e se cura na vida adulta? (Mito)

A asma não tem cura, mas pode ser controlada a ponto dos seus portadores levarem uma vida normal. Procure um pneumologista. [4]


8 – Gripes e resfriados podem piorar os sintomas da asma? (Verdade)

Proteja-se das infecções virais, como gripe e resfriado comum. Eles podem desencadear sintomas da asma. [2]  Lavar as mãos com frequência e manter a carteira de vacinação em dia podem ajudar no combate a infecções mais graves. A vacina contra a gripe é indicada para todas as pessoas asmáticas, independente da idade. [6] 







 GSK 




Referências:

  1. OLIVEIRA, F. Asma atinge 6,4 milhões de brasileiros, 2015. In: BRASIL. Blog da Saúde. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/570-perguntas-e-respostas/35040-asma-atinge-6-4-milhoes-de-brasileiros>. Acesso em: 23 nov. 2017.


  1. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Asma. Disponível em: <https://sbpt.org.br/espaco-saude-respiratoria-asma/>. Acesso em: 25 set. 2017.

  1. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Asma – Mitos e Verdades. Disponível em: <https://sbpt.org.br/asma-mitos-e-verdades/> Acesso em: 25 set. 2017.

  1. Portal Dráuzio Varella. Asma. Disponível em: <https://drauziovarella.com.br/drauzio/asma-2/>. Acesso em: 25 set. 2017.

  1. Thomsen, SF. Genetics of asthma: an introduction for the clinician. 2015. Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4629762/>. Acesso em: 25 set. 2017.

  1. Who. Influenza (Seasonal) Media centre. 2014. Disponível em http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs211/en/. Acesso em: 25 set. 2017.


Não existe vacina homeopática para a febre amarela



Em matéria publicada em sua coluna (“Até vacina homeopática integra rol de absurdos e boatos sobre febre amarela”), na Folha de São Paulo, do dia 30/01/2018, a jornalista Cláudia Colucci apresenta uma crítica à homeopatia, quando expõe uma “suposta vacina e uma prescrição homeopática” para proteção contra a febre amarela, orientada por um profissional da área através de conversa gravada em seu WhatsApp.

Infelizmente, não consegui postar uma resposta na própria matéria porque seria necessário ser assinante do veículo de informação para expor minha opinião. Segundo a matéria, o médico entrevistado pela jornalista forneceu informações sem embasamento científico, completamente infundadas para quem conhece a homeopatia, tais como:

"... graças a uma metodologia combinada de avaliação clínica e laboratorial é possível ter muito mais segurança e sem efeitos colaterais, promover a resposta imune para que a pessoa tenha condições de se defender contra a virose".

"Em muitos casos, em que simplesmente a pessoa toma a vacina comum, sem avaliar se, por exemplo, poderá ter reação vacinal, juntamente com alguma deficiência orgânica, a evolução pode ser muito negativa e até mesmo fatal."

"[A vacina homeopática] é um paliativo, um reforço complementar à vacina da febre amarela", disse.

Ainda segundo a matéria, “será instaurada uma sindicância para apurar a conduta do médico.

Tenho recebido perguntas e dúvidas a respeito dessa postura de alguns médicos e farmacêuticos homeopatas que divulgam através de áudios, e-mails, WhatsApps, sem se identificar, sem apontar embasamento científico algum, a prescrição da homeopatia para “substituir” a vacina da febre amarela. 

É importante e fundamental compreender que a Homeopatia, com mais de 200 anos de prática, é uma das 53 especialidades médicas, reconhecida desde 1985 pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Há embasamento científico e prático suficientes para sua aplicação.

A homeopatia é um curso de pós-graduação, aberto a quem quiser entendê-la e aplicá-la, que requer 3 anos de aulas e uma vida inteira de aprendizado além de uma relação médico-paciente estável e de confiança. Medicina, Farmácia, Veterinária e Odontologia são formações básicas necessárias para se candidatar a esse curso.

A Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) e a Associação Paulista de Homeopatia (APH) se manifestaram, no dia 23 de janeiro, em relação a “esses supostos tratamentos” veiculados na mídia.

Reiteramos que essas formulações não contam com o apoio oficial da Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB). A utilização sistemática de medicamentos homeopáticos, conforme vem sendo divulgada amplamente, que não foram testados cientificamente, é incompatível com a boa prática homeopática. Além disso, essas postagens incitam a automedicação, atitude reprovável e que pode colocar em risco a saúde da população. A AMHB está de acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Ministério da Saúde quanto à prevenção e ao manejo dessas enfermidades.”

Dessa forma, fica um alerta que faço sempre que vivenciamos situações de risco à saúde que fragilizam a população. Não há milagres. A homeopatia tem suas especificações. É uma ótima prática a se procurar sempre, mesmo em épocas de epidemia. A homeopatia é uma ciência séria, que tem no paciente, em sua totalidade, o centro de suas atenções e pode ser usada em qualquer tipo de situação, após uma consulta médica especializada, e receitada por profissionais habilitados, éticos e atualizados.

Entretanto, não há nenhum estudo científico conhecido que comprove sua validade na substituição das condutas básicas de imunização recomendadas pela Organização Mundial de Saúde, (OMS), pelo Ministério da Saúde, pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) ou pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

E que fique claro: a homeopatia não tem absolutamente nada contra as vacinas. Não existe NENHUMA declaração de Samuel Hahnemann, criador da homeopatia, que sequer sugira que a vacinação não deva ser aplicada de acordo com os critérios recomendados. 






Dr. Moises Chencinski – CRM.: 36.349 - Médico Pediatra e Homeopata

Site: http://www.drmoises.com.br



Pesquisador da UFSCar esclarece informações e alerta para o combate efetivo dos mosquitos transmissores



De acordo com o Ministério da Saúde brasileiro, no período de 1º de julho de 2017 e 30 de janeiro deste ano, foram registrados 213 casos de febre amarela, sendo que 81 pessoas foram a óbito. No mesmo período do ano passado (entre julho de 2016 e janeiro de 2017) foram 468 casos confirmados da doença e 147 mortes. Atualmente, já foram notificados 1.080 casos suspeitos, sendo que 432 foram descartados e 435 permanecem em investigação. Apesar de ser a febre amarela silvestre - o vírus está circulando apenas em ambientes de mata -, especialistas apontam que a reurbanização da doença é iminente e os riscos de contaminação em massa nas cidades são altos. "Temos mosquito que transmite o vírus da doença nas cidades, como o Aedes aegypti. Se não houver o controle desse vetor, o risco da febre amarela entrar nas cidades, diante do atual surto, é muito alto", relata Bernardino Alves Souto, docente do Departamento de Medicina (DMed) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e líder do Grupo de Pesquisa Clínica e Epidemiológica Aplicada em Ciências da Saúde.

De acordo com o docente, "a febre amarela apresenta surtos de vez em quando, principalmente em áreas de alta circulação viral, como matas e seu entorno. A doença atinge uma população mais suscetível e o surto acontece. Depois as pessoas ficam imunizadas e o quadro fica mais brando. No entanto, a intensidade do surto atual está muita alta, provavelmente devido a um grande desequilíbrio ecológico que oportunizou a intensidade da circulação viral em volta das matas, de onde a doença está vindo". Alves Souto afirma que esse é o pior surto de febre amarela já ocorrido no Brasil desde a década de 1930 e sua alta intensidade pode provocar a reurbanização da doença.
 "Se vier uma pessoa com febre amarela para São Carlos nos primeiros dias da doença, há risco dessa pessoa ser picada pelo Aedes aegypti e contaminar esse mosquito. Uma vez contaminado, o mosquito poderá transmitir o vírus da febre amarela a outras pessoas", alerta o pesquisador.

A vacinação contra a febre amarela é uma barreira importante, principalmente nesse momento de forte surto, "mas só com ela não vamos vencer essa guerra, ainda que possamos vencer uma primeira batalha. É preciso investir no combate eficaz do mosquito transmissor, o que também vai evitar outras doenças, como dengue, chikungunya e zika, que ameaçam novas epidemias no Brasil", afirma Alves Souto. Pesquisa recente realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, comprovou o potencial de transmissão do vírus da febre amarela pelo Aedes aegypti e também apontou para a importância do combate aos criadouros do mosquito. "Por isso que combater os mosquitos é primordial para evitarmos epidemias ainda mais desastrosas", reforça o professor da UFSCar.


Combate histórico e ineficaz

"O Brasil sempre combateu epidemias de dengue por meio de medidas de baixa eficiência; medidas focais de impacto paliativo e imediatista mediante um modelo de gestão pouco produtivo e nunca enfrentou as causas socioambientais, políticas e econômicas da doença. Sempre se negou a intervir sobre o modelo social e urbano de desenvolvimento responsáveis por agravos dessa natureza. Nosso sistema de saneamento ambiental, de coleta, reciclagem e destinação do lixo, de planejamento urbano, entre outros, são extremamente atrasados e subservientes aos interesses especulativos em detrimento do interesse da vida e do bem-estar das pessoas. Nossa cultura é individualista, consumista, competitiva e o combate à dengue e a essas outras doenças exige o contrário. A educação e a formação de pessoas no Brasil também sempre foi negligenciada ao ponto de dificultar as pessoas de cuidarem adequadamente de si e do ambiente. Desde que reintroduzidas no Brasil na década de 1980, as epidemias de dengue, por exemplo, têm vindo cada vez mais mortais, mais próximas umas das outras e mais agressivas, como se estivéssemos lançados à própria sorte e não tivéssemos nenhuma possibilidade de defesa", relata Alves Souto, que também é representante da UFSCar no Comitê Municipal de Combate à Dengue de São Carlos, que reúne integrantes de 11 instituições diferentes do Município.

De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, em 2017 (dados contabilizados até o início de setembro), foram 219.040 casos de dengue notificados, sendo que a maior incidência dos casos estava nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.
Foram confirmados 88 óbitos causados pela doença no Brasil e outras 222 mortes estão sob investigação para certificação da causa por dengue. 

Em São Carlos, dados da Vigilância Epidemiológica mostram que a cidade enfrentou, em 2015, uma epidemia de dengue, com 22.331 casos confirmados da doença, e no ano passado foram 1.172 casos notificados, com 45 positivos. Apesar do número de infectados ter caído, o risco de novas epidemias é iminente já que o cenário epidemiológico é favorável, com chuvas, calor, águas acumuladas, pessoas não imunizadas e muito Aedes aegypti circulando. "A dengue tem quatro sorotipos de vírus. Na epidemia passada, muitas pessoas ficaram imunizadas pelo sorotipo que circulou daquela vez, em 2015. Caso circule um vírus diferente, poderemos ter uma epidemia tão grave ou pior. A chance de chikungunya e zika também é grande devido ao fato de praticamente não haver pessoas imunizadas contra essas doenças em São Carlos, ao mesmo tempo em que esses vírus já circulam pela cidade. Além disso, vivemos o alto risco da reurbanização da febre amarela, que é uma doença grave que pode levar à morte 40% ou mais dos doentes", alerta Alves Souto. 


Prevenção

O município de São Carlos é área com recomendação permanente da vacina contra febre amarela desde 2008, quando registrou um óbito autóctone (infectado dentro do município) da doença. De acordo com a Prefeitura Municipal, a vacinação está sendo feita por agendamento nas unidades de saúde. Indicações e orientações sobre a vacinação devem ser obtidas nas próprias unidades.

Além disso, para tentar impedir a proliferação do Aedes aegypti, a Equipe de Combate a Endemias da Vigilância Epidemiológica de São Carlos realiza diversas ações de controle como vistoria e pesquisa larvária em pontos estratégicos (borracharias, oficinas mecânicas, depósitos de material reciclável, dentre outros), locais de maior importância para criação e dispersão ativa e passiva do vetor, com grande quantidade de recipientes em condições de acumular água, e também em imóveis especiais, como hospitais, escolas, creches, asilos, supermercados, parques, entre outros. "As áreas com maior número de focos do mosquito recebem ações de bloqueio de criadouros, bloqueio de nebulização, mobilização social e, sempre que possível, mutirão de limpeza para remoção de inservíveis e orientação à população", relata Denise Scatolini, instrutora da Equipe Municipal de Combate à Endemias de São Carlos.

O professor da UFSCar aponta que, além das iniciativas do poder público, é preciso que a própria população esteja engajada na luta contra o mosquito e adote medidas de combate aos criadouros e de preservação do ambiente e da saúde. 

Sem esses cuidados e essa força-tarefa integrada da sociedade, o pesquisador acredita que novas epidemias serão inevitáveis nos próximos anos e alerta que elas podem gerar impactos consideráveis nos âmbitos social, econômico e da saúde. "Epidemias de dengue, febre amarela, zika e chikungunya geram absenteísmo no trabalho, muito sofrimento físico e psicológico, algumas mortes, intensa sobrecarga ao serviço de saúde, aumento significativo nos custos do sistema de saúde, crescimento no consumo de medicamentos, além de complicações de outras doenças que o infectado já possui", afirma ele. "Nenhum custo sanitário, social e econômico relacionado à prevenção dessas doenças, sequer, se aproxima do custo que é deixar uma epidemia acontecer. O custo econômico de uma epidemia supera, e muito, o da prevenção. Fora o custo social e humano, que não tem como medir", complementa Alves Souto. Scatolini considera que a prevenção ainda é a melhor ação e defende que, além das iniciativas e campanhas já estabelecidas pela Prefeitura de São Carlos, a participação efetiva da população nesta causa é essencial. O professor da UFSCar acrescenta: "As pessoas precisam ter consciência que dengue e febre amarela podem matar; que chikungunya e zika podem deixar sequelas; e que o saneamento ambiental, ainda que obrigação do poder público, não pode ser negligenciado pelo indivíduo nos espaços por ele frequentados porque o interesse é dele mesmo".

Para Bernardino Alves Souto, além da robusta mobilização social que envolve a mudança do modo como a pessoas vivem, convivem e produzem o desenvolvimento, é preciso construir cidades com espaços e oportunidades mais saudáveis, equilibrados e distribuídos com equidade. "Para erradicarmos essas doenças do nosso País, os municípios precisam ter mecanismos de drenagens pluviais adequadas, com coleta, destinação, tratamento e reciclagem de lixo eficientes. É preciso ter planos diretores preservacionistas do meio ambiente e que priorizem o bem-estar das pessoas; investir amplamente em saneamento e educação ambientais. A construção, a administração e a manutenção das cidades precisam mudar para um modelo com características mais humanizadas, mais sanitárias e menos especulativas", conclui o professor.



 

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