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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Vivências profissionais e habilidades sociais são fundamentais para jovens que se formam



Mais de 1 milhão de jovens se formam todos os anos. Colocação profissional é um verdadeiro dilema e pode levar a quadros de depressão e ansiedade


Estima-se que mais de 1 milhão de estudantes concluem todos os anos o ensino superior, segundo dados do Censo da Educação Superior, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Entretanto, dentro do contexto social, político e financeiro que o Brasil vive, estes jovens podem enfrentar dificuldades para encontrar seu lugar ao sol.

Aliado ao momento tenso do país, a escolha pelo curso também tem um impacto importante. Segundo dados do Inep, a maioria dos jovens se forma em administração, direito e em computação. Não há tantas vagas para absorver estes profissionais. Outro ponto é que a falta de experiência prática também pode prejudicar na hora da seleção.

Impacto nas emoções
 
O estresse causado pela pressão da família e pela autocobrança por encontrar um trabalho depois do término da faculdade pode levar alguns jovens a desenvolverem quadros de ansiedade, depressão e abalar a autoestima.

“Tem sido muito comum na prática clínica o atendimento a jovens que estão desorientados sobre o que fazer após a graduação e que não sabem lidar muito bem com a pressão da família, acabam se cobrando demais e podem adoecer”, explica a neuropsicóloga, Ghina Machado, cofundadora da Estar Saúde Mental.

Para orientar os recém-formados, elaboramos, com a ajuda da especialista, algumas dicas que podem contribuir para um melhor direcionamento na vida profissional. Confira.  
  1. Escolha certa: Muitos jovens se formam, mas descobrem ao final do curso que não era a área mais adequada para o seu perfil. “Isso é normal e até esperado quando a pessoa precisa escolher uma profissão tão precocemente. Porém, para evitar ficar muitos anos estudando e, protelar assim, uma colocação profissional, o ideal é passar com um psicólogo que possa fazer uma orientação vocacional. Dessa forma, é possível fazer uma escolha mais assertiva, considerando suas habilidades e traços de personalidade. Outra ideia é conversar com bons profissionais das áreas pretendidas para ajudar a perceber se aquela carreira é adequada ou não.
  2. Vivências são fundamentais: Hoje, é comum que muitos jovens só procurem trabalho depois de formados, dependendo do curso. Claro, que há cursos em que os estágios são obrigatórios. “No caso das graduações que não exigem estágios, o ideal é procurar vagas para poder acumular experiência, tudo o que as empresas exigem dos recém-formados. Essas vivências podem ser diversas, porém quanto mais experiência tiver na sua área melhor para a aprendizagem e absorção no mercado de trabalho. Lembrando que tudo contará como experiência profissional e será importante no momento da seleção”, comenta a especialista.  
  3. O que as empresas esperam: Formar-se em uma faculdade tradicional e falar inglês já não bastam para ser contratado. As empresas podem até selecionar pelo currículo, mas o que define a permanência é o comportamento. Para Ghina, entender quais são os comportamentos esperados hoje no mundo corporativo é essencial. Entre as principais competências estão comprometimento, responsabilidade, pró-atividade, bom relacionamento interpessoal e ser multitarefas.
  4. Confiança é tudo: Confiar na própria capacidade é essencial em todas as áreas da vida, inclusive na vida profissional. “A autoestima e a autoconfiança podem ser minadas pelas tentativas frustradas de procurar um trabalho. Por isso, é preciso trabalhar para desenvolver a segurança e a autoestima. Isso pode ser feito com a ajuda de um psicólogo, por exemplo”, explica a Ghina.
  5. Incentivo da família desde cedo: A família precisa ter consciência de que desde a infância há valores que devem ser transmitidos para os filhos. Por exemplo, a criança precisa entender que o trabalho é importante, gratificante e que todo tipo de trabalho é digno. Com isso, o estímulo da família para que o jovem estude, busque experiências na sua área, e desenvolva características como comprometimento e responsabilidade são fundamentais para o sucesso profissional.
“O jovem precisa escolher uma formação adequada ao seu perfil, investir nas experiências práticas, assim como desenvolver sua autoconfiança e habilidades sociais para que depois de formado possa conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho”, conclui Ghina.






Seis mitos e verdades sobre imóveis financiados



Eficaz, modelo de compra é menos complexo do que parece


A conquista do imóvel próprio ainda é o sonho da maioria dos brasileiros, segundo pesquisa divulgada pelo Data Popular em 2017. Diante de cenários de crise cada vez mais constantes, aumenta o número de pessoas que encontram dificuldades na hora de decidir qual a melhor forma de adquirir um novo bem. 

Um modelo de compra bastante conhecido, porém, cercado de mitos, é o financiamento. Nele, o banco paga ao vendedor do imóvel o valor que o cliente deseja financiar e, a partir de então, o cliente deve quitar sua dívida, mas, dessa vez, com o banco. Segundo Jaime Ramos, sócio da Habitare Participações, é fundamental pesquisar bem os imóveis e opções de financiamento disponíveis, para adequar o sonho da casa própria com o orçamento. “Imóveis dentro do Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, evoluíram muito em termos de conceito e qualidade e são ideais para jovens casais ou quem acabou de ter seu primeiro filho. Não tenha preconceito ao buscar seu financiamento”, explica.

Para ajudar quem ainda não entende desse mercado, o empresário lista seis mitos e verdades sobre a compra de imóveis financiados. Saiba o que é realmente verdade e o que você deve deixar de lado para poder realizar o sonho da casa própria em 2018:


1 - “Qualquer imóvel pode ser financiado”

MITO. No caso de novas construções, a aprovação ocorre de modo mais fácil. Aposte em comprar os imóveis na planta, com financiamento com instituições como a Caixa Econômica Federal! No caso de um imóvel pronto, a aprovação só ocorre se as documentações, tanto do imóvel, como do proprietário, estiverem em dia. Afinal, o imóvel é a própria garantia e deve estar em bom estado.


2 - “Os contratos são sempre iguais”

MITO. Não existe um contrato padrão. Além das diferenças de valor de financiamento e de parcela, pode haver acertos diferenciados na forma de pagamento, composição de renda e até a possibilidade de troca do titular do financiamento.


3 - “Vale a pena antecipar o pagamento das parcelas”

VERDADE. Se houver condições, essa é uma ótima alternativa, pois além de o imóvel deixar de ser alienado, há a possibilidade de redução de juros. 


4 - “Preciso ser casado (a) para compor a renda”

MITO. Cada banco determina suas regras. Mas, em algumas instituições, é permitido compor a renda com outro parente: irmãos, pais e até mesmo cunhados.


5 - “É possível obter crédito antes de escolher o imóvel”

VERDADE. Para agilizar o processo, é possível entrar com o pedido de financiamento antes de saber qual imóvel você vai comprar. Se aprovado, o banco fornecerá uma carta de crédito que vale por no mínimo três meses, o que garante que o comprador tem o dinheiro necessário para concluir a compra.


6 - “O valor das parcelas diminui conforme o pagamento”

MITO. Tudo irá variar de acordo com o sistema de amortização definido no contrato.





Na contramão do ONU-Habitat



Em setembro de 2016, escrevi artigo, publicado em vários jornais, intitulado “A desconstrução do futuro”, no qual observei o descompasso entre as políticas públicas relativas às cidades no Brasil e as recomendações da Terceira Conferência da ONU sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável (Habitat III), que seria realizada em Quito, no Equador, de 17 a 20 de outubro. Transcorrido um ano, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), com apoio do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), realizou, em Santiago, no Chile, a Conferência das Cidades, destinada a implementar as medidas sugeridas no Habitat III.

Um dos aspectos discutidos neste evento é a necessidade de um planejamento urbano que proteja as cidades de riscos de desastres, como inundações. Outro avanço refere-se à importância de se implementarem mais parcerias público-privadas e várias frentes de colaboração entre governos e empresas para se promover o desenvolvimento dos municípios, que implica mobilidade, empregabilidade, segurança, bem-estar, moradia digna e sustentabilidade socioeconômica.

Esta síntese sobre a Conferência de Santiago nos alerta que continuamos no caminho errado no Brasil, a começar pela falta de sintonia do poder público em relação à parceria com a iniciativa privada, recomendada por alguns dos maiores especialistas mundiais no tema. O problema começa com a falta de adequado planejamento para a expansão das cidades, cujo crescimento é desordenado, suscitando providências improvisadas para o trânsito, moradia, abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, geração de empregos e segurança pública.

Falta-nos mais diálogo com a sociedade e os setores produtivos, aproximação com universidades para a aplicação prática de seu conhecimento e segurança jurídica para investir, além de todos os onerosos itens do “custo Brasil”. Com honrosas exceções, os planos diretores quinquenais dos municípios estão longe de conter parâmetros eficazes para o desenvolvimento urbano.

Também poderíamos ter uma infraestrutura urbana e habitacional mais avançada, independentemente das crises econômicas intermitentes, se não fosse tão dificultada a realização de projetos socioambientalmente sustentáveis, que contemplam moradia, água, esgoto, saúde, escolas e infraestrutura. Há numerosos empreendimentos legalmente aprovados e licenciados, mas paralisados por força de discussões judiciais na esfera ambiental. É um custo com o qual todos os brasileiros arcam, considerando o investimento desperdiçado, os empregos não criados, a arrecadação de impostos não efetivada e os problemas sociais e demográficos decorrentes do déficit de moradias.

Na maioria das vezes, no caso dos projetos ecologicamente corretos, a paralisação não se justifica, pois os processos de aprovação e licenciamento ambientais aperfeiçoaram-se, assim como o entendimento dos empreendedores e a tecnologia disponível, além de todos os processos compensatórios eficazes.

O fato de o Brasil estar desconectado das recomendações dos especialistas e organizações multilaterais, como a ONU e a Cepal, está expresso nos números de nossas metrópoles, os quais revelam a proliferação de favelas, o desemprego, a poluição, saneamento básico insuficiente, criminalidade, congestionamentos no trânsito, quedas na rede de energia elétrica e qualidade de vida decrescente. Falta em nosso país a percepção de que esses problemas poderiam ser mitigados por um planejamento urbano de longo prazo, que levasse em conta a inexorabilidade do crescimento e adensamento urbano. Sem priorizar investimentos em soluções urbanísticas que assegurem qualidade de vida e um futuro melhor para os brasileiros, corremos o risco de perpetuar os índices negativos do bem-estar urbano.

Na Conferência de Santiago, demonstrou-se que 85% da população da América Latina e do Caribe estarão vivendo em cidades até 2050. Para nós, brasileiros, permanece no ar a pergunta: como enfrentaremos esse desafio?






Luiz Augusto Pereira de Almeida - diretor da Fiabci/Brasil e diretor de Marketing da Sobloco Construtora.







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