Certamente
você já ouviu falar sobre a economia inclusiva, tema muito debatido e
considerado “na moda”, mas pouco aplicado na prática no Brasil. O termo, também
conhecido como economia sustentável, tem como finalidade atender às
necessidades e os direitos dos seres humanos, criando oportunidades para a
geração de renda, promovendo a distribuição equitativa da riqueza e, assim,
permitir o acesso a bens e serviços públicos para garantir condições de vida
digna para toda a população, reduzindo as desigualdades sociais e erradicando a
pobreza.
De acordo com o Ranking de
Desenvolvimento Inclusivo, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial neste ano, o
Brasil ocupa a 37ª posição no grupo dos países emergentes. Os critérios
avaliados pelo Ranking são o crescimento e desenvolvimento, a inclusão e
administração sustentável dos recursos financeiros e naturais. Diante desse
cenário, é possível concluir que estamos muito atrasados e precisamos evoluir.
Por compreender a importância da
economia inclusiva, o tema foi debatido durante a reunião do Fórum Econômico
Mundial deste ano, em Davos, na Suíça. A preocupação principal é sobre como
tratar a repartição de renda. Especialistas afirmam que não há outra forma que
não seja a economia compartilhada. Vale destacar, inclusive, que esse assunto
não é apenas um problema do poder público, mas de todo mundo, inclusive das
empresas.
O Papa Francisco enviou uma mensagem
ao Fórum em Davos, enfatizando que “é fundamental salvaguardar a dignidade da
pessoa humana”, sobretudo “oferecendo a todos reais oportunidades para um
desenvolvimento humano integral, através de políticas econômicas que favoreçam
a família”.
Dentro do âmbito de negócios também é
preciso melhorar a nossa cultura de competição de livre mercado. Ao
cumprirem-se as leis, a livre concorrência ajudará a evitar a concentração
exagerada de alguns mercados e garantirá as mesmas oportunidades a todos,
evitando o estrangulamento de cadeias produtivas.
Além de analisar todas essas
influências externas, as companhias não podem esquecer de olhar internamente:
os seus processos são sustentáveis? É fundamental enxergar todos os elos da
cadeia: desde os extrativistas em uma atividade primária, até o exercício da
inovação no uso intensivo da tecnologia, de forma que todos sejam beneficiados,
e, além disso, garantir a proteção dos recursos naturais, para evitar que a
expansão dos seus negócios não signifique a devastação.
Para concluir, tanto o poder público
como as empresas devem exercer o seu papel, pois assim, vamos conseguir
melhorar não somente a nossa colocação no ranking, mas também, garantir
condições para um ambiente intolerante à corrupção e comprometido com a justiça
social - o que certamente resultará na inclusão de todos.
Wellington Rodgério - diretor financeiro do Grupo Sabará,
empresa especializada no desenvolvimento de tecnologias, soluções e
matérias-primas de alta performance, voltadas aos mercados de tratamento de
águas, cosméticos, nutrição e saúde animal e à indústria de alimentos e
bebidas.