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quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Você sente dor durante as relações sexuais? Entenda as causas

Médico explica dois quadros comuns que acomete as mulheres

 

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a dor durante a relação sexual acomete cerca de 39,5% das mulheres brasileiras entre 40 e 65 anos. O sexo deve ser uma experiência de prazer e intimidade, não dor ou desconforto. No entanto, muitas ainda enfrentam o tabu e a vergonha de discutir abertamente questões relacionadas à sexualidade, mesmo com seus parceiros. 

Existem dois quadros muito comuns que se apresentam e, infelizmente, muitas não possuem o diagnóstico. Pensando nisso, o Dr. Thiers Soares, médico ginecologista referência internacional em mioma, endometriose e adenomiose, explica os principais motivos para acontecer esse problema, além de como realizar o diagnóstico e o tratamento.



1. Dispareunia

O termo é utilizado para descrever a dor recorrente durante o ato sexual. Na verdade, esse problema pode surgir em qualquer tipo de penetração, seja durante o sexo, na introdução de um espéculo em um exame ginecológico, ou até mesmo ao usar um absorvente interno. Existe a dispareunia primária, quando ocorre desde a primeira relação sexual e persiste ao longo da vida; a secundária, quando a mulher começa a sentir desconforto após anos de relações sexuais satisfatórias; e a situacional, que ocorre apenas com determinados parceiros ou situações. Embora a dispareunia possa afetar pessoas de ambos os sexos, ela é mais comum entre as mulheres.

É necessário primeiramente identificar em que momento o incômodo ocorre — durante a penetração profunda ou logo no início da relação. Essa informação é essencial para um diagnóstico preciso. Dor na penetração profunda pode indicar condições como endometriose ou a presença de miomas, enquanto desconforto no início do ato pode estar ligado a questões musculares, como o vaginismo. 

Para um diagnóstico completo, são realizados exames médicos, como o ginecológico, além de testes laboratoriais e, em alguns casos, exames de imagem para detectar possíveis condições. Além disso, uma avaliação do estado emocional é essencial para identificar possíveis causas como ansiedade, estresse, traumas ou dificuldades no relacionamento. Em muitos casos, a dispareunia pode ser tratada com sucesso, mas o caminho para a recuperação exige paciência e um tratamento adequado.


2. Vaginismo


É uma contração involuntária dos músculos ao redor da entrada vaginal, dificultando a penetração e provocando dor durante a relação sexual. A real incidência desta condição na população ainda é desconhecida, já que muitas não se sentem à vontade para discutir problemas sexuais com seus médicos. No entanto, algumas pesquisas indicam que até 40% das mulheres podem vivenciar algum grau de vaginismo ao longo da vida.


Ainda não existe um exame específico para diagnosticar o quadro e o ideal é que a avaliação seja feita por um ginecologista ou um fisioterapeuta pélvico com experiência em disfunções sexuais. O profissional de saúde pode realizar um exame físico para identificar possíveis anormalidades ou infecções na região genital, que são algumas das causas físicas do vaginismo. Além disso, é essencial discutir a história sexual da paciente, os sintomas apresentados, fatores emocionais e quaisquer outros problemas de saúde que possam estar relacionados à condição.

O tratamento normalmente requer uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir terapia, aconselhamento para casais, exercícios de relaxamento e, em alguns casos, o uso de dilatadores vaginais. Se, ao conhecer mais sobre condições como dispareunia e vaginismo, você perceber que seus sintomas não correspondem ao que seria considerado normal, procure a orientação de um especialista. Esse profissional poderá realizar os exames necessários, fornecer um diagnóstico preciso e indicar as melhores opções de tratamento para cuidar da sua saúde e bem-estar.

 

 

Dr. Thiers Soares - Doctor Honoris Causa pela Universidade Victor Babes/Romênia, Dr. Thiers Soares, graduado em Medicina pela Fundação Universitária Serra dos Órgãos (2001), é ginecologista especialista em doenças como Endometriose, Adenomiose e Miomas. Também é médico do setor de endoscopia ginecológica (Laparoscopia, Robótica e Histeroscopia) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ). O especialista é membro honorário da Sociedade Romena de Cirurgia Minimamente Invasiva em Ginecologia, membro honorário da Sociedade Búlgara de Cirurgia Minimamente Invasiva, membro honorário da Sociedade Romeno-Germânica de Ginecologia e Obstetrícia e membro da diretoria e comitês de duas das maiores sociedades mundiais em cirurgia minimamente invasiva em ginecologia (SLS e AAGL). O especialista foi um dos responsáveis por trazer para o Brasil a técnica de Ablação por Radiofrequência dos Miomas Uterino, um tratamento moderno e eficaz, que causa a destruição térmica de tumores uterino.



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