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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Disfunção erétil como indicador de doenças cardiovasculares

 

A conexão entre disfunção erétil e doenças cardíacas está nos vasos sanguíneos. O pênis possui vasos menores do que os do coração e do cérebro, o que significa que problemas como aterosclerose (acúmulo de placas de gordura) podem se manifestar primeiro com dificuldades para manter uma ereção, antes mesmo de sintomas cardíacos, como dor no peito ou falta de ar. 

“A disfunção erétil pode surgir cerca de 3 a 5 anos antes de um evento cardiovascular, como um infarto ou AVC. É como um alarme precoce que não deve ser ignorado,” alerta o especialista. 



Doenças ligadas à disfunção erétil

  1. Hipertensão arterial: A pressão alta danifica os vasos sanguíneos, dificultando o fluxo de sangue necessário para uma ereção.
  2. Diabetes: Níveis elevados de glicose no sangue podem danificar nervos e vasos sanguíneos, afetando a função erétil.
  3. Aterosclerose: O acúmulo de placas de gordura nas artérias reduz o fluxo sanguíneo em todo o corpo, incluindo o pênis.
  4. Insuficiência cardíaca: Problemas no bombeamento do coração podem afetar a circulação e comprometer a saúde vascular.


Outros fatores que contribuem para a disfunção erétil

Além das doenças cardiovasculares, outros fatores podem agravar a DE:

  • Tabagismo: O cigarro reduz o fluxo sanguíneo e prejudica a saúde vascular.
  • Obesidade: O excesso de peso está associado a níveis mais baixos de testosterona e maior risco de doenças cardíacas.
  • Sedentarismo: A falta de exercícios físicos contribui para o enfraquecimento dos vasos sanguíneos.
  • Estresse e ansiedade: Problemas psicológicos podem agravar a disfunção erétil, criando um ciclo difícil de quebrar.


Como a disfunção erétil pode ser tratada?

O tratamento da disfunção erétil deve começar com uma investigação cuidadosa das possíveis causas subjacentes. Muitas vezes, o problema pode ser um sintoma de algo maior.
 

1. Mudanças no Estilo de Vida

  • Adotar uma alimentação saudável, como a dieta mediterrânea.
  • Praticar atividades físicas regularmente.
  • Parar de fumar e reduzir o consumo de álcool.
  • Dormir melhor para equilibrar os níveis hormonais.


2. Controle de Doenças Crônicas

Se a DE está relacionada a condições como hipertensão, diabetes ou colesterol alto, o controle adequado dessas doenças é essencial para melhorar a função erétil.


3. Terapias e Medicamentos

  • Inibidores de PDE-5, como o sildenafil (Viagra), podem ajudar a aumentar o fluxo sanguíneo para o pênis.
  • Terapias hormonais: Se a testosterona estiver baixa, a reposição hormonal pode ser considerada.
  • Terapias psicológicas: Trabalhar a saúde mental com um psicólogo ou terapeuta sexual pode ajudar.


4. Abordagens Avançadas

  • Dispositivos de vácuo: Criam ereções mecanicamente.
  • Próteses penianas: Usadas em casos mais graves.
  • Terapias regenerativas: Como ondas de choque, que estimulam a formação de novos vasos sanguíneos no pênis.


Quando procurar ajuda médica?

Se você está enfrentando dificuldades frequentes para manter uma ereção, é fundamental procurar um médico. Mais do que restaurar sua vida sexual, o diagnóstico precoce de uma doença cardiovascular pode salvar sua vida.

“A disfunção erétil não deve ser motivo de vergonha ou algo para ser ignorado. Encare como uma oportunidade de cuidar da sua saúde como um todo,” enfatiza Dr. Alexandre Sallum.

Se você está enfrentando dificuldades, não ignore os sinais. Sua saúde merece atenção — dentro e fora do quarto. Afinal, cuidar do coração é cuidar da vida.




Dr. Alexandre Sallum Bull - CRM 129592 - Médico Urologista. Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)



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