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Hábitos como a prática regular de atividades físicas ajudam a prevenir doenças como Alzheimer, Parkinson e depressão
Os
brasileiros estão vivendo cada vez mais. Segundo projeções do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2070 o país terá 75,5 milhões
de idosos, ou seja, pessoas com 60 anos ou mais. Essa boa notícia, porém, vem
acompanhada de questionamentos: o que é necessário para envelhecer bem? Como
lidar com doenças físicas e mentais associadas à idade, como as demências?
De
acordo com o Relatório Nacional sobre a Demência: Epidemiologia,
(Re)Conhecimento e Projeções Futuras, lançado em dezembro de 2024, pelo
Ministério da Saúde e pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP),
estima-se que, até 2050, 5,6 milhões de brasileiros tenham algum tipo de
demência, como Alzheimer ou Parkinson.
O
professor de psicologia do Centro Universitário Una, Luís Mafle, destaca que
essas doenças são as mais desafiadoras e frequentes no envelhecimento, e,
atualmente, não têm cura. O primeiro passo para enfrentá-las, segundo ele, é
estar atento aos sinais iniciais. “Esquecimentos de objetos, pessoas, palavras
ou do local onde mora podem parecer simples, mas tendem a se agravar, levando à
perda severa de memória e ao declínio cognitivo. Embora não tenham cura,
doenças como Alzheimer e Parkinson podem ter sua progressão controlada com
diagnóstico precoce, permitindo o uso de terapias e medicamentos eficazes”,
explica Mafle.
Outro
problema de saúde comum nessa fase da vida é a depressão, frequentemente
causada pela falta de interação social e pelo isolamento do idoso. “Os
familiares precisam estar atentos à ausência de contatos sociais. Entre os
idosos que alcançam os 100 anos de idade, um dos diferenciais é a
sociabilidade. Quanto mais interações sociais eles têm, menor a chance de
desenvolverem depressão e maior a expectativa de vida”, destaca o professor.
Mafle
enfatiza que é possível prevenir doenças neurológicas, mentais e físicas, mesmo
com o avanço da idade. “Adotar um estilo de vida saudável é essencial. A
prática regular de atividades físicas, por exemplo, proporciona aos idosos uma
sensação de bem-estar e controle sobre suas vidas. Além disso, ajuda a prevenir
condições como hipertensão, osteoporose, doenças cardíacas e diabetes”,
analisa.
Longevidade
Por
que algumas pessoas envelhecem bem e outras não? A resposta ainda não é
totalmente compreendida. Mafle explica que o envelhecimento físico, orgânico,
muscular e da pele é inevitável para todos, mas a chamada idade funcional — a
capacidade de interagir em um ambiente físico e social em comparação com outras
pessoas da mesma idade cronológica — pode fazer a diferença. “O estilo de vida
e os traços de personalidade ao longo da vida são determinantes para um
envelhecimento mais sustentável”, acrescenta.
Envelhecimento do cérebro
Ao
contrário do que muitos acreditam, o envelhecimento do cérebro é mais sutil do
que o envelhecimento físico, afirma o psicólogo. “O cérebro de uma pessoa idosa
mantém a plasticidade, ou seja, a capacidade de reorganizar seus circuitos
neurais e responder aos desafios da idade. Por exemplo, se um idoso perde força
muscular, mas seu cérebro permanece ativo, ele pode compensar essa perda
utilizando outra atividade cerebral, como ativar rapidamente um braço para
evitar uma queda após a falha de uma perna”, exemplifica.
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