Uso incorreto do acessório na infância e
adolescência contribui com problemas ortopédicos na vida adultaFreepik
Com a volta às
aulas se aproximando, muitos pais enfrentam a difícil tarefa de escolher a
mochila ideal para seus filhos. Essa decisão vai muito além da aparência e do
estilo, ela tem impacto direto na saúde das crianças e adolescentes.
De acordo com o médico José Carlos Souza Vilela, ortopedista cooperado da Unimed-BH, a dor na coluna é a queixa mais frequente nas consultas relacionadas a ortopedia. Ele alerta que 85% da população adulta mundial já sentiu dores nas costas, e 70% dos problemas de coluna podem estar relacionados a hábitos adquiridos na infância e adolescência, como carregar peso de forma inadequada.
O especialista
ainda aponta que o problema é frequentemente causado por alterações adaptativas
anatômicas e fisiológicas. “As consequências mais comuns são as dores na
coluna, na lombar, nos ombros e no pescoço. Podem ocorrer também fadiga
muscular, alterações posturais e de marcha e sensação de dormência nos braços.
A longo prazo, o uso incorreto do acessório pode acarretar deformidades na
coluna, contribuindo para problemas ortopédicos no futuro”, pontua.
Mochila
tradicional ou de rodinhas?
O uso das mochilas
escolares, geralmente, é liberado a partir dos três anos, mas o tipo ideal
varia conforme a faixa etária. Para crianças de 3 a 5 anos, o mais indicado é o
modelo de rodinhas, que evita sobrecarregar o sistema musculoesquelético em
desenvolvimento. Já a partir dos cinco anos, é possível optar pela mochila
tradicional, desde que alguns fatores sejam considerados durante a escolha.
De acordo com Vilela, é fundamental observar se a mochila tem alças largas e acolchoadas, com um sistema de ajuste que distribua o peso de maneira uniforme. “O peso da mochila não deve ultrapassar 10% a 20% do peso corporal da criança. Além disso, os pais devem ficar atentos a sinais de sobrecarga, como dificuldade para colocá-la nas costas, curvatura do corpo para frente ao carregá-la ou queixas de dor lombar ou articular”, ressalta o ortopedista.
Caso a escolha
seja uma mochila de rodinhas, Vilela recomenda alternar os braços ao puxá-la,
para evitar sobrecarga em um só lado do corpo. “Alternar os ombros evita que a
criança sinta dores, o que é uma reclamação comum com esse tipo de acessório.
Quando a mochila é a tradicional, de colocar nas costas, deve sempre ser
carregada utilizando as duas alças, garantindo uma melhor distribuição de peso,
evitando deformidades na coluna e problemas ortopédicos no futuro”, aponta o
ortopedista.
Dicas para
escolher a mochila ideal:
- Dê
preferência para mochilas com alças largas e acolchoadas,
para melhor distribuição da carga.
- Escolha
mochilas com muitos bolsos internos e externos, de
maneira que o peso seja mais bem distribuído e organizado.
- Prefira
as mochilas com fitas de regulagem para
adequar ao tamanho, fitas compressivas para o conteúdo, de forma que os
livros não fiquem soltos e fiquem mais próximos do corpo.
- Para
as crianças pequenas, as mochilas com rodas e alças
que permitem que a mochila seja arrastada.
- Para
os maiores, com menor peso corporal, há mochilas com fitas
para a região peitoral e da cintura que distribuem melhor
o peso.
- Escolha os modelos mais leves possíveis (evite peso desnecessário).
Com
esses cuidados, é possível preservar a saúde da coluna das crianças, permitindo
que elas iniciem o ano letivo com mais conforto e segurança.
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