Estudo mostra os principais problemas de saúde enfrentados pela classe; Anadem reforça necessidade de medidas e cuidados
No mês em que o tema “saúde mental”
ganha ainda mais destaque, é importante lembrar que, muitas vezes, quem cura
necessita de cuidados. Pesquisa realizada em 2024 pela Afya, hub de educação em
saúde e healthtechs do Brasil, mostra que 40% dos médicos
brasileiros apresentam quadro de transtorno mental. O estudo também revela que
esses profissionais são afetados por ansiedade, depressão e burnout.
“Esses dados são preocupantes e servem de alerta para todos.
Afinal, médicos e outros profissionais de saúde lidam cotidianamente com
pessoas doentes e em tratamento. Eles também adoecem e precisam ter suas
condições de trabalho e saúde avaliadas regularmente”, enfatiza o presidente da
Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal.
Segundo o especialista, jornadas de longas horas e as formas
de trabalho nem sempre favoráveis contribuem para esse esgotamento mental, além
do fato de lidar com diferentes problemas no dia a dia. “O paciente e seus
familiares depositam a esperança de
cura nas mãos dos médicos. Mas, infelizmente, nem sempre há o que se fazer e
esse sentimento de ‘incapacidade’ também afeta o emocional do profissional”,
afirma.
Atenção, mulheres
A pesquisa aponta ainda que duas em
cada três pessoas afetadas são mulheres e que elas são maioria entre os médicos
com problemas nos três quadros de transtornos mentais. Outro ponto que chama a
atenção é que 33,5% dos profissionais responderam que são diagnosticados com
ansiedade. A depressão está em segundo lugar, com 22,1%, e o burnout aparece
com 6,7% dos casos.
Embora a maioria tenha afirmado estar em tratamento, mesmo
com o diagnóstico, nem todos estão se cuidando. “Um fator é a falta de tempo,
já que os médicos trabalham em média 57,2 horas por semana, cerca de sete horas
a mais que a média geral. Com isso, é necessário rever as jornadas de trabalho
e implementar políticas públicas que instituam um piso salarial para que os profissionais não precisem
fazer longas jornadas em diferentes hospitais, por exemplo”, explica o
especialista em Direito Médico, ao afirmar que esses problemas afetam não
apenas o lado profissional, mas também o pessoal. “É preciso humanizar a figura
do médico e entender que ele também precisa de auxílio.”
Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética – Anadem
Para saber mais, clique aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário