sábado, 25 de janeiro de 2025

Saúde mental: 33,5% dos médicos brasileiros sofrem de ansiedade; mulheres são maioria

             Estudo mostra os principais problemas de saúde enfrentados pela classe; Anadem reforça necessidade de medidas e cuidados 

 

No mês em que o tema “saúde mental” ganha ainda mais destaque, é importante lembrar que, muitas vezes, quem cura necessita de cuidados. Pesquisa realizada em 2024 pela Afya, hub de educação em saúde e healthtechs do Brasil, mostra que 40% dos médicos brasileiros apresentam quadro de transtorno mental. O estudo também revela que esses profissionais são afetados por ansiedade, depressão e burnout.

“Esses dados são preocupantes e servem de alerta para todos. Afinal, médicos e outros profissionais de saúde lidam cotidianamente com pessoas doentes e em tratamento. Eles também adoecem e precisam ter suas condições de trabalho e saúde avaliadas regularmente”, enfatiza o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal.

Segundo o especialista, jornadas de longas horas e as formas de trabalho nem sempre favoráveis contribuem para esse esgotamento mental, além do fato de lidar com diferentes problemas no dia a dia. “O paciente e seus familiares depositam a esperança de cura nas mãos dos médicos. Mas, infelizmente, nem sempre há o que se fazer e esse sentimento de ‘incapacidade’ também afeta o emocional do profissional”, afirma.


Atenção, mulheres

A pesquisa aponta ainda que duas em cada três pessoas afetadas são mulheres e que elas são maioria entre os médicos com problemas nos três quadros de transtornos mentais. Outro ponto que chama a atenção é que 33,5% dos profissionais responderam que são diagnosticados com ansiedade. A depressão está em segundo lugar, com 22,1%, e o burnout aparece com 6,7% dos casos.

Embora a maioria tenha afirmado estar em tratamento, mesmo com o diagnóstico, nem todos estão se cuidando. “Um fator é a falta de tempo, já que os médicos trabalham em média 57,2 horas por semana, cerca de sete horas a mais que a média geral. Com isso, é necessário rever as jornadas de trabalho e implementar políticas públicas que instituam um piso salarial para que os profissionais não precisem fazer longas jornadas em diferentes hospitais, por exemplo”, explica o especialista em Direito Médico, ao afirmar que esses problemas afetam não apenas o lado profissional, mas também o pessoal. “É preciso humanizar a figura do médico e entender que ele também precisa de auxílio.”

 


Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética – Anadem
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