Inflamação no ouvido, micoses, bicho-geográfico e intoxicações alimentares são algumas das enfermidades relacionadas ao uso mais frequente de praias e piscinas durante o verão. Especialistas do Hospital Santa Catarina – Paulista dão dicas sobre prevenção, para que você possa aproveitar o verão sem dor de cabeça
Com a chegada do verão, as altas temperaturas e a umidade do ar trazem benefícios, mas também aumentam os riscos de diversas doenças, principalmente aquelas relacionadas à exposição prolongada ao sol, à água de praias e piscinas, e ao aumento de atividades ao ar livre. Entre as condições mais comuns dessa estação estão infecções no ouvido, micoses, bicho-geográfico e intoxicações alimentares. Especialistas do Hospital Santa Catarina – Paulista alertam sobre os cuidados necessários para prevenir essas doenças, garantindo que todos possam aproveitar o período sem contratempos.
Desidratação – Calor
A desidratação é uma das complicações mais comuns no verão, especialmente entre
crianças e idosos. Com o aumento das temperaturas, o corpo perde uma quantidade
significativa de líquidos devido ao suor excessivo e à falta de ingestão
adequada de líquidos. Os sintomas incluem boca seca, fraqueza, tontura, urina
escura e, em casos mais graves, confusão mental. O Dr. Renato Altikes,
gastroenterologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, alerta que a
desidratação pode agravar quadros de intoxicação alimentar e levar a
complicações mais graves. “É essencial manter-se hidratado, bebendo bastante
água, água de coco ou isotônicos, e evitar bebidas com cafeína e ao consumir
bebidas alcoólicas, fazer com moderação, pois elas podem piorar a
desidratação”, explica. Para prevenir, é importante beber líquidos
regularmente, especialmente durante atividades físicas ao ar livre.
Otite – Infecção no Ouvido
A otite, especialmente a otite externa, é uma das doenças mais recorrentes no
verão. A infecção no ouvido acontece com mais frequência devido à maior
exposição à água do mar ou das piscinas, que podem permanecer no canal
auditivo, criando o ambiente propício para a proliferação de bactérias.
Crianças, por exemplo, estão mais propensas a esse tipo de infecção devido ao
hábito de brincar na água.
De acordo com o Dr. Ali Mahmoud, otorrinolaringologista do Hospital Santa
Catarina – Paulista, para prevenir a otite, é essencial diminuir o tempo de
imersão na água e evitar o uso de hastes flexíveis para limpeza do ouvido.
"A inserção de hastes flexíveis pode machucar a pele do canal auditivo e
facilitar a entrada de bactérias, resultando na infecção", explica o
especialista. Caso os sintomas como dor intensa no ouvido e secreção apareçam,
é importante buscar ajuda médica para o tratamento adequado, que pode envolver
o uso de medicamentos tópicos ou orais.
Micose e Bicho-Geográfico – Infecções Fúngicas e Parasitas
O aumento da umidade e das altas temperaturas no verão favorece a proliferação
de fungos e parasitas, tornando as micoses e o bicho-geográfico mais comuns. As
micoses são infecções causadas por fungos, enquanto o bicho-geográfico é uma
infecção parasitária provocada por vermes encontrados em ambientes
contaminados, como praias e áreas rurais. Crianças que brincam descalças na
areia ou em grama úmida estão particularmente expostas a esses riscos.
A Dra. Carolina Pellegrini, dermatologista do Hospital Santa Catarina –
Paulista, recomenda cuidados básicos de higiene para prevenir essas doenças.
"Manter a pele seca, especialmente nas áreas de dobras como entre os dedos
e nas virilhas, e evitar andar descalço em ambientes públicos como vestiários e
praias não higienizadas é fundamental", explica a dermatologista. Além
disso, evitar o uso prolongado de roupas molhadas também ajuda a prevenir as
micoses.
Em relação ao bicho-geográfico, a prevenção envolve o uso de calçados e o
cuidado ao se sentar diretamente no chão ou na areia. O tratamento das micoses
geralmente envolve antifúngicos tópicos, enquanto o bicho-geográfico requer a
remoção da larva por um profissional de saúde, o que nunca deve ser feito de
forma caseira, pois pode causar complicações.
Intoxicação Alimentar – Cuidados com a Alimentação
O verão também é marcado por um aumento no número de casos de intoxicação
alimentar, um problema comum durante as viagens e festas típicas da estação. O
calor favorece a multiplicação de bactérias nos alimentos, principalmente
quando não são armazenados corretamente, causando intoxicação alimentar. As
principais manifestações da doença incluem diarreia, vômitos, febre e dores
abdominais.
O Dr. Renato Altikes, gastroenterologista do Hospital Santa Catarina –
Paulista, alerta para a importância de manter uma alimentação segura durante o
verão. "O aumento da temperatura facilita a decomposição dos alimentos e a
proliferação de micro-organismos, por isso é fundamental manter os alimentos
refrigerados adequadamente e cozinhar bem carnes, ovos e peixe", recomenda
o especialista. Para prevenir, também é importante lavar bem as mãos antes de
manusear os alimentos e garantir que frutas e vegetais sejam bem higienizados.
Se surgirem sintomas como desidratação, vômitos persistentes ou febre alta, é
necessário procurar atendimento médico imediatamente.
Prevenção
Embora as doenças no verão sejam comuns, a maior parte delas pode ser
facilmente evitada com alguns cuidados simples, como a higienização adequada, o
uso de protetor solar, o consumo de alimentos bem armazenados e a utilização de
roupas frescas e secas. Além disso, o uso de calçados adequados em locais
públicos e o cuidado com o tempo de exposição ao sol e à água são fundamentais
para reduzir o risco de infecções.
"Prevenir doenças no verão é mais fácil do que se imagina, basta ter
consciência dos cuidados necessários para proteger a saúde das crianças e
adultos", conclui o Dr. Ali Mahmoud. Com os cuidados certos, é possível
curtir o verão sem preocupações, mantendo o bem-estar de toda a família.
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