segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Como evitar as principais doenças do verão e suas complicações em crianças e adultos

Inflamação no ouvido, micoses, bicho-geográfico e intoxicações alimentares são algumas das enfermidades relacionadas ao uso mais frequente de praias e piscinas durante o verão. Especialistas do Hospital Santa Catarina – Paulista dão dicas sobre prevenção, para que você possa aproveitar o verão sem dor de cabeça

 

Com a chegada do verão, as altas temperaturas e a umidade do ar trazem benefícios, mas também aumentam os riscos de diversas doenças, principalmente aquelas relacionadas à exposição prolongada ao sol, à água de praias e piscinas, e ao aumento de atividades ao ar livre. Entre as condições mais comuns dessa estação estão infecções no ouvido, micoses, bicho-geográfico e intoxicações alimentares. Especialistas do Hospital Santa Catarina – Paulista alertam sobre os cuidados necessários para prevenir essas doenças, garantindo que todos possam aproveitar o período sem contratempos.


 
Desidratação – Calor
 
A desidratação é uma das complicações mais comuns no verão, especialmente entre crianças e idosos. Com o aumento das temperaturas, o corpo perde uma quantidade significativa de líquidos devido ao suor excessivo e à falta de ingestão adequada de líquidos. Os sintomas incluem boca seca, fraqueza, tontura, urina escura e, em casos mais graves, confusão mental. O Dr. Renato Altikes, gastroenterologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, alerta que a desidratação pode agravar quadros de intoxicação alimentar e levar a complicações mais graves. “É essencial manter-se hidratado, bebendo bastante água, água de coco ou isotônicos, e evitar bebidas com cafeína e ao consumir bebidas alcoólicas, fazer com moderação, pois elas podem piorar a desidratação”, explica. Para prevenir, é importante beber líquidos regularmente, especialmente durante atividades físicas ao ar livre.


 
Otite – Infecção no Ouvido
 
A otite, especialmente a otite externa, é uma das doenças mais recorrentes no verão. A infecção no ouvido acontece com mais frequência devido à maior exposição à água do mar ou das piscinas, que podem permanecer no canal auditivo, criando o ambiente propício para a proliferação de bactérias. Crianças, por exemplo, estão mais propensas a esse tipo de infecção devido ao hábito de brincar na água.
 
De acordo com o Dr. Ali Mahmoud, otorrinolaringologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, para prevenir a otite, é essencial diminuir o tempo de imersão na água e evitar o uso de hastes flexíveis para limpeza do ouvido. "A inserção de hastes flexíveis pode machucar a pele do canal auditivo e facilitar a entrada de bactérias, resultando na infecção", explica o especialista. Caso os sintomas como dor intensa no ouvido e secreção apareçam, é importante buscar ajuda médica para o tratamento adequado, que pode envolver o uso de medicamentos tópicos ou orais.


 
Micose e Bicho-Geográfico – Infecções Fúngicas e Parasitas
 
O aumento da umidade e das altas temperaturas no verão favorece a proliferação de fungos e parasitas, tornando as micoses e o bicho-geográfico mais comuns. As micoses são infecções causadas por fungos, enquanto o bicho-geográfico é uma infecção parasitária provocada por vermes encontrados em ambientes contaminados, como praias e áreas rurais. Crianças que brincam descalças na areia ou em grama úmida estão particularmente expostas a esses riscos.
 
A Dra. Carolina Pellegrini, dermatologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, recomenda cuidados básicos de higiene para prevenir essas doenças. "Manter a pele seca, especialmente nas áreas de dobras como entre os dedos e nas virilhas, e evitar andar descalço em ambientes públicos como vestiários e praias não higienizadas é fundamental", explica a dermatologista. Além disso, evitar o uso prolongado de roupas molhadas também ajuda a prevenir as micoses.
 
Em relação ao bicho-geográfico, a prevenção envolve o uso de calçados e o cuidado ao se sentar diretamente no chão ou na areia. O tratamento das micoses geralmente envolve antifúngicos tópicos, enquanto o bicho-geográfico requer a remoção da larva por um profissional de saúde, o que nunca deve ser feito de forma caseira, pois pode causar complicações.


 
Intoxicação Alimentar – Cuidados com a Alimentação
 
O verão também é marcado por um aumento no número de casos de intoxicação alimentar, um problema comum durante as viagens e festas típicas da estação. O calor favorece a multiplicação de bactérias nos alimentos, principalmente quando não são armazenados corretamente, causando intoxicação alimentar. As principais manifestações da doença incluem diarreia, vômitos, febre e dores abdominais.
 
O Dr. Renato Altikes, gastroenterologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, alerta para a importância de manter uma alimentação segura durante o verão. "O aumento da temperatura facilita a decomposição dos alimentos e a proliferação de micro-organismos, por isso é fundamental manter os alimentos refrigerados adequadamente e cozinhar bem carnes, ovos e peixe", recomenda o especialista. Para prevenir, também é importante lavar bem as mãos antes de manusear os alimentos e garantir que frutas e vegetais sejam bem higienizados. Se surgirem sintomas como desidratação, vômitos persistentes ou febre alta, é necessário procurar atendimento médico imediatamente.


 
Prevenção
 
Embora as doenças no verão sejam comuns, a maior parte delas pode ser facilmente evitada com alguns cuidados simples, como a higienização adequada, o uso de protetor solar, o consumo de alimentos bem armazenados e a utilização de roupas frescas e secas. Além disso, o uso de calçados adequados em locais públicos e o cuidado com o tempo de exposição ao sol e à água são fundamentais para reduzir o risco de infecções.
 
"Prevenir doenças no verão é mais fácil do que se imagina, basta ter consciência dos cuidados necessários para proteger a saúde das crianças e adultos", conclui o Dr. Ali Mahmoud. Com os cuidados certos, é possível curtir o verão sem preocupações, mantendo o bem-estar de toda a família.


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