Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia afirma que
a população 60+ precisa redobrar os cuidados nesta época do ano; Hidratação
constante e o uso de protetores são fundamentais
Nos últimos dias, as altas temperaturas, em grande parte do Brasil, fizeram com que as pessoas mudassem a rotina para suportar o calor. A ingestão de água e alimentos mais leves, além da prática de exercícios em horários onde a temperatura está mais amena são algumas dessas mudanças.
É fato que o Sol faz bem para a saúde; no entanto, é preciso
cuidado, especialmente para a população 60+, que pode sofrer mais com os
efeitos do calor. De acordo com o geriatra e presidente da SBGG, Dr. Marco
Túlio Cintra, a desidratação e a hipertermia, quando o corpo atinge uma
temperatura mais elevada que o normal, além do próprio câncer de pele, são os
principais problemas que o idosos podem enfrentar com a exposição errada ao
Sol. Ele explica que se deve atentar aos sintomas desse aumento da temperatura.
Entre os mais comuns estão a tontura, a dor de cabeça e o mal-estar. “Estes
sintomas podem evoluir para situações mais graves, como desmaios e crises
convulsivas. Por isso, todo cuidado e atenção são necessários”, explica.
Água, muita água...
A questão da hidratação precisa ser levada a sério. Dr. Cintra revela que pessoas idosas tendem a ter a sensação de sede reduzida, além da dificuldade de troca de calor. Segundo ele, o mecanismo da sede pode estar reduzido na pessoa idosa, o que pode levá-la a uma diminuição na ingestão de líquidos e, por essa razão, há a necessidade de estimular esse consumo. “Artifícios como água saborizada, sucos leves, chás frios e água de coco podem ser usados, pois garantem a hidratação adequada”, afirma o geriatra, ratificando que é importante evitar bebidas alcoólicas, cafeinadas ou muito açucaradas, pois podem contribuir para a desidratação. Alimentos ricos em água, como frutas, entre elas melancia, melão e laranja auxiliam na hidratação, assim como alguns vegetais, como pepino e abobrinha. “É fundamental estar atento a sinais como lábios e língua secos, diminuição do volume da urina, alterações de comportamento, confusão mental, tontura e fadiga. Tudo isso pode indicar que o idoso está desidratado.”
Manter uma alimentação balanceada fará a diferença na estação mais quente do ano. Dr. Cintra relata que o ideal é dar preferência a refeições leves e de fácil digestão, evitando alimentos gordurosos e pesados. Por essa razão, saladas, frutas frescas e proteínas magras são bem-vindas. “O armazenamento adequado dos alimentos precisa de atenção a fim de prevenir intoxicações alimentares, que são comuns no Verão”, diz.
Outro ponto importante é a temperatura. Manter a pessoa 60+ em
ambientes frescos e ventilados é outro cuidado fundamental para garantir a
melhor qualidade de vida durante o Verão. Assim, o uso de ventiladores ou
ar-condicionado estão liberados, principalmente para evitar que os locais
fiquem abafados, especialmente nos dias mais quentes. E caso o idoso não tenha
acesso a ambientes climatizados, vale um passeio a espaços públicos
refrigerados, como shoppings. “Soma-se a isso o fato de não o expor ao Sol
durante o horário de pico, entre 10h e 16h, além do uso de protetor solar com
fator de proteção alto (FPS 30 ou superior) em todas as áreas expostas da pele,
mesmo nos dias nublados, e usar as chamadas proteções físicas, como roupas
leves, claras e de tecido natural, como o algodão, que facilita a transpiração,
boné, chapéu e óculos de sol para proteger a cabeça e os olhos da radiação
solar”, observa, o geriatra e presidente da SBGG, ao comentar que o Brasil tem
um clima que é quente não apenas no Verão e, por essa razão, esses cuidados
precisam ser tomados durante todo o ano, independentemente da estação. “Em um
país topical e com dimensões continentais como o Brasil é difícil delimitar os
cuidados apenas durante um período do ano. O fato é que a pessoa idosa é mais
suscetível a temperaturas extremas, tanto as mais elevadas quanto as mais
baixas, por isso devem estar atentas, inclusive familiares e cuidadores”,
atesta.
Atente-se!
Já as atividades físicas devem ser realizadas apenas nos horários
mais frescos, como início da manhã ou final da tarde, dando preferência a
exercícios leves, entre eles caminhadas, alongamentos e hidroginástica. “Mesmo
com a temperatura mais amena, não se pode abrir mão da garrafa de água para
manter a hidratação”, orienta o geriatra, ao explicar que momentos de
socialização em ambientes seguros e frescos devem ser incentivados com o
intuito de evitar o isolamento, algo comum em períodos de calor extremo. De
acordo com o Dr. Cintra, atividades relaxantes que não exigem esforço físico
excessivo, como leitura, jogos de tabuleiro e assistir filmes cumprem muito bem
essa tarefa. “Para os idosos acamados ou como mobilidade reduzida, a família ou
os cuidadores devem mudá-los de posição várias vezes ao dia para evitar
desconforto e lesões na pele. Além disso, é preciso checar se o colchão e as
roupas de cama são confortáveis para a estação, redobrando os cuidados com a
hidratação e a ventilação do ambiente.”
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - SBGG
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