Alimentação e suplementos devem ter orientação nutricional para evitar sobrecarga aos rins. Cuidado deve ser ainda maior entre pacientes com doença renal crônica
O ano começou e, com ele, a famosa promessa da dieta do Ano Novo. Mas, para que ela seja efetiva, é preciso ter alguns cuidados para que não coloque a saúde renal em risco. “Para seguir dietas rigorosas ou iniciar o uso de suplementos alimentares, é fundamental ter em mente que algumas escolhas podem afetar os rins, especialmente quando feitas sem supervisão. Uma dieta desequilibrada ou o uso inadequado de suplementos pode sobrecarregar os rins e comprometer sua função a longo prazo”, alerta Thays Mortaia, Coordenadora de Nutrição na DaVita Tratamento Renal.
Assim, para aquelas pessoas que desejam adotar uma nova alimentação em 2025, é preciso se atentar a alguns fatores, como a sobrecarga de sódio, proteínas em excesso e a falta de hidratação.
“A desidratação pode comprometer a função renal, especialmente durante dietas que promovem perda rápida de peso, sendo recomendada uma ingestão mínima de 2 litros de água por dia. Já o consumo excessivo de suplementos usados para hidratação pós- treino, que contêm sódio, ajuda no aumento da pressão arterial, acendendo um alerta para o risco da progressão da doença renal crônica (DRC). Além disso, dietas altamente restritivas prejudicam não apenas os rins, mas a saúde em geral, uma vez que pode ocasionar deficiências nutricionais”, acrescente a especialista.
Outro adendo comum às dietas são os suplementos alimentares, que, se usados indevidamente e sem aconselhamento de nutricionistas, podem prejudicar a saúde renal. Os suplementos proteicos, por exemplo, embora muito importantes para o ganho de massa muscular e auxílio à perda de peso, se ingeridos em excesso (acima de 0,8g/kg de peso corporal diários), podem sobrecarregar os rins, comprometendo a sua função, especialmente naquelas pessoas que já possuem predisposição a doenças renais crônicas.
Além das proteínas, ingredientes comuns em suplementos para atletas que visam a perda de peso podem conter altas dosagens de sódio, potássio e fósforo. Esses minerais, se consumidos em excesso, podem causar um desequilíbrio de eletrólitos, levando a arritmias cardíacas, hipertensão e sobrecarga renal.
A profissional da DaVita Tratamento Renal adverte, também, quanto ao uso de anabolizantes e esteroides sintéticos, que promovem uma série de danos à saúde geral. “A Sociedade Brasileira de Nefrologia alerta que o uso de esteroides pode aumentar a pressão arterial, levar à retenção de líquidos e danificar as estruturas dos rins, resultando em complicações a longo prazo, como insuficiência renal. Além disso, os anabolizantes podem afetar negativamente o metabolismo das proteínas, o que pode resultar em sobrecarga renal”, esclarece ela.
Por
fim, Thays reforça que, se em pessoas saudáveis deve haver muita atenção quanto
às dietas, em pacientes com doenças renais, o cuidado deve ser dobrado: o
consumo de proteínas deve ser limitado de 0,6 a 0,8g/kg por dia, para que não
haja uma sobrecarga, de modo a não acelerar o estágio da doença, assim como o
monitoramento do ganho de massa muscular nesses pacientes; e a perda de peso deve
ser gradual, limitando-se a, no máximo, 1kg por semana, para que não haja um
desequilíbrio de eletrólitos, desidratação e aumento da carga de trabalho
renal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário