Nutricionista do CEJAM destaca a importância de buscar orientação profissional antes de iniciar o consumo de produtos dessa categoria
Em um mundo cada vez mais obcecado pela perfeição
física e pelo bem-estar, a suplementação alimentar tem conquistado mais
adeptos. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para
Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), pelo menos uma pessoa em 59% das famílias
brasileiras inclui suplementos em sua dieta.
Esses produtos ajudam a potencializar a nutrição do
corpo, suprindo necessidades específicas do organismo que a alimentação,
sozinha, pode não ser capaz de atender.
Hoje, o mercado oferece diferentes vitaminas e
minerais, que podem ser encontrados em forma de comprimidos, cápsulas, pós ou
líquidos. No entanto, o uso inadequado deles pode acarretar riscos prejudiciais
à saúde. É o que alerta Ana Carolina Leite de Morais, nutricionista da UBS
Jardim Aracati, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João
Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.
“Muitas vezes, as pessoas não têm pleno
conhecimento do que contém em cada frasco ou não levam em consideração a
concentração recomendada para consumo. Essa prática pode levar a um risco
aumentado de toxicidade, impactos para a saúde e, até mesmo, à possibilidade de
não atingir o objetivo específico desejado.”
Quando consumidos de forma imprudente e em doses
excessivas, muitos suplementos podem provocar interações medicamentosas
prejudiciais. Além disso, pacientes com condições pré-existentes, como problemas
renais ou hepáticos, podem ter essas complicações agravadas.
A nutricionista destaca que, de forma geral, os
efeitos colaterais comuns dos suplementos incluem náuseas, vômitos, dor
abdominal e dor de cabeça, além de toxicidade.
"O consumo excessivo de vitamina A, por
exemplo, pode causar dores de cabeça e turvação de visão, enquanto altas doses
de ferro podem resultar em constipação e dores abdominais. O excesso de
vitamina D pode elevar o nível de cálcio no organismo e o excesso de magnésio
pode causar fraqueza muscular ", explica.
No seu dia a dia profissional, Ana Carolina relata
que os suplementos mais procurados são de caráter proteicos, como creatina e
whey, ômega 3, multivitamínicos e colágeno. Especificamente para os amantes de
academia, que utilizam whey e creatina sem as devidas orientações, também
existem malefícios.
“O uso inadequado desses suplementos pode agravar
condições de insuficiência renal crônica ou causar sobrecarga. Muitas pessoas
tendem a consumir de forma autônoma, sem ter conhecimento dessa informação”,
enfatiza.
Por isso, a decisão de consumir qualquer tipo de
suplemento não deve ser tomada de forma impulsiva ou sem indicação
profissional. Na teoria, é preciso fazer uma visita ao médico ou nutricionista
antes de ingerir qualquer produto da categoria.
"No consultório, realizamos uma análise para entender o objetivo do paciente, seu estilo de vida e rotina alimentar. Também solicitamos exames laboratoriais. Após esse processo, entendemos se faz sentido suplementar e elaboramos um plano alimentar com a dosagem adequada para o organismo daquela pessoa. Essa é a maneira correta e segura de começar a usar suplementos alimentares", finaliza a especialista.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
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