Apesar de mostrar uma gestão mais cautelosa do orçamento familiar, o dado reflete o impacto do aumento do uso do crédito para compras de fim de ano
Em novembro de 2024, 77% das famílias brasileiras estavam
endividadas, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do
Consumidor (Peic), divulgada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo). Apesar de mostrar uma gestão mais cautelosa do
orçamento familiar, o dado reflete o impacto do aumento do uso do crédito para
compras de fim de ano, período marcado pelo consumo impulsionado pelas
festividades.
A pesquisa aponta que, embora o endividamento seja elevado, a
inadimplência, ou seja, o atraso nos pagamentos permaneceu estável, sugerindo
que as famílias estão buscando estratégias para manter as contas em dia.
Contudo, o uso desenfreado do crédito pode comprometer o orçamento
futuro, transformando as festas de fim de ano em uma verdadeira dor de cabeça
financeira.
Por que as famílias se endividam?
O mentor de empresários André Minucci, explica que o final do ano
é uma época em que o apelo emocional influencia fortemente as decisões
financeiras. “Datas comemorativas, como o Natal, geram uma necessidade de
agradar familiares e amigos, o que pode levar ao consumo acima do planejado. É
o momento em que muitos recorrem ao crédito, seja no cartão ou em financiamentos,
sem avaliar o impacto a longo prazo”, alerta Minucci.
Ele também ressalta que a falta de planejamento financeiro é um dos
principais fatores que levam ao endividamento. “Muitas famílias não têm um
orçamento definido e acabam gastando mais do que podem. Sem essa organização, o
crédito, que deveria ser um aliado, se torna um inimigo.”
Dicas para evitar o endividamento excessivo
Para ajudar as famílias a navegarem por esse cenário, André
Minucci compartilha estratégias práticas para manter as finanças em equilíbrio:
1. Estabeleça um orçamento mensal
2. Liste todas as despesas fixas e variáveis,
reservando um valor para compras sazonais. Essa prática ajuda a identificar
prioridades e evita gastos desnecessários.
1. Evite compras por impulso
2. Segundo Minucci, o planejamento é a melhor
ferramenta para evitar o consumo descontrolado. “Antes de qualquer compra,
pergunte a si mesmo: ‘Isso é realmente necessário?’”
3. Atenção ao uso do cartão de crédito
4. Pagar a fatura integralmente deve ser prioridade. Acumular parcelas pode comprometer o orçamento dos próximos meses, dificultando a quitação de outras despesas.
5. Renegocie dívidas existentes
6. Se já estiver endividado, busque renegociar
taxas e prazos com credores. Reduzir os juros pagos mensalmente pode aliviar o
orçamento e evitar a inadimplência.
7. Invista em educação financeira
8. Participar de workshops, cursos ou contratar
consultorias é uma maneira eficaz de melhorar o controle financeiro.
A importância do controle
emocional
Minucci destaca que boa parte das decisões
financeiras está ligada às emoções. “Treinamentos de inteligência
emocional ajudam a evitar compras impulsivas e a lidar com a pressão social
de consumir mais no final do ano. Quando você aprende a identificar seus
gatilhos emocionais, consegue tomar decisões financeiras mais conscientes”,
comentou.
Perspectivas para 2025
Apesar do aumento do endividamento, o mentor
acredita que 2025 pode ser um ano de recuperação financeira para muitas
famílias. “O mais importante é ter disciplina e agir. Com um planejamento
estruturado e controle emocional, é possível transformar essa realidade.”
A mensagem é clara: o uso do crédito deve ser
planejado e consciente, para que as festas de fim de ano sejam um momento de
celebração, e não de preocupação financeira no futuro.
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