As férias de fim de ano estão chegando e muitas famílias pensam em viajar para aproveitar o tempo com as crianças. Porém, sem o planejamento adequado, os gastos podem rapidamente sair de controle, transformando um período que deveria ser de descanso em um pesadelo financeiro.
Para garantir que as férias sejam tranquilas e não
pesem no bolso, a chave está em se planejar com antecedência. Reinaldo
Domingos, educador financeiro e presidente da DSOP Educação Financeira, explica
que o primeiro passo para uma viagem tranquila financeiramente é avaliar a sua condição
financeira.
"Antes de decidir o que fazer nas férias, é
fundamental entender se você está endividado, equilibrado ou se já tem uma
reserva financeira. O planejamento varia muito de acordo com cada
situação", destaca Reinaldo.
Quando as finanças estão comprometidas: avaliar as
prioridades
Se você está endividado, a melhor alternativa pode
ser adiar a viagem ou adaptar o destino. "Se as finanças estão apertadas,
vale considerar opções mais próximas ou atividades culturais na sua própria
cidade. O mais importante é manter o lazer, sem comprometer a saúde
financeira", orienta o especialista.
Ele acrescenta que é fundamental envolver a
família, incluindo as crianças, nas conversas sobre orçamento. Segundo
Reinaldo, elas compreendem mais do que as pessoas imaginam e, ao entenderem a
situação financeira, ficam mais dispostas a contribuir com alternativas viáveis
para todos.
Para quem está equilibrado financeiramente: cautela
e planejamento
Para aqueles que estão financeiramente
equilibrados, mas sem grandes reservas, Reinaldo recomenda atenção redobrada.
"Embora você não tenha dívidas, é fundamental ter controle sobre os
gastos. É fácil cair na tentação de gastar mais do que o previsto,
especialmente em um período de alta temporada", alerta.
Neste cenário, o planejamento antecipado é
essencial para aproveitar as melhores opções de preços. "Pesquise o quanto
antes para garantir descontos em passagens aéreas e acomodações. Ao planejar
com antecedência, é possível economizar até 70% em passagens e até 50% em
hotéis", explica.
Além disso, é importante definir limites claros de
gasto, tanto para as compras pessoais quanto para as crianças, para evitar
surpresas durante a viagem.
Para investidores: aproveitar sem comprometer o
futuro
Já para as famílias com uma reserva financeira
sólida, o planejamento pode incluir viagens mais ambiciosas, como destinos
internacionais. No entanto, mesmo com uma boa situação financeira, o
planejamento ainda é crucial. "Quem tem investimentos deve estar atento ao
câmbio, taxas de IOF e outros custos adicionais. Não planejar a viagem
adequadamente pode fazer com que uma viagem aparentemente viável se transforme
em uma dor de cabeça financeira", afirma Reinaldo.
Para viagens internacionais, ele sugere carregar
parte do valor em espécie e o restante em um cartão pré-pago, além de estar
ciente das taxas e impostos que podem ser aplicados nas transações. "É
importante lembrar que, mesmo sendo investidor, não se deve desconsiderar os
custos adicionais que podem surgir", adverte.
Para simplificar as tomadas de decisões sobre as
férias, Reinaldo Domingos fez um rápido manual para férias e viagens sem
dívidas:
1. Principais orientações sobre planejamento de
viagem
- Comece
com antecedência: Planejar com antecedência ajuda a organizar tanto os
aspectos financeiros quanto logísticos da viagem de maneira eficaz.
- Defina
o destino e o formato da viagem: Estabeleça o destino e considere se a
viagem será solo, em família ou em grupo, o que impacta diretamente o
orçamento.
- Estime
os custos totais: Pesquise os custos de transporte, hospedagem,
alimentação e passeios. Comprar passagens com antecedência pode resultar
em até 70% de desconto.
- Planeje
uma reserva financeira extra: Tenha entre 30% a 50% a mais do valor
previsto para cobrir imprevistos ou aproveitar oportunidades durante a
viagem.
- Controle
o orçamento: Fique atento ao limite de gastos e evite usar o cartão de
crédito para cobrir excessos.
2. Melhor estratégia para guardar dinheiro para a
viagem
- Calcule
quanto você pode guardar por mês primeiro: Isso oferece maior controle
financeiro, pois você define um valor fixo a ser economizado mensalmente.
- Escolha
o destino com base no quanto você pode economizar: Após saber quanto
consegue economizar, escolha um destino que se encaixe no seu orçamento.
Leve em consideração a época do ano, pois viajar fora da alta temporada
pode reduzir significativamente os custos.
3. Estratégias para garantir uma boa reserva de
custos de viagem
- Compre
passagens e reserve acomodações com antecedência: Isso pode resultar em
economias de até 50%.
- Considere
alternativas de transporte mais baratas: Voos com escalas ou em horários
alternativos podem ser mais baratos.
- Esteja
preparado para imprevistos e oportunidades extras: Reserve 30% a 50% a
mais do orçamento previsto para cobrir emergências ou aproveitar novas
oportunidades durante a viagem.
- Faça
uma pesquisa detalhada sobre o destino: Pesquise sobre o custo de vida no
destino, incluindo alimentação, transporte e atividades turísticas.
4. Outros custos que devem ser incluídos no
planejamento
- Alimentação:
Estime os gastos com refeições, considerando a possibilidade de cozinhar,
caso sua acomodação permita.
- Transporte
local: Planeje os custos com táxis, transporte público ou aluguel de
veículos no destino.
- Passeios
e atrações turísticas: Reserve parte do orçamento para ingressos e
atividades locais, podendo economizar com descontos para compras
antecipadas.
- Oportunidades
extras ou imprevistos: Tenha uma reserva para cobrir emergências ou
aproveitar ofertas especiais.
5. Reservar uma média de gasto por dia
- Pesquise
o custo de vida no destino: Verifique os preços médios de refeições,
transporte e atrações turísticas.
- Leve
em conta a temporada: O valor do gasto diário pode variar de acordo com a
época do ano. Ajuste o orçamento conforme a alta ou baixa temporada.
- Seja
flexível, mas controle os gastos: Embora seja importante planejar uma
média de gasto diário, esteja preparado para ajustar o orçamento caso
surjam imprevistos ou oportunidades inesperadas.
6. Melhores investimentos para viagens de R$ 10
mil, R$ 20 mil e R$ 30 mil
- Curto
prazo (até 1 ano): Para quem tem menos de um ano até a viagem, o Tesouro
Selic ou CDBs com rentabilidade atrelada ao CDI são opções seguras e com
baixo risco.
- Médio
e longo prazo (1 a 2 anos ou mais): Se tiver mais tempo, considere CDBs de
prazos mais longos, LCIs/LCAs (isentas de Imposto de Renda) ou Tesouro
Direto com vencimento mais distante, que oferecem rentabilidade mais alta.
- Efeito
dos juros compostos: Quanto mais cedo você começar a investir, mais fácil
será acumular o valor necessário para a viagem, já que o efeito dos juros
compostos ajuda a potencializar o rendimento.
Com o planejamento financeiro adequado, qualquer
família pode aproveitar as férias sem comprometer o orçamento ou cair em
dívidas. O segredo está em estabelecer prioridades, planejar com antecedência e
ajustar o destino e as atividades de acordo com o que é possível
financeiramente. Com as orientações certas, as férias podem ser uma experiência
agradável, tanto para o bolso quanto para a mente.
“Viajar é possível para todos, basta planejar
corretamente, seja para destinos mais próximos ou internacionais. O mais
importante é aproveitar o momento com equilíbrio e, ao retornar, estar
tranquilo financeiramente”, conclui Reinaldo Domingos.
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