Alimentos foram
responsáveis por 42,1% das reações
Caneta autoinjetora
de adrenalina ainda é subutilizada
Dispositivo nacional
está em desenvolvimento
21/11 – Dia Mundial da Anafilaxia
A anafilaxia é uma reação alérgica
multissistêmica grave, de início agudo e potencialmente fatal, vem apresentando
um aumento considerável em sua incidência nos últimos anos. Entretanto, ainda
há uma escassez de dados no Brasil. Para minimizar essa lacuna, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) criou
o Registro Brasileiro de Anafilaxia (RBA-ASBAI), uma
iniciativa pioneira para coletar e analisar dados nacionais sobre essa condição
médica.
O Registro Brasileiro de Anafilaxia foi
desenvolvido com o intuito de ampliar o conhecimento sobre o perfil da doença
entre os brasileiros para que políticas públicas possam ser implementadas no
que diz respeito à prevenção e ao tratamento da anafilaxia, considerada a
reação alérgica mais grave e que pode levar à morte.
Estudo – O registro incluiu 318 pacientes,
dos quais 163 eram mulheres. A média de idade foi de 27 anos, abrangendo faixas
etárias de 2 a 81 anos. Pacientes de 20 dos 27 estados brasileiros
participaram, com maior incidência nos estados do Sul e Sudeste: São Paulo
(22%), Minas Gerais (17,6%), Paraná (14,5%) e Rio de Janeiro (13,5%).
“Os alimentos foram responsáveis por
42,1% das reações, com leite de vaca (12,9%), mariscos (6,9%), ovo (5,6%),
trigo (3,1%) e amendoim (3,1%) sendo os mais comuns”, conta Dra. Mara Morelo,
coordenadora do estudo ao lado do Dr. Dirceu Solé.
Já 32,4% dos casos estavam relacionados
a medicamentos, incluindo agentes biológicos (10,4%), anti-inflamatórios (7,2%)
e antibióticos (3,8%). Anafilaxia por insetos representou 23,9% das
anafilaxias, destacando-se a formiga com 8,4% dos casos. Anafilaxia ao látex
foi identificado em 11 casos.
O Registro Brasileiro de Anafilaxia
mostrou que 55,5% das crianças do sexo masculino são maioria com casos de
anafilaxia. Já em adultos, 59,2% dos casos foram em mulheres.
A carência da
adrenalina autoinjetável no tratamento imediato
O Registro Brasileiro de Anafilaxia
mostrou que apenas 8,2% dos pacientes possuíam o kit de emergência, ou seja, 43
pacientes tinham a caneta de adrenalina autoinjetável. Atualmente, a apresentação
da adrenalina autoinjetora só pode ser adquirida por importação, a um custo
alto. O Brasil ainda não tem esse dispositivo, que está em fase de aprovação
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Já 96,2% dos pacientes com anafilaxia
receberam algum tipo de tratamento, com uso de adrenalina em 50,3% dos casos,
porém, com a administração do medicamento feita por profissionais em 42,1% dos
casos, ou seja, em âmbito hospitalar.
Quinze pacientes necessitaram de
intubação (11 adultos, 2 idosos, 2 crianças) e 10 foram reanimados (6 adultos,
3 idosos, 1 criança).
“A adrenalina autoinjetável é o medicamento de urgência, precisa ser aplicado assim que os sinais da anafilaxia começam. A demora na medicação pode levar a pessoa a óbito, sem tempo mesmo para chegar ao pronto-atendimento”, explica Dra. Mara Morelo.
ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
Site: www.asbai.org.br
Spotify: https://bit.ly/ASBAI_Podcast
Instagram: https://bit.ly/ASBAI_Instagram
Facebook: https://www.facebook.com/asbai.alergia/
Twitter: https://twitter.com/ASBAI_alergia
YouTube: http://www.youtube.com/c/ASBAIAlergia
Nenhum comentário:
Postar um comentário