Realizar a
mamografia anualmente pode reduzir em 20 a 30% a mortalidade em mulheres entre
40 a 75 anos, comparado àquelas que não o fizeram; Mastologista comenta
importância da abordagem preventiva e cuidados com a saúde
A mamografia é uma ferramenta de empoderamento para
a saúde das mulheres, desempenhando um papel fundamental na detecção precoce do
câncer de mama. Como exame recomendado por entidades de renome, como a
Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a Federação Brasileira de Ginecologia
(FEBRASGO) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR),
ela permite identificar alterações nas mamas em estágios iniciais, muitas vezes
antes de os sintomas se manifestarem, o que aumenta significativamente as
chances de um tratamento eficaz e, em muitos casos, de cura.
“O diagnóstico precoce é o que muda o curso da
doença, podendo fazer com que as chances de cura alcancem de 90 a 95%. Todas as
evoluções que vieram nos tratamentos, sejam cirúrgicos, quimioterápicos ou
radioterápicos, estão completamente relacionados e ligados ao momento que ela
faz esse diagnóstico. E, mais uma vez, temos um protagonista nessa história
toda, que é a mamografia”, enfatiza Evandro Falacci, mastologista da
Oncoclínicas.
Em comunicado,
a SBM destacou saltos significativos no combate à doença, enfatizando que o
cenário atual é marcado por taxas de cura elevadas e terapias menos invasivas.
"Vale ressaltar que o tratamento do câncer de mama teve inúmeros avanços
nos últimos anos e que os casos iniciais da doença têm taxas de cura superiores
a 95%, utilizando cirurgias que preservam a mama e muitas vezes sem necessidade
de quimioterapia. Apesar de todos estes enormes avanços, muitas pessoas ainda
têm a visão antiga da doença, que era geralmente mortal e necessitava de
tratamentos agressivos como mastectomia e quimioterapia", diz o
informativo.
No entanto, enquanto a medicina avança em recursos
de prevenção e diagnóstico, surgem também desafios no acesso a informações
confiáveis, especialmente em tempos de disseminação rápida de conteúdos através
das redes sociais. Recentemente, notícias e declarações enganosas sobre a
mamografia causaram preocupação entre especialistas e pacientes, após alegações
de que o exame poderia “causar câncer”. Essas informações são infundadas e
desmentidas pelas principais autoridades em saúde, mas ainda assim,
espalharam-se com rapidez.
Fake news na saúde, como essas afirmações, têm um potencial perigo de desviar a
população de práticas preventivas essenciais. “Nos preocupa, de maneira cada
vez mais expressiva, a disseminação de informações falsas ou maneiras de
persuadir as mulheres com indicações que vão causar, muitas vezes, um atraso no
diagnóstico das principais doenças. Infelizmente, as fake news são dispersadas
de maneira muito rápida pelas redes sociais, então, é preciso ter cuidado e
recorrer a profissionais sérios”, complementa o mastologista. Ele ressalta que
a mamografia, um procedimento de baixa radiação e amplamente estudado, é segura
e, ao longo dos anos, demonstrou ser um dos exames mais eficazes para a
prevenção do câncer de mama.
A circulação de informações falsas na saúde não é
um fenômeno novo, mas com o alcance que a internet proporciona, esse impacto
pode ser amplificado em poucas horas, afetando a vida de muitas pessoas. A
pandemia de COVID-19 já demonstrou o quão prejudiciais elas podem ser, gerando
confusão, medo e, em muitos casos, afastando a população de cuidados médicos
comprovadamente eficazes. Por isso, especialistas reforçam a necessidade de que
pessoas, ao se depararem com conteúdos sobre saúde, busquem validá-los junto a
fontes confiáveis.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA), em resposta
às recentes alegações sobre a mamografia, reafirma que o exame é seguro e não
apresenta risco de causar câncer. A SBM e outras entidades médicas também
incentivam que as mulheres realizem o exame periodicamente a partir dos 40
anos, conforme recomendação médica, e que qualquer dúvida deve ser esclarecida
com um profissional da área.
Estudos comparativos conduzidos em países europeus
e norte-americanos, inclusive, mostram que a realização anual de mamografia em
mulheres entre 40 e 75 anos reduz a mortalidade por câncer de mama em 20% a
30%, em comparação com aquelas que não realizaram o exame. "As mulheres
aos 40 anos ainda são muito jovens, muito ativas, e a maioria delas nessa idade
vão complementar a mamografia com outros exames, por exemplo, o ultrassom. Mas,
a mamografia é a única capaz de identificar os cânceres em estágios muito
iniciais, as famosas microcalcificações. Quando identificamos uma alteração e
rapidamente realizamos a investigação, com os dados obtidos já conseguimos
oferecer a primeira etapa do tratamento para aquela paciente", explica.
O câncer de mama é um dos mais estudados no mundo
todo, e no Brasil isso não é diferente. “Essas pesquisas trazem, principalmente
para nós que estamos ligados a grandes instituições, resultados ainda mais
animadores e precisamos passar isso adiante. Essa é uma ainda doença muito
estigmatizada por toda a carga e significado que carrega na vida das mulheres,
causando não só um impacto pessoal, mas também social”, complementa o
mastologista da Oncoclínicas.
A SBM e outros órgãos de saúde pública mantêm
campanhas regulares para a conscientização sobre a importância do diagnóstico
precoce do câncer de mama. Nesses materiais educativos, a mamografia é
apresentada como uma medida central para reduzir a mortalidade pela doença, que
permanece como um dos tipos de câncer mais comuns entre as mulheres. Segundo
dados do INCA, a cada ano, milhares de vidas podem ser salvas quando o câncer
de mama é detectado precocemente. No Brasil, são estimados 73 mil novos casos para
cada ano do triênio 2023-2025, o que reforça ainda mais a importância dos
cuidados com a saúde.
Em tempos de internet, onde a informação circula em
velocidade recorde, estar bem-informado é também um ato de prevenção. Com um
olhar atento e apoio de profissionais confiáveis, é possível evitar a
desinformação e garantir um cuidado com a saúde embasado em ciência, promovendo
não apenas o bem-estar individual, mas também uma sociedade mais consciente e
segura.
“A partir dos 40 anos, conversem com seu médico
sobre a necessidade do exame, complementando-o com o ultrassom, quando
indicado. Esse acompanhamento anual, sempre que necessário, deve ser feito com
o apoio de um mastologista, que poderá orientar de maneira adequada cada caso”,
finaliza Evandro Falacci.
www.grupooncoclinicas.com
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