Tratamento do
transtorno ganha novo medicamento no Brasil em 2024
O Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do desenvolvimento que, geralmente, se
manifesta na infância. Porém, pode ser diagnosticado na vida adulta. O aumento
de casos pode ter relação com a maior quantidade de informações que a internet,
por exemplo, proporciona por meio das redes sociais.
Para o médico psiquiatra do Hospital do Servidor
Público Estadual (HSPE), Dr. Michel Haddad, o aumento da conscientização e
educação sobre o transtorno importante, principalmente pelo aumento do
diagnóstico em pessoas mais velhas. “O mundo digital ajuda muito na disseminação
das informações e acaba gerando um sinal amarelo para a pessoa buscar ajuda
para si próprio ou até mesmo para um familiar. É comum que o TDAH seja
confundido com outras doenças e para fechar o diagnóstico, o psiquiatra realiza
exames clínicos e anamnese para que, nos casos indicados, seja iniciado o
tratamento o mais breve possível, a fim de melhorar a sua qualidade de vida”,
explica.
O TDAH é caracterizado pela desatenção,
hiperatividade e impulsividade. A falta de foco, de organização, a dificuldade
de seguir rotina, sensação de inquietude, dificuldade de esperar ou de ter
paciência em terminar um livro podem ser sinais do transtorno. Normalmente, na
infância, são crianças agitadas e inquietas, o que pode acarretar em prejuízos
importantes na escola, na família e no convívio social.
Doenças como ansiedade, depressão podem ser
confundidas com o transtorno. É possível que uma pessoa apresente o quadro
simultâneo das doenças ou não.
No entanto, a diferença é que o TDAH é associado em
relação a impulsividade, atenção e hiperatividade. Já a ansiedade e a depressão
estão relacionadas aos sentimentos, que podem impactar no afeto e no humor,
sendo caracterizados quando há excesso de preocupação, tristeza e falta de
interesse pelas atividades corriqueiras.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de
Atenção (ABDA), cerca de 5% a 8% das pessoas do mundo vivem com TDAH. Estima-se
que 70% das crianças com o transtorno apresentam outra comorbidade associada.
Especialistas enfatizam que quando o diagnóstico é identificado na fase adulta,
pode haver pacientes que até já desenvolveram, ao longo da vida, estratégias de
adaptação para suprir algumas dessas deficiências.
“O tratamento de cada paciente é individualizado.
Buscar entender a história de vida do paciente e quais comorbidades ele
apresenta, podem ajudar a ter mais clareza do caso. Além dos medicamentos que
são muito usados para TDAH, existem terapias comportamentais que são associadas
ao uso medicamentoso, sendo mais uma das estratégias para o enfrentamento do
transtorno.
Novo medicamento de TDAH
O Brasil avançou no tratamento de TDAH e lançou
mais um medicamento usado para reverter os sintomas que atrapalham e impactam a
qualidade de vida dos pacientes. O primeiro medicamento não estimulante, a Atomoxetina,
aprovado pela ANVISA para o TDAH, chegou ao Brasil em 2024
Os principais medicamentos, até então, eram a metilfenidato e a lisdexanfetamina. Em resumo, enquanto a atomoxetina atua exclusivamente inibindo a recaptação da noradrenalina, os estimulantes como o metilfenidato e a lisdexanfetamina aumentam a disponibilidade de neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina. A escolha entre esses medicamentos depende das necessidades individuais do paciente, da presença de comorbidades e da resposta ao tratamento.
Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe
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