Organização Mundial da Saúde estabeleceu o dia 24 de abril para conscientizar e prevenir a doença, infecciosa grave que, se não tratada, pode deixar sequelas
Dor de cabeça, febre, vômitos e rigidez no pescoço são apenas alguns dos sintomas desencadeados pela meningite. Uma doença grave que, se não tratada, pode levar a sérias sequelas e ao óbito. “Consiste em uma inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, é causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas, e pode atingir todas as fases da vida: bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos”, explica Vera Rufeisen, infectologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP). Não à toa, portanto, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estabeleceu um dia especial, anualmente, com o objetivo de promover a conscientização e as estratégias de prevenção contra a doença: 24 de abril.
Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados mais de nove mil casos e 886 mortes pela doença apenas em 2023. De acordo com o órgão, além dos 10% de óbitos, outros 20% das vítimas passam a ter sequelas graves e duradouras da patologia. O índice de recuperação total, portanto, chega a 70%.
De acordo com a especialista, algumas das complicações podem ser
desencadeadas nos casos em que a meningite não é diagnosticada em sua fase
inicial:
- Dificuldade em ouvir – pode gerar perda auditiva parcial ou
total se os nervos auditivos forem atacados;
- Paralisia motora e fraqueza muscular;
- Danos neurológicos – em sua forma mais grave, pode gerar problemas como convulsões, dificuldade de aprendizado, perda de memória e de coordenação.
“No entanto, cada paciente irá reagir de uma maneira, conforme a
gravidade da doença, o tipo de meningite e as condições clínicas. Por isso,
quanto antes o diagnóstico e o início do tratamento, melhores são as chances de
uma evolução favorável”, destaca.
É transmissível?
A meningite é uma doença infecciosa, mas nem sempre transmissível.
A forma bacteriana, em especial a causada pelo meningococo haemophillus,
pode ser transmitida por meio de gotículas, como por exemplo a fala, espirro,
beijo e tosse. Existem casos em que pessoas pegam o meningococo,
mas não adoecem, sendo apenas portadores da bactéria.
Sintomas
Meningites virais: “Essas têm um quadro habitualmente mais leve se comparadas à bacteriana, mas devem ser diagnosticadas e, em algumas situações, como as herpéticas, por exemplo, tratadas imediatamente. Seus sintomas são dor de cabeça de forte intensidade, intolerância à luz, náuseas e febre. Na maioria das vezes, apenas o exame de análise do líquido cefalorraquidiano nos trará a diferenciação de qual tipo de meningite se trata, e a consequente forma de tratamento correta”, detalha Vera.
Meningites bacterianas: “Consideradas mais graves, precisam de tratamento imediato. Uma
vez que os sintomas se evoluem rapidamente, como febre alta, mal-estar,
vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo
no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Esse é um sinal
de que a infecção está se alastrando rapidamente pelo sangue e o risco de sepse
aumenta muito. Nos bebês, a moleira fica elevada”, esclarece.
Tratamento:
De acordo com a infectologista, o tratamento deve ser realizado direcionado com o agente causador. As meningites virais, por exemplo, na maioria das vezes, necessitam apenas de medicamentos sintomáticos para dor e febre, hidratação e repouso. Em outras situações, como as herpéticas, por exemplo, é necessário iniciar terapêutica antiviral. “No caso da meningite bacteriana, o tratamento é feito com antimicrobianos injetáveis e deve ser iniciado o mais rápido possível para evitar complicações e sequelas”, salienta.
Meningites causadas por fungos ou pelo bacilo da tuberculose
exigem tratamento prolongado à base de terapia específica (antifúngicos e
medicamentos para tratamento de tuberculose).
Prevenir é sempre o melhor caminho
Portanto, a especialista também lista algumas
recomendações:
- Evite locais fechados e aglomerações;
- Prefira locais com ventilação natural, se possível ensolarados;
- Lave as mãos com a maior frequência possível;
- Mantenha sua carteirinha de vacinação sempre atualizada. Há
vacinas eficazes e seguras contra o meningoco, haemophylus e
pneumococos. Não apenas as crianças, mas os adultos e idosos devem procurar
também atualizar sua carteira de vacinação. Converse com seu médico sobre seu
calendário vacinal.
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