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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Escoliose: Sinais sutis passam despercebidos entre crianças e adolescentes

O especialista destaca as possíveis causas, sintomas e como tratar essa anomalia que tende a ficar mais visível em períodos de calor

 

A escoliose é uma condição caracterizada pelo desvio lateral da coluna, resultando em uma curvatura anormal que pode afetar a região lombar, torácica ou cervical. Este desalinhamento, apresenta-se em diversos graus e tipos, ocasionando transtornos funcionais, e até mesmo estéticos. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 6 milhões de brasileiros possuem curvatura acentuada na coluna vertebral, afetando também 50 milhões de crianças em todo o mundo, já entre adolescentes afeta entre 2% e 4% dos adolescentes com idade entre 10 e 20 anos. 

E apesar de ser uma anomalia muito frequente, ainda se trata de um problema que precisa ser mais bem difundido e compreendido. De acordo com Caio Marengoni, Diretor Clínico e Fisioterapeuta do Instituto RV, a escoliose é uma condição médica que as vezes passa despercebida. O especialista inclusive, destaca ainda que durante o verão, quando os adolescentes costumam ficar mais à vontade sem camisa, a escoliose se torna mais visível. "Identificar os primeiros sinais é um desafio para os pais, uma vez que a escoliose é uma deformidade que se manifesta de forma gradual e lenta, desenvolvendo-se ao longo de vários meses”, resume. 

Nos últimos anos, a associação de problemas de coluna em jovens aos hábitos prejudiciais tem sido observada, tais como a falta de atividade física e o excesso de tempo na frente das telas. "De fato, comportamentos podem desempenhar um papel na progressão da escoliose e devem ser evitados por pacientes com essa condição. No entanto, não são identificados como causas principais desse desvio. Na verdade, estima-se que 80% dos casos de escoliose não apresentem causa conhecida. Referem-se à chamada escoliose idiopática”, salienta o especialista. 

Contudo, embora os primeiros sinais da escoliose possam ser sutis e, o fisioterapeuta menciona alguns indicadores, veja:
 

Assimetria nos ombros: Caio explica que o desalinhamento dos ombros é um dos principais sintomas que podem indicar a presença de escoliose e é uma das formas de diagnóstico da condição. “Quando uma pessoa exibe um ombro mais elevado que o outro, escápulas inclinadas ou um lado do quadril inclinado para cima, pode haver suspeita de escoliose na coluna, mas é necessário um exame físico detalhado, que inclui a avaliação da coluna vertebral, costelas, quadris e ombros, até mesmo para identificar extensão e a gravidade da condição.
 

Desigualdade no espaço entre os braços e o tronco: Esse aspecto refere-se à observação de se um braço parece estar mais próximo do corpo do que o outro. Isso pode indicar assimetrias na musculatura ou mesmo desalinhamentos estruturais que afetam a posição dos membros superiores em relação ao tronco.

Inclinação pélvica: A pélvis é a estrutura óssea localizada na parte inferior da coluna vertebral e desempenha um papel importante na sustentação do tronco. Ou seja, uma inclinação pélvica irregular pode resultar em desequilíbrios musculares e afetar a postura geral do corpo.
 

Assimetria nas escápulas: As escápulas, também conhecidas como omoplatas, são os ossos planos e triangulares localizados nas costas, acima das costelas. A assimetria nas escápulas ocorre quando há diferenças perceptíveis na altura entre as duas omoplatas. Isso também pode indicar desequilíbrios musculares ou problemas estruturais, segundo o fisioterapeuta.
 

Curvatura anormal da coluna: Se há uma curvatura anormal da coluna vertebral em forma de "S" ou "C" quando a pessoa está sem camisa, também é possível a presença de escoliose, uma condição em que a coluna se curva lateralmente de forma anormal. É especialmente importante detectar isso em crianças e adolescentes em fase de crescimento.
 

Desconforto ou dor nas costas: De acordo com Marengoni, algumas pessoas com desalinhamentos posturais ou condições como escoliose podem experimentar desconforto ou dor nas costas. “ É importante observar que poucos casos de escoliose ou desalinhamentos posturais causam sintomas evidentes. Entretanto, a presença de desconforto pode indicar a necessidade de uma avaliação mais aprofundada”, aponta.
 

Tem tratamento?

O especialista destaca que o tratamento da escoliose é adaptado de acordo com a gravidade das curvas e os tipos específicos da condição. Em casos leves, apenas o tratamento conservador, ou seja, a reabilitação com exercícios específicos de fisioterapia é suficiente. 

Para curvas entre 25 e 45 graus em crianças e adolescentes, recomenda-se o uso de coletes por pelo menos 18 horas por dia. A fisioterapia, com exercícios específicos, também deve ser incorporada para estabilizar ou melhorar as curvas. 

Já a Cirurgia, Caio recomenda para curvas acima de 45 a 50 graus, visando corrigir deformidades que podem causar prejuízos estéticos, psicológicos, pulmonares e cardíacos. 

“Em resumo, quanto maior a curva e menor a idade, mais grave. Quanto menor a curva e maior a idade, mais leve” conclui.  



Instituto RV

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