O Criminal
Profiling é a metodologia científica multidisciplinar que mapeia características
subjetivas do criminoso através da materialidade de seu delito. Em outros
termos, temos de um lado a comissão de um crime material e não transeunte de
autoria desconhecida e de outro a cena de um crime expressada pelos aspectos
multifatoriais (biológico, social, psicológico etc.) do agente criminoso. Cabe
ao profiler
interpretar a materialidade do delito e identificar o perfil do criminoso por
seus aspectos multidimensionais.
Ao contrário do
que muitos pensam, a moda não é fútil. Moda não é só uma roupa, um sapato ou
acessório, não é sobre comprar marcas de alto renome ou estar por dentro
daquela tendência que chegou junto com a nova estação, a moda é uma cadeia de
suprimentos, é um dos setores que mais gera empregos e renda, é como uma escala
larga de produção que vem desde a plantação do algodão até as vitrines das
lojas, seja física ou e-commerce e há também, dessa forma, o Fashion Law
(Direito da Moda) que trata acerca da propriedade intelectual relacionada à
toda indústria fashion.
Dessa forma,
sabendo um pouco mais sobre o que tem por trás da moda, passamos a entender que
assim como os consumidores tendem a estar mais perto de lojas que praticam
políticas sustentáveis, a tecnologia blockchain vem para mudar isso nas cadeias
de produção, sendo mais transparente com os consumidores e nos aproximando da
história de cada produto que é feito.
Mas afinal, o
que é o blockchain? É uma tecnologia que possibilita o compartilhamento de
informações de forma transparente entre as partes envolvidas naquele segmento.
A primeira rede de blockchain foi usada de forma significativa no mercado
financeiro, visto que as informações, uma vez registradas, jamais poderiam ser
alteradas, e dessa forma, descentralizou a utilização de bancos de dados
tradicionais. A título de exemplo, temos o caso das criptomoedas, onde todas as
negociações ficam registradas nessa tecnologia, o que gera a diminuição de
custos operacionais.
Blockchain, como
o próprio nome diz, é um conjunto de blocos, que estão ligados em uma cadeia ininterrupta
e é como se dentro de cada bloco tivesse uma informação que é possível conferir
e, ao mesmo tempo, que está prevenida de qualquer artifício, como mencionado
acima, não sendo possível sua alteração e nem remoção. Qualquer um desses
movimentos, que não seja para alimentar com informações, acaba invalidando toda
a cadeia de blocos.
Assim, além de
efetivar as negociações e transações no mercado financeiro, foi observado que
essa tecnologia pode também rastrear e registrar qualquer tipo de valor, além
de registrar, por exemplo, escrituras de imóveis, gestão de dados e até mesmo
uma cadeia de suprimentos. Na indústria da moda, a tecnologia pode registrar
todas as informações fornecidas de cada produtor ou fornecedor da cadeia
produtiva.
O banco de dados
é, portanto, uma forma de maior transparência e rastreabilidade. Quanto ao
direito da moda, o que podemos enfatizar além da tecnologia é quanto ao ônus da
prova relativo ao titular de um direito, visto que, o consumidor poderá atestar
a autenticidade do produto e do material específico, podendo acessar toda
monitorização ao longo de toda a cadeia de distribuição, o que naturalmente
gera essa maior confiança de estar comprando efetivamente o produto que está
descrito, prevenindo-o de fraudes.
Em junho desse
ano, a Renner e a Youcom fabricaram jeans que são 100% rastreáveis via
blockchain, sendo assim, todas as pessoas que adquirirem essas peças podem
acompanhar todo ciclo produtivo, desde o cultivo da matéria prima até a
fabricação do produto final, as duas lojas tiveram seus lançamentos realizados
em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão “Abrapa”, que
tem fazendas certificadas e com rastreabilidade total, do início, onde o
algodão, como matéria prima, é produzido e até a entrega do produto final ao
consumidor. Além da Abrapa, empresas nas etapas de fiação e tecelagem estiveram
presentes para que o jeans fosse fabricado de forma totalmente rastreável.
Além dessas
empresas, a Louis Vuitton já registrou um pedido de patente de uma blockchain
para e-commerce brasileiro, desenhado para uso de toda a indústria de luxo, e
com um poderoso serviço de rastreamento.
São
três os pilares levados em consideração, não só quanto a sustentabilidade, mas
também quanto a transparência do fornecedor com o consumidor: (i) econômico,
(ii) ambiental e (iii) social, para que, desta forma, o consumidor possa fazer
escolhas mais conscientes, inclusive no que tange a moda, podendo acompanhar
não somente a veracidade do tecido e produto que está comprando, mas acompanhar
todo o seu desenvolvimento desde a origem da matéria prima até o produto final,
para que assim, tenha impacto positivo no mercado.
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