Pesquisa indica
que o medo antecipado está diretamente ligado ao comportamento dos pais durante
a vacinação
Pesquisadores da Universidade de York, no Canadá,
encontraram uma forte conexão entre o medo antecipado e o comportamento dos
pais durante as vacinas infantis. O estudo descobriu que o comportamento
passado e presente dos pais é o maior motivo para esse sofrimento. A Sociedade
Brasileira de Imunizações (SBIm) afirma que 40% dos adolescentes passam mal em
procedimentos com agulhas e a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC)
acrescenta que, cerca de uma em cada dez pessoas, sofrem em algum nível com o
receio de agulhas.
Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Kátia
Oliveira, algumas dicas podem ajudar muito na hora dos pais lidarem com a
vacinação. "É importante conversar sobre a importância da vacinação e,
jamais, colocar a vacina como forma de punição. Os pais precisam demonstrar
confiança no momento da vacinação, para que esse sentimento reflita nos
filhos”, afirma, lembrando que na maioria das vezes o trauma de agulhas vem da
infância.
A especialista lembra que distrações são muito bem-vindas nesse momento. “É
possível oferecer leite materno logo após a picada para que os bebês se sintam
acolhidos. Vídeos, brinquedos e objetos com música também garantem a
distração”, sugere. A Clínica Vacinne disponibiliza também óculos de realidade
virtual para tornar esse momento menos estressante. Com essa tecnologia, a
criança pode escolher o filme ou desenho de sua preferência e ficar mais
tranquila na hora da aplicação. Os óculos podem ser usados também por adultos
que apresentam fobia de agulhas.
Kátia lembra que o papel dos pais é enxergar a
vacinação com mais tranquilidade e tentar reforçar sobre a importância da
imunização, tentando gerar na criança uma consciência maior sobre a saúde e o
bem-estar dela e de todos que a cercam. “A ansiedade e o nervosismo, tanto das
crianças, quanto dos acompanhantes, torna, muitas vezes, a vacinação mais
difícil e ainda aumenta a percepção da dor”, explica. A dica para os pais é não
demonstrar pena, tratar a vacinação como algo natural e muito importante para
manter a saúde em dia, e estar dos lados dos seus filhos durante a aplicação,
para dar suporte para a criança. “Para os pais que também têm medo de agulhas,
é possível pensar em outra pessoa de confiança da criança para acompanhar esse
momento”, finaliza
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