Público poderá
conferir a indumentária de terça a domingo, das 9h às 18h, e às quintas até às
20h;
Exibição de
setembro é parte de uma ação de ativação para recepção de um manto Tupinambá
que está há mais de três séculos no Museu Nacional da Dinamarca e será
devolvido para o Brasil em janeiro de 2024
Indumentária confeccionada por Glicéria Tupinambá em exibição no projeto Manto em Movimento. Crédito: Perola Dutra |
Entre 12 e
17 de setembro, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) exibirá um manto sagrado
confeccionado por Glicéria Tupinambá na comunidade da Terra Indígena de
Olivença (BA). A indumentária integra o Projeto Manto em Movimento, ação de
ativação para recepção do manto que será devolvido pelo Museu Nacional da
Dinamarca para o Brasil em janeiro de 2024. O MCI é uma instituição
da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São
Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa
de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty
Mirim.
No MCI, o
manto de Glicéria Tupinambá será recepcionado por representantes do Conselho
Indígena Aty Mirim — composto por indígenas de diversas etnias e territórios do
estado de São Paulo. Seus integrantes acolherão o ente sagrado para seu
fortalecimento, já que a indumentária tem grande valor espiritual e ritual,
considerada um parente divino vinculado ao mundo dos Encantados e à cosmologia
Tupinambá, responsável pela conexão com as plantas, os animais, o passado e o
presente.
A técnica
ancestral para confecção se dá pela conexão Tupinambá entre o mundo material e
imaterial — da feitura da agulha, do ponto do jereré à comunicação com os
pássaros e à reconexão com as matas. O objeto é confeccionado com fibra de
algodão, tucum, embebidas no mel, revestidas de penas de pássaro como o guará e
a arara.
Para
comentar sobre o significado do manto sagrado, a técnica ancestral do povo
Tupinambá e a realização do projeto Manto em Movimento, o MCI receberá
Glicéria Tupinambá, em 14 de setembro, às 18h, para uma palestra aberta ao
público.
INSPIRAÇÃO
A confecção
dos mantos de Glicéria Tupinambá — artista, ativista, professora e intelectual,
natural da aldeia da Serra do Padeiro — tem início em 2001, quando dois anciãos
do seu povo, Aloísio e Nivalda, reencontraram um dos mantos presente na coleção
do Museu da Dinamarca. Inspirada pela reconexão entre os artefatos, Glicéria
confeccionou três mantos com o apoio da comunidade e a orientação dos mais
velhos, com o intuito de reencontrar aqueles levados para a Europa. Glicéria Tupinambá participará de palestra aberta
o público no MCI, em 14/09, às 18h.
Crédito: Perola Dutra
O reencontro proposto pelos mantos de Glicéria não trata de uma retomada material. Seu trabalho está conectado ao direito à memória e à ancestralidade, que permite exercer o direito de reaprender e reviver uma tradição, relembrando seu modo de feitura e dos rituais que a indumentária representa.
MANTOS NA EUROPA
O manto
Tupinambá que está no Museu Nacional da Dinamarca há mais de três séculos será
devolvido para o Museu Nacional do Rio de Janeiro em janeiro de 2024. A
indumentária é feita de penas vermelhas de guará costuradas em uma malha e mede
cerca de 1,80 metros. O retorno do manto para o Brasil contou com a articulação
do embaixador brasileiro na Dinamarca, Rodrigo de Azeredo Santos, do Museu
Nacional e da comunidade Tupinambá da Serra do Padeiro, localizada na ainda não
demarcada Terra Indígena Tupinambá Olivença (BA).
Há registros
de 11 mantos Tupinambás em museus europeus. Os artefatos produzidos nos séculos
16 e 17 foram trocados em negociações diplomáticas ou simplesmente saqueados
durante a colonização. No Brasil, fisicamente, não restou nenhum.
Sobre o MCI
Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.
SERVIÇO
Projeto
Manto em Movimento: exposição
Período: de 12 a 17 de setembro de 2023
Horários: de terça a domingo, das 9h às 18h, e
às quintas até às 20h
Ingressos: disponíveis no site https://museudasculturasindigenas.org.br/
Museu das Culturas Indígenas
Rua Dona
Germaine Burchard, 451, Água Branca - São Paulo/SP
Funcionamento: de terça a domingo,
das 9h às 18h; às quintas-feiras até às 20h; fechado às segundas-feiras (exceto
feriados)
Telefone: (11)
3873-1541
E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br
Site:
www.museudasculturasindigenas.org.br
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