Lina Bo Bardi e o
MAM no Parque parte do estudo para um dispositivo expográfico realizado pela
arquiteta no início dos anos 1980 para o projeto de reforma do museu, e busca
compreender mais a fundo o trabalho e a herança deixada por Lina na instituição
Vistas da exposição _Lina Bo Bardi e o MAM no Parque_ na Biblioteca
Paulo Mendes de Almeida, no MAM São Paulo. Foto: EstúdioemObra
No marco de seus 75 anos, o Museu de
Arte Moderna de São Paulo traz ao público uma mostra que busca
refletir sobre a reforma de sua sede realizada no início dos anos 1980 pela
arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914 - 1922), e sobre o legado que
esse projeto deixou. Com curadoria de Gabriela Gotoda e Pedro Nery, a exposição
Lina Bo Bardi e o MAM no Parque ocupa a Biblioteca Paulo Mendes de Almeida até
28 de janeiro de 2024 com documentos e desenhos do projeto de Lina.
Ao longo de sua história, o MAM ocupou diversos espaços. Em seus primeiros
anos, o museu esteve no edifício dos Diários Associados na Rua Sete de Abril,
na região central de São Paulo, em um espaço adaptado pelo arquiteto Vilanova
Artigas. Depois, o MAM ocupou uma parte do Pavilhão Matarazzo a partir de
meados dos anos 1950, época em que a Bienal de São Paulo ainda era um evento do
museu. Após a doação de seu acervo à Universidade de São Paulo - USP -, o MAM
passou por um período de reorganização e reabriu em 1969 em uma nova sede: o
espaço instalado sob a marquise do Parque Ibirapuera, onde está até hoje.
No texto que acompanha a exposição, os curadores contam que “este espaço
integra o conjunto arquitetônico do Parque desde a sua fundação em 1954. Após
abrigar o Museu de Cera até, ao menos, o ano seguinte, recebeu a exposição
Bahia no Ibirapuera, de Lina Bo Bardi e Martim Gonçalves em 1959, e, depois,
foi usado por quase uma década como depósito da Bienal. A partir da concessão
para uso do edifício atribuída pela prefeitura em 1968, o MAM convidou
Giancarlo Palanti para reformar o pavilhão que se tornaria a sede do museu. Mas
foi apenas com a reforma projetada por Lina Bo Bardi (com colaboração de André
Vainer e Marcelo Ferraz) em 1982 – entregue em 1983 – que o MAM executou a
fachada de vidro que transformaria a sua relação com o Parque Ibirapuera”.
A partir do levantamento de materiais da Biblioteca do MAM, enquanto a equipe
do museu fazia uma avaliação acerca da catalogação e do recondicionamento dos
materiais de arquitetura do acervo, foi localizado um desenho de Lina Bo Bardi
entre os documentos. O achado fez com que o MAM retomasse a pesquisa sobre a
reforma que Lina propôs e entregou ao museu há 40 anos. Na mostra, esse desenho
será exibido ao lado de outros materiais que foram reunidos nessa pesquisa,
como planta, fotos de maquete e outros documentos.
“Dada a importância deste desenho para o legado da arquiteta e da sua relação
com o edifício ocupado pelo MAM, o museu decidiu incorporá-lo ao acervo, junto
às demais obras em papel da sua coleção. Com isso, além de promover a pesquisa
em torno da arquitetura de museus e, especialmente, da arte moderna, buscamos
compreender melhor o trabalho e a herança deixada por Lina, que, com o êxito da
sua marca museográfica, transformou o MAM num espaço contínuo com o Parque
Ibirapuera”, afirmam Gabriela Gotoda e Pedro Nery no texto curatorial.
Sobre o MAM São Paulo
Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de
interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de 5 mil
obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e
contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições
privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção
artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas.
O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários,
palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas
artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os
públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e
videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material
audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de
museus de vários países mantém o acervo vivo.
Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o
edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de
exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os
visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos
com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de
Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx e Haruyoshi Ono para abrigar obras
da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades
especiais.
Serviço:
Lina Bo Bardi e o MAM no Parque
Curadoria: Gabriela Gotoda e Pedro Nery
Período expositivo: até 28 de janeiro de 2024
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo (Biblioteca Paulo Mendes de
Almeida)
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portões 1 e 3)
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$25,00 inteira e R$12,50 meia-entrada. Aos domingos, a entrada é
gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser.
*Meia-entrada para estudantes, com identificação;
jovens de baixa renda e idosos (+60). Gratuidade para crianças menores de 10
anos; pessoas com deficiência e acompanhante; professores e diretores da rede
pública estadual e municipal de São Paulo, com identificação; amigos e alunos
do MAM; funcionários das empresas parceiras e museus; membros do ICOM, AICA e
ABCA, com identificação; funcionários da SPTuris e funcionários da Secretaria
Municipal de Cultura.
Telefone: (11) 5085-1300
Acesso para pessoas com deficiência
Restaurante/café
Ar-condicionado
MAM São Paulo
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