De acordo com a
médica obstetra Bruna Pitaluga, a mãe deve, sobretudo, praticar atividade
física regularmente, consumir alimentos saudáveis e suspender a ingestão de
qualquer tipo de bebida alcóolica
Quando uma mulher engravida, e conforme a gestação
avança, é comum que seus pensamentos sejam inundados por preocupações relativas
à saúde e ao bem-estar de seu bebê. Para a médica obstetra, com mais de 20 anos
de experiência profissional, Bruna Pitaluga, a preocupação é bem-vinda e
necessária, desde que a mulher compreenda que ela é o veículo de
desenvolvimento da vida que está sendo gerada. Nesse sentido, alguns cuidados
relacionados à saúde da mãe durante o pré-natal necessitam ser tomados a fim de
que o bebê evolua de forma plena dentro da barriga da mãe.
Bruna explica que a gestação deve ser entendida
como um processo de três etapas (trimestres), onde os estágios, apesar de
distintos entre si, são complementares. “Assim, o sucesso da etapa anterior é
fundamental para um bom desenvolvimento da etapa seguinte”, afirma. Nesse sentido,
a médica obstetra destaca alguns princípios que são indicados às pacientes,
relativos à atividade físicas, alimentação e consumo de álcool, que devem ser
seguidos por toda a gravidez, mas cujo impacto é maior no primeiro trimestre de
gestação.
De acordo com a médica obstetra, o primeiro
trimestre de gestação é fundamental para o desenvolvimento do bebê, porque é
neste período em que ocorre a formação da placenta, órgão que desempenha
importantes funções para a vida do feto, tais como: transportar oxigênio,
glicose, água, entre outras substâncias e retirar gás carbônico e outros
dejetos.
A placentação humana se inicia com a implantação do
útero entre a sétima e 12ª semana de gestação, sendo a atividade física
essencial para que isso aconteça. “Então, logo no primeiro trimestre, não se
pode suspender a prática de exercícios. Se a atividade física é boa para o
coração, ela é excelente para a placenta, auxiliando sua implantação,
oxigenação e vascularização”, afirma Bruna
Do mesmo modo, conforme a médica obstetra, também é
de suma importância para a saúde da placenta e consequentemente do feto, que a
gestante continue se alimentando de maneira saudável, priorizando a ingestão de
frutas, legumes e verduras frescas e restringindo o consumo de alimentos ultraprocessados
e açúcar. Bruna destaca o caráter de continuidade da boa alimentação, porque,
segundo ele, é recomendável que a paciente frequente o consultório da obstetra
antes e depois de engravidar.
A suspensão imediata da ingestão de qualquer tipo
de bebida alcoólica é indicada para que a paciente evite desenvolver uma série
de complicações, entre as quais a Síndrome Alcoólica Fetal, uma doença séria
que pode prejudicar, sobretudo, o neurodesenvolvimento do feto, que ocorre
principalmente no primeiro trimestre. “É neste período, que começa a migração
das células que contribuem para o pleno desenvolvimento do sistema nervoso
central e dão origem ao cérebro do bebê, como conhecemos após o nascimento”,
diz Bruna.
A médica obstetra enfatiza que todos os exames pedidos
por ela nas consultas com as gestantes que atende, em sua rotina laboratorial,
têm como o intuito obter uma visão metabólica da gestação, compreendendo que a
mãe é o veículo de desenvolvimento do bebê, seja neurológico, seja motor, seja
osteoarticular, seja da placenta.
Para isso, tendo essa visão metabólica gestacional
como guia, é que Bruna dá prioridade às mudanças nos hábitos de suas pacientes,
como adotar a prática regular de atividade física, ingerir alimentos saudáveis
e restringir de maneira absoluta o consumo de bebidas alcóolicas.
Dra. Bruna Pitaluga - Formação em Medicina pela Universidade de Brasília – UnB. Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade de Brasília – UnB. Pós-graduação em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN. Especialização em Medicina Funcional pelo Instituto de Medicina Funcional - IFM, EUA. Curso em Nutrigenômica pela Universidade da Carolina do Norte - UNC, EUA
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