A agricultura tem sido uma atividade fundamental para a humanidade ao longo da história. E, nas últimas décadas, temos testemunhado uma transformação significativa no segmento, impulsionada pela tecnologia. Um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) identificou que 84% dos agricultores já utilizam ao menos uma plataforma digital, enquanto o levantamento da consultoria 360 Research & Reports registrou que os recursos tecnológicos no setor devem movimentar mais de US$ 8 bilhões até 2026.
Diante desse contexto, é possível começar a falar
sobre a próxima fase da revolução tecnológica na agricultura: o Agro 5.0. O
conceito, que tem o intuito de otimizar a produtividade na agricultura, mas sem
deixar a sustentabilidade de lado, é caracterizado pelo uso integrado de
recursos tecnológicos avançados, tais como Inteligência Artificial (IA), Big
Data, Internet das Coisas (IoT), automação, drones e afins, sendo uma evolução
dos estágios anteriores do segmento.
O Agro 1.0 refere-se a uma agricultura tradicional
e manual. Em seguida, veio o 2.0 marcado pela mecanização por meio da
introdução de máquinas como tratores e colheitadeiras. Já o 3.0 foi
impulsionado pela automação e controle eletrônico a partir da adoção de
sistemas de GPS e monitoramento remoto, permitindo uma maior precisão das
operações agrícolas. Por sua vez, o 4.0 passou a contar com a integração de
sistemas, e, consequentemente, com a análise de dados.
Dessa maneira, o Agro 5.0 veio para elevar a
atuação estratégica desse mercado a um novo nível. Com o avanço da Inteligência
Artificial, os agricultores têm acesso a sistemas de tomada de decisão com base
em algoritmos que podem analisar um grande volume de informação, além de
fornecer recomendações precisas em tempo real. A IoT é capaz de conectar
máquinas, sensores e dispositivos em toda a cadeia produtiva, contribuindo para
o aumento da eficácia do monitoramento.
Aqui, é importante ressaltar que toda essa
realidade somente é possível por conta das agtechs - startups que unem a
tecnologia ao agronegócio. Segundo dados divulgados pelo Distrito, ecossistema
independente de startups, os investimentos em agtechs no Brasil alcançaram a
marca de US$ 200 milhões em 2022, o dobro do aporte total registrado em 2021.
Na prática, as startups do agro desempenham um papel fundamental na
disseminação do Agro 5.0 por meio da implementação de soluções agrícolas
inovadoras. Essas iniciativas permitem o monitoramento em tempo real das
produções, otimizando o uso de recursos, automatizando tarefas, promovendo a
conectividade e a integração de dados.
Para o sucesso da Agricultura 5.0 uma pauta
importante que também temos que tratarmos é necessidade de acelerar a
capacitação dos agricultores. A tecnologia está evoluindo rapidamente, e os
agricultores e operadores precisam adquirir conhecimentos e habilidades para
utilizar e gerenciar essas novas máquinas e softwares. A educação agrícola e o
treinamento são fundamentais para garantir que os agricultores e operadores
possam aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pela tecnologização.
Pois no final das contas, as agtechs aumentam a produtividade, sustentabilidade
e eficiência do setor agrícola, abrindo as portas para a transição do segmento
para o Agro 5.0.
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