Algumas doenças,como a catarata, são comumente relacionadas à terceira idade. No entanto, o problema ocular pode atingir também crianças no nascimento ou ao longo da infância. Estima-se que 3 a cada 10.000 crianças manifestem a catarata infantil. A enfermidade, também conhecida como catarata congênita, é uma das principais causas de cegueira infantil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O médico oftalmologista do Núcleo de Oftalmologia,
Dr. Cícero Narciso, explica que a doença, no caso das crianças, atua como uma
película opaca nos olhos. “A catarata infantil faz com que elas percam a
transparência do cristalino, uma lente translúcida que fica dentro do olho,
atrás da pupila. A perda ocorre por meio da formação de uma película opaca de
espessura mediana, que provoca a sensação de embaçamento da visão. A formação
desse ‘vidro fosco’ nos olhos é capaz de comprometer a visão dos pequenos, em
casos graves”, esclarece Dr. Cícero.
A doença tem sintomas visíveis e aparentes. Dentre
os mais comuns em crianças, está a pupila esbranquiçada, ou leucocoria, como
descreve o especialista. “Esse sintoma pode se manifestar logo após o
nascimento ou após poucos meses. A leucocoria é um sinal de que a catarata já
está em um grau mais avançado e, caso não haja o tratamento imediato, pode
acontecer uma piora considerável da doença ao longo do tempo, levando ao
desenvolvimento de estrabismo e nistagmo, por exemplo” complementa.
A doença pode afetar um ou os dois olhos, sendo
classificada em uni ou bilateral. O seu diagnóstico, segundo Dr. Cícero,
acontece por meio do ‘Teste do reflexo vermelho’ ou, como é conhecido
popularmente, ‘Teste do Olhinho”. “Se o recém-nascido apresentar sintomas logo
na primeira semana, recomenda-se que seja realizada a testagem. No teste, uma
luz é projetada sob o olho do bebê para observar possíveis alterações na
estrutura ocular. Caso não seja identificado nenhum obstáculo na entrada e
saída de luz pela pupila, a saúde ocular do bebê não está comprometida pela
doença”, pontua o especialista.
A catarata infantil possui cura. O diagnóstico
precoce aliado a um tratamento eficiente são a chave para a eliminação da
doença, como enfatiza Dr. Cícero. ”O primeiro passo é buscar um médico
oftalmologista especialista no assunto. Só por meio de uma orientação adequada,
será possível encontrar e realizar o tratamento mais eficaz e indicado para
cada criança. Em alguns casos o procedimento mais adequado é a remoção do
cristalino, em outros o tratamento pode ser realizado apenas com colírios e
demais medicamentos. Cada caso deve ser analisado de forma singular, a fim de
recuperar a visão da criança”, finaliza.
Núcleo de Oftalmologia
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