Novas funções envolvem desde engenheiros de machine learning a profissionais de ética digital
As plataformas de Inteligência Artificial generativa se
tornaram tema central das discussões sobre tecnologia e mercado de trabalho nos
últimos meses. Desde o lançamento do ChatGPT, uma ferramenta poderosa que usa
técnicas de processamento de linguagem natural para criar diálogos
indistinguíveis dos humanos, promete uma revolução sem precedentes na maneira
como interagimos com a tecnologia. Muito além de gerar respostas instantâneas a
questões complexas, a IA tem demonstrado potencial para assumir atividades que,
antes, apenas humanos eram responsáveis por realizar.
De acordo com o relatório Futuro do Trabalho, do Fórum
Econômico Mundial, com o rápido desenvolvimento das IAs, muitos cargos podem
desaparecer nos próximos anos. Entre 2023 e 2027, por exemplo, a previsão é de
que profissões como a de balconistas, secretários administrativos e vendedores
de porta em porta deixem de existir. Ao mesmo tempo, novas funções, categorias
e especialidades devem aparecer.
Para o BizHub, ecossistema de inovação e tecnologia da
A&M que oferece soluções com base em inteligência artificial, no futuro,
teremos profissionais capacitados para educar IA, além de trabalhar lado a lado
com a tecnologia. “Já vemos iniciativas e projetos utilizando inteligência
artificial para além do ChatGPT, como no atendimento de clientes e para a
otimização de vários processos”, afirma Ricardo Bonora, co- fundador do BizHub.
Alguns desses cargos já existem, como é o caso dos
designers conversacionais. Responsáveis pela adaptação das interfaces aos atendimentos.
Eles trabalham com UX (experiência do usuário, em português), mas poderão
adquirir uma nova habilidade para treinamento de IA e suas respostas.
Outro cargo que provavelmente ganhará ainda mais
atenção, são os designers de Prompts para IA, especializados na interação entre
humano e tecnologia. Os prompts são perguntas, instruções e demandas comuns,
presentes na comunicação entre o usuário e o sistema. O propósito desse cargo é
identificar as principais necessidades dos usuários ao interagir com uma
inteligência artificial.
Segundo o BizHub, redatores e designers estarão mais
propensos a se adaptarem à IA. “São profissões que não necessariamente vão
acabar, mas que podem se tornar especialistas em utilizar a IA ao seu favor,
ganhando mais escala nas suas entregas”, afirma Bonora. Ferramentas como o
Canva já integraram a IA para o desenvolvimento de imagens. No entanto, é
necessário um profissional direcionando para essa construção. Os redatores
passam por um processo parecido, em que a técnica pode ser potencializada pela
IA. “O redator sabe melhor o que e como perguntar, além de todas as otimizações
necessárias, pensando em SEO”, explica.
Algumas profissões surgiram do zero, baseadas em cargos
tradicionais em tecnologia que temos hoje. Para que os computadores consigam
operar com base em dados e algoritmos, os engenheiros de Machine Learning -
aprendizado de máquina -, serão cruciais. Responsáveis pela programação, esse
profissional cria e treina os modelos computacionais para execução de tarefas específicas.
Não se limitando a gerar ou extinguir ocupações, esses
sistemas de IA têm o potencial de revolucionar todas as áreas profissionais.
Eles possibilitam a automação de tarefas, incentivam a criatividade e propiciam
o aprendizado, amplificando de maneira significativa a produtividade e
concedendo maior autonomia ao trabalhador. Assim, um funcionário em início de
carreira que domina a ferramenta, é capaz de desempenhar funções mais avançadas
que sua posição. O mesmo acontece com os funcionários plenos e a nível sênior.
A IA permite expandir as habilidades e competências de todas as categorias.
Mas as mudanças provocadas pela IA não se restringem ao
mercado de trabalho. A discussão sobre regulação, segurança e governança
precisa acompanhar o desenvolvimento. Por trás de toda tecnologia, existe uma
programação realizada por humanos, com ideais e julgamentos particulares. O
profissional de ética em IA será responsável por fazer essa análise, bem como,
certificar de que os processos lógicos e programados das máquinas não se
sobreponham às questões humanitárias.
A curadoria para desenvolvimento da IA é, talvez, uma
das funções mais importantes para o funcionamento, de acordo com o BizHub.
“Esse profissional é responsável pela melhoria contínua das interações dos
usuários com as interfaces conversacionais e vice-versa. O trabalho é feito por
meio da análise das interações, mapeamento e criação de novos exemplos para o
modelo de inteligência artificial, e do acompanhamento dos objetivos de
negócio”, explica Bonora. Muito próximo do engenheiro de Machine Learning, o
curador é a pessoa que vai pesquisar, analisar e selecionar as informações que
a IA terá acesso.
Apesar de toda a efervescência, a Inteligência Artificial ainda está no início do que pode se tornar. Funções e cargos ainda não imaginados podem surgir conforme a tecnologia avança. Empresas como o BizHub, já se mostram atentas para antecipar tendências e preparar seus times para essa nova realidade.
BizHub -
ecossistema de inovação e tecnologia da A&M
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