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Especialista aponta importância da vacinação como única garantia de não desenvolver a forma mais demorada da doença
Após a
pandemia do coronavírus, muitas pessoas têm enfrentado um desafio adicional com
a chegada do inverno: a chamada covid longa, uma condição em que os sintomas da
infecção persistem por semanas ou meses após a recuperação inicial. Essa
situação tem levantado preocupações sobre como a covid prolongada pode estar
relacionada a outras doenças infecciosas e quais são as chances de evoluir para
outras complicações.
De
acordo com uma pesquisa publicada no periódico Jama Internal Medicine, que
analisou 41 artigos publicados com informações de 860 mil pacientes, várias
características demográficas estão associadas à covid-19 prolongada.
Acredita-se que mulheres com alto índice de massa corporal, idade superior a 40
anos, tabagismo e hospitalização devido à covid-19 possam ter chance ampliada
para a manutenção dos sintomas. Além disso, outros grupos também são mais
propensos, como indivíduos com idade acima de 50 anos e aqueles com doenças
pré-existentes, como diabetes, obesidade e hipertensão.
"Diferenciar
os sintomas da covid longa dos sinais de outras doenças infecciosas é sempre um
desafio, especialmente no inverno. Muitos dos sintomas são semelhantes, como
fadiga, dores no corpo, dificuldade para respirar e problemas
gastrointestinais. Por isso, é importante consultar um profissional de saúde
para avaliar adequadamente cada caso e realizar testes específicos, se
necessário", explica a médica Camila Ahrens, especialista em infectologia
do Hospital Angelina Caron.
A
infectologista explica que o estudo da Jama Internal Medicine indica que
pacientes que receberam pelo menos duas doses da vacina apresentaram um risco
significativamente menor de evolução para a forma prolongada da doença.
"Assim como grande parte das pesquisas feitas sobre o tema, este estudo
constatou que as vacinas têm um efeito protetor contra o quadro. Mas, ainda
assim, não há nada que elimine completamente o risco de ter a doença. A única
garantia contra a covid-19 prolongada é não pegar covid-19."
Cenário futuro depende de ampliação de recursos
Estatísticas
recentes indicam que 10% a 30% dos pacientes infectados pelo vírus SARS-CoV-2
desenvolvem a covid longa. O número exato de casos ainda é incerto, uma vez que
os critérios diagnósticos e a disponibilidade de dados variam entre os países.
"As
principais sociedades de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os
Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), têm monitorado de perto a
evolução da covid longa. Essas organizações têm enfatizado a importância de
pesquisas e estudos adicionais para entender melhor a condição e desenvolver
tratamentos eficazes", diz.
Quanto
ao cenário futuro, a especialista alerta que é crucial aumentar a
conscientização sobre a doença. "É preciso ampliar o acesso a tratamentos
e recursos de reabilitação para os pacientes afetados, bem como desenvolver
estratégias de prevenção e tratamento", finaliza.
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