O levantamento foi
feito pela Women in Growth, que conecta mulheres e tem com o objetivo
fortalecer a voz feminina
Na tentativa de entender o quanto a figura da
mulher evoluiu no mercado de trabalho, desde a criação do Dia Internacional da
Mulher, em 1975, a Women in Growth, grupo que conecta
mulheres e tem como objetivo fortalecer a voz feminina, criou uma pesquisa e
entrevistou suas participantes para entender seu dia a dia e mostrar todas as
dificuldades enfrentadas como: irregularidade de salários, preconceitos,
assédios, entre outros.
A análise feita pelo grupo revelou que 82,1%
das entrevistadas já sofreram algum tipo de assédio dentro do mundo
corporativo; 97% destas conhecem alguma mulher que também foi
assediada. A pesquisa também mostrou que 88,1% das participantes já sofreram
preconceitos simplesmente por serem mulheres tendo sua capacidade de
inteligência questionada.
No levantamento foi questionado se as participantes
sentiriam-se à vontade para denunciar um abuso ou assédio dentro de seu
ambiente de trabalho, com elas ou com alguma com colegas. Somente 23,9% delas
denunciariam qualquer tipo de abuso cometido por outras pessoas, as demais, 76,1%
responderam que pensariam ou que não fariam nada além se calar.
Uma das entrevistadas compartilhou sua história
para que outras sintam-se à vontade para correr atrás de seus direitos. “Assim
como a maioria das mulheres, já sofri inúmeros abusos no trabalho, desde os
“socialmente mais aceitos” até os menos. Um caso recorrente era ter algum um
homem falando mais alto do que eu, interrompendo assim, a minha fala. Pegando
minha ideia e compartilhando com os demais como se de fato fosse ideia dele. Já
escutei calada diversas vezes falas altas e agressivas em reuniões, principalmente,
com os diretores da empresa, dizendo o quanto eu era incompetente em frente a
certas funções. Um certo dia, comecei a gravar as reuniões onde a minha
competência era pauta, assim, decidi não me calar mais uma vez e processar a
empresa por assédio moral. Acredito que as mulheres não precisam mais se
calar”.
“Ao analisarmos a pesquisa, descobrimos que, 23,1%
das mulheres que participaram da entrevista ganham menos que homens na mesma
função, simplesmente por serem muheres”, desabafa Carolina
Zaccaro, uma das fundadoras do Women in Growth.
Quase 50 anos depois da criação do Dia
Internacional da Mulher, elas ainda seguem em busca de respeito, igualdade e
equidade mesmo diante de suas multifunções. “Nós somos mulheres, somos fortes e
guerreiras, seguimos lutando diariamente para mostrar que somos capazes, que
somos inteligentes, que podemos sim ocupar cargos de liderança, que podemos sim
formar uma família, se esse for nosso sonho, e não deixaremos de ser uma
profissional dedicada. Nós mulheres somos únicas e excepcionais", conclui Marina
Andrioli, também fundadora do grupo.
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