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quarta-feira, 29 de março de 2023

Pedras nos Rins: nefrologista esclarece 5 mitos

Segundo o Ministério da Saúde, durante a vida, aproximadamente 12% dos homens e 6% das mulheres terão cálculo renal. Trata-se da formação de cristais nos rins, que se manifestam através de pequenas pedrinhas no aparelho urinário (rins, ureteres, bexiga e uretra).

 

Cálculos renais, popularmente conhecidos como pedras nos rins, são extremamente comuns e podem afetar até 1 em cada 10 adultos. Esses cálculos podem ser pequenos e passar despercebidos ou grandes o suficiente para causar dor e desconforto intensos, a chamada crise renal. 

Justamente por serem tão frequentes e afetarem quase 10% da população, existem muitos mitos sobre este assunto, e é importante estar bem-informado para evitar equívocos e saber como prevenir ou tratar esta condição. 

Dra. Tamara Cunha, Médica Nefrologista pela UNIFESP e especialista em prevenção de cálculos renais esclarece os mitos mais comuns:

 

MITO 1-Pedras nos rins são causadas pelo consumo excessivo de cálcio. 

Embora a maior parte dos cálculos renais sejam formações cálcicas (um composto chamado oxalato de cálcio), é um mito que o consumo de cálcio aumenta o risco de formação. “Na verdade, hoje sabemos que o cálcio proveniente da alimentação é um potencial aliado no tratamento dos cálculos de oxalato de cálcio e que estratégias de restrição da ingestão de cálcio podem piorar tanto as formações quanto a saúde dos nossos ossos.” Explica a médica.

 

MITO 2-Beber muita água pode desfazer as pedras nos rins. 

A hidratação é um dos pilares básicos no processo de prevenção de cálculos renais. No entanto, beber água em excesso não é benéfico para desfazer ou diluir cálculo renal. É importante beber quantidades suficientes de líquidos para manter a urina diluída e esta quantidade é melhor ajustada de acordo com o peso de cada um. Uma regra simples que ajuda adultos é calcular a ingestão de líquidos necessária por dia multiplicando 30mL para cada kg de peso. Por esta regra, um indivíduo adulto, sem outros problemas de saúde que indiquem limitar a quantidade de líquidos, devem ingerir 2100mL de líquidos ao longo do dia (30x70=2100mL).

 

MITO 3-Apenas pessoas com histórico familiar de pedras nos rins precisam se preocupar. 

Embora uma predisposição genética possa aumentar o risco de formação de cálculos renais, qualquer pessoa pode desenvolver pedras nos rins. Hoje, sabe-se que a maior parte das pessoas que desenvolve cálculos renais apresenta tanto fatores genéticos quanto ambientais -- sendo os principais o sedentarismo e uma dieta desequilibrada.

 

Mito 4- Pedras nos rins só causam dor nas costas. 

Embora a dor nas costas seja um sintoma comum de pedras nos rins, outras manifestações incluem dor ao urinar, micção frequente ou urgente, náusea e vômito, dor abdominal, sangue na urina e febre. Dependendo do tamanho e localização do cálculo, os sintomas podem variar.

 

Mito 5 -É seguro tomar chá de quebra pedra durante a crise renal. 

Embora muitas pedras nos rins possam ser eliminadas naturalmente através da urina, algumas pedras podem ser grandes demais ou obstruir o trato urinário, sendo urgente a avaliação em ambiente hospitalar. Em alguns casos, pode ser necessário tratamento médico para eliminar os cálculos renais, seja através de medicamentos ou procedimentos urológicos. Dra. Tamara Cunha explica que o consumo de chá de quebra pedra durante a crise não será capaz de dissolver o cálculo impactado e pode fazer com que o indivíduo atrase sua procura por assistência médica na expectativa de que o chá resolverá o problema. 

A médica ainda reforça que é importante estar informado sobre os fatores de risco, sintomas e opções de tratamento para prevenir ou tratar o cálculo renal de maneira adequada. 

Além disso, é importante que todos saibam que cálculos renais são diferentes entre si e, portanto, os fatores que estão levando a formação de cálculos de uma pessoa podem ser completamente diferentes de outra. “Existem formas eficientes de prevenir este problema, mas somente uma avaliação individualizada pode ser capaz de estabelecer o tratamento específico e mais eficaz em cada situação.” Finaliza a Nefrologista.

 

Dra. Tamara Cunha Médica Nefrologista - CRM 5288468-5 @eracalculorenal.Diploma Universitário pela Universidade Sorbonne, Paris em Litíase Renal e Análise Cristalográfica de Cálculos Renais. Doutorado (PhD) pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em Prevenção de Cálculos Renais. Mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em Tubulopatias Renais. Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Residência Médica em Clínica Médica e Nefrologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Certificado Europeu de Qualificação em Análise Mineralógica/ Cristalográfica de Cálculos Renais.


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