Exames e
controle da pressão arterial e do açúcar no sangue são fundamentais para a
prevenção da insuficiência renal
A segunda quinta-feira do mês de março é reservada em todo o mundo para
a conscientização sobre a saúde renal. Este ano, no dia 09 de março, o Dia
Mundial do Rim enfatiza a prevenção, diagnóstico precoce e o tratamento
adequado da doença, além dos cuidados com os pacientes.
No Brasil, a estimativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) é de
que mais de dez milhões de pessoas tenham a doença. Desses, 144 mil estão em
diálise (um processo de estímulo artificial da função dos rins, geralmente
quando os órgãos têm 10% de funcionamento), número que cresceu mais de 100% nos
últimos anos.
A insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade
de efetuar suas funções básicas. A doença pode ser aguda, quando ocorre súbita
e rápida perda da função renal, ou crônica, quando esta perda é lenta,
progressiva e irreversível. A prevalência da doença renal crônica (DRC) no
mundo é de 7,2% para indivíduos acima de 30 anos e 28% a 46% em indivíduos
acima de 64 anos, de acordo com a SBN.
A estimativa é de que a doença renal crônica afeta cerca de 850 milhões
de pessoas em todo o mundo. “Infelizmente, muitas pessoas não têm consciência
de que têm a doença, o que pode levar a complicações graves, incluindo falência
renal. O objetivo do Dia Mundial do Rim é aumentar a conscientização sobre a
importância da prevenção e tratamento precoce da doença renal”, explica o
nefrologista da rede de Hospitais São Camilo, Dr. Alexandre Augusto Mannis.
As recomendações para manter a saúde renal incluem manter uma dieta
saudável e equilibrada, fazer exercícios físicos regularmente, evitar o
tabagismo e o consumo excessivo de álcool. “Controlar a pressão arterial e o
açúcar no sangue para evitar a hipertensão e o diabetes, são os primeiros
passos para a prevenção da insuficiência renal. Outro ponto fundamental é não
se automedicar, especialmente com drogas que possuem maior risco de dano renal,
como o uso de anti-inflamatórios não hormonais. Além disso, é importante
realizar exames de rotina para detectar precocemente a doença renal”,
complementa o Dr. Mannis.
Cenário dos pacientes nefrológicos no Brasil
Os pacientes nefrológicos enfrentam muitos desafios em sua jornada, no
entanto, com os cuidados médicos adequados, muitos pacientes podem gerenciar
sua condição e ter uma boa qualidade de vida. É importante que os pacientes
nefrológicos trabalhem em estreita colaboração com seus médicos para
desenvolver um plano de tratamento personalizado e eficaz que atenda às suas
necessidades individuais.
Os cuidados médicos se tornam contínuos para controlar a condição e
evitar complicações. Isso pode incluir medicamentos para controlar a pressão
arterial e o açúcar no sangue, além de mudanças na dieta e no estilo de vida.
Alguns pacientes podem precisar de diálise ou transplante renal para manter sua
função renal.
A diálise é um tratamento que filtra o sangue para remover resíduos e
excesso de líquidos do corpo. Existem dois tipos principais de diálise: hemodiálise
e diálise peritoneal. A hemodiálise envolve o uso de uma máquina para filtrar o
sangue fora do corpo, enquanto a diálise peritoneal usa um fluido especial que
é inserido na cavidade abdominal para filtrar o sangue dentro do corpo.
O transplante renal é outra opção de tratamento para pacientes
nefrológicos que sofrem de insuficiência renal avançada. Cerca de 23% dos
pacientes em diálise estavam na lista de espera para transplante em 2020. Um
transplante renal bem-sucedido pode melhorar significativamente a qualidade de
vida do paciente e permitir que eles voltem a realizar atividades cotidianas.
Diante deste cenário, é fundamental que haja uma maior conscientização
sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença renal. Um
estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e prática regular de
exercícios físicos, pode ajudar a prevenir doenças renais.
Além disso, é importante que as pessoas conheçam os fatores de risco
para doença renal e façam exames de rotina para detectar possíveis problemas
nos rins. Quanto mais cedo a doença renal crônica for diagnosticada, maiores
são as chances de controlá-la e retardar sua progressão.
Rede de Hospitais São Camilo
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