Na
forma manipulada, o paciente recebe uma dose individualizada e um preparo
exclusivo para sua necessidade
As farmácias de manipulação vêm registrando aumento na demanda, inclusive por suprir a falta de medicamentos nas drogarias. Segundo a ANFARMAG (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais), o segmento magistral utiliza os mesmos insumos farmacêuticos que as grandes indústrias, mas não vem convivendo com os mesmos problemas de fornecimento de matéria-prima.
De acordo com a Associação, a contratação de funcionários no setor aumentou 6% nos últimos 12 meses, e o faturamento em 2022 também deve seguir a curva positiva de 2021, com crescimento de 10,5% frente ao ano anterior.
Diante
deste cenário, torna-se fundamental conhecer os processos das farmácias de
manipulação. Sendo assim, Paula Molari Abdo, farmacêutica pela USP, diretora
técnica da Formularium e membro da ANFARMAG; cita 9 mitos e verdades sobre os
medicamentos manipulados:
Qualquer
medicamento pode ser manipulado
Depende: Hoje, a farmácia magistral, também chamada de farmácia de manipulação, conta com tecnologias capazes de produzir uma gama de produtos. No entanto, existem aspectos técnicos que nem sempre a farmácia consegue atender, como o drageamento, por exemplo.
Outro
aspecto importante são as patentes e os produtos já disponíveis em determinada
dosagem. “Via de regra, não se manipula um produto que você pode encontrar
exatamente igual na drogaria e que seja economicamente mais vantajoso”, diz
Paula Molari, que também é especialista em Atenção Farmacêutica pela USP.
O
medicamento manipulado é igual ao de drogaria
Mito: Os medicamentos vendidos na drogaria
são industrializados, fabricados em grandes lotes e distribuídos para uma
grande população. Já os manipulados são feitos individualmente. Em geral, são
dosagens e formas farmacêuticas que não se encontram prontas.
Eles
têm alguma vantagem em relação aos industrializados
Verdade: Na forma manipulada, o paciente
recebe uma dose individualizada e um preparo exclusivo para sua necessidade.
“Se pensarmos que a pessoa irá tomar um medicamento feito sob medida para sua
enfermidade, certamente o manipulado terá maior eficácia e adesão ao
tratamento”, pontua a farmacêutica.
Qualquer
pessoa pode fazer uso de medicamento manipulado
Verdade: Mas somente se ele for prescrito por
um profissional habilitado, que siga as indicações técnicas rigorosamente.
Ele
não necessita de receita
Mito: Todo medicamento manipulado precisa
de receita prescrita por um médico. “No entanto, na sua farmácia de confiança,
há determinados produtos que podem ser preparados mediante receita do próprio
farmacêutico”, orienta Paula Molari Abdo.
É
possível escolher o tamanho/formato da cápsula
Verdade: É possível escolher tamanho, cor e
tipo de cápsula, de acordo com a necessidade de cada paciente. “As farmácias de
manipulação passaram a produzir microcápsulas, cápsulas de fácil abertura,
cápsulas hidrossolúveis, entre outros tipos, principalmente para atender
crianças, idosos ou pessoas com problemas de deglutição”.
O
medicamento manipulado pode ser desenvolvido em outras formas farmacêuticas,
como xarope, gel ou creme
Verdade: Segundo Paula Molari, essa é outra
vantagem da farmácia de manipulação. “Muitas vezes, um produto industrializado
só existe na forma de comprimidos. Já a farmácia de manipulação pode preparar a
mesma substância em um xarope com sabor agradável para crianças, por exemplo”.
Ele
é mais indicado para pessoas com intolerâncias a aromatizantes, conservantes,
corantes, glúten ou lactose
Verdade: O medicamento manipulado pode ser
preparado sem nenhum aditivo, conforme restrições, alergias ou intolerâncias do
paciente.
Farmácias
de manipulação precisam de controle de qualidade e certificação
Verdade: Toda farmácia de manipulação deve ter um controle de qualidade, com auditorias internas que analisam todos os insumos e embalagens que farão parte do medicamento, e também do produto final, para averiguar se está com o peso correto e testar a sua eficácia.
“Não é
permitido pela ANVISA funcionar sem seguir inúmeras normas, como controle da
água, qualificação de fornecedores, treinamento contínuo dos técnicos, entre
outros quesitos. As farmácias de destaque no mercado possuem certificações de
qualidade extras, como ISO 9001, SQM e o monitoramento da ANFARMAG, requisitos
essenciais para atendimento a hospitais, por exemplo”, finaliza Paula Molari
Abdo.
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