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sábado, 4 de fevereiro de 2023

O que você precisa saber antes de fazer plástica nos glúteos

No Brasil, são feitos mais de 20 mil gluteoplastias por ano

 

Mesmo com o aumento de novos procedimentos estéticos de todos os tipos, é praticamente uma unanimidade: o bumbum continua sendo uma das partes mais valorizadas pelas mulheres. A plástica no bumbum, chamada de gluteoplastia, ainda é um dos procedimentos mais procurados para quem sonha com um derrière mais delineado ou volumoso. 

Dados do último censo realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mostram que no país são feitos mais de 20 mil gluteoplastias por ano. O bumbum das brasileiras é tão famoso no exterior que a plástica ganhou o nome de “Brazilian ButtLift”. 

O intuito é aumentar o bumbum para melhorar seus contornos e chegar a um resultado harmonioso em relação às suas medidas. Outras, no entanto, se inspiram nas celebridades voluptuosas. 

“Por isso, sempre orientamos as pacientes sobre a importância de levar em conta o seu biotipo (para que não fique desproporcional às suas características físicas) e os limites técnicos de cada procedimento”, alerta Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês. 

Segundo Luís Maatz, anatomicamente, temos quatro formatos básicos de glúteos: 

- Quadrado: volume de cintura e quadril semelhantes.

- Forma de V: grande volume de cintura, com progressiva diminuição das medidas até às coxas. Considerado como o bumbum de formato menos atraente.

- Redondo: volume do quadril maior que o da cintura. Considerado atraente e harmonioso.

- Forma de Coração Invertido: cintura fina e quadril largo. Considerado pela maioria dos pacientes e cirurgiões plásticos como o bumbum mais bonito. Possui formato de um coração de cabeça para baixo, com uma proporção entre cintura e quadril muito próxima do considerado ideal.

 

Quais os procedimentos ideais e os não recomendados

As técnicas mais seguras para aumento do bumbum são três: lipoenxertia glútea (injeção de gordura retirada de outras partes do corpo do próprio paciente como, por exemplo, do abdômen e dorso); implante de próteses de silicone; e preenchimentos com materiais biocompatíveis (como o ácido hialurônico). 

Já os procedimentos não recomendados, pelos riscos que podem causar ao organismo, são a injeção de substâncias como PMMA (poli metil metacrilato) e o Hidrogel (poliamida). De acordo com o cirurgião, o PMMA, chamado comercialmente de Metacril, é uma substância análoga ao acrílico e, portanto, não é reabsorvida pelo corpo. Já o Hidrogel é composto por uma molécula chamada poliamida, análoga ao plástico, associada a grande quantidade de água. 

“Pode ocorrer absorção de parte do produto, mas não completamente. Como eles não são totalmente absorvidos pelo organismo, pode haver reações inflamatórias graves e infecções. Além disso, durante a aplicação, há risco de obstruções de vasos, podendo levar à necrose dos tecidos locais ou mesmo embolias à distância (por exemplo, embolia pulmonar, AVC, entre outros)”, afirma Luís Maatz. 

Segundo ele, infelizmente, há uma disseminação da chamada “bioplastia de glúteos”, a qual é realizada por diversos profissionais (entre eles, biomédicos, farmacêuticos e até mesmo por médicos não especialistas), cujos resultados podem ser catastróficos. Há inúmeros casos de complicações graves, inclusive de óbitos, com um aumento expressivo nos últimos anos. 

“Se a opção para o aumento do bumbum for cirúrgica, há necessidade de realização de exames pré-operatórios e avaliação com anestesista ou cardiologista, quando indicado. Além disso, há alguns cuidados antes da realização da cirurgia, como evitar o tabagismo e interrupção do uso de algumas medicações que alteram a coagulação. Os cuidados pós-operatórios são essenciais para o sucesso da cirurgia, e incluem repouso e uso das medicações prescritas”, finaliza Luís Maatz.

 

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