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terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Morte prematura por câncer de intestino deve crescer 10% até 2030

 O oncologista Ramon Andrade de Mello alerta para a necessidade de mudança de hábitos e diagnóstico precoce

 

O número de óbitos por câncer de intestino entre pessoas de 30 a 69 anos pode aumentar 10% até 2030, segundo estudo produzido pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). “Desconsiderando o câncer de pele não-melanoma, esse tumor é o segundo mais frequente no Brasil. A doença também pode ser chamada como câncer de cólon e reto ou câncer do intestino grosso”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, e médico pesquisador honorário do Departamento de Oncologia da Universidade de Oxford, no Reino Unido. 

De acordo com os estudos do Inca, a comparação dos números do período base de 2011 a 2015 com o quinquênio 2026-2030, mostra que o câncer de intestino tem o maior aumento projetado em todas as regiões brasileiras. “Esses dados acendem um alerta para a prevenção. Além disso, o diagnóstico precoce dessa doença permite alcançar até 95% de chances de cura. A melhor estratégia de tratamento vai ser definida pelo médico. Na maioria dos casos, é recomendada a cirurgia com a retirada de parte do intestino afetado. Em seguida, pode ser recomendada a radioterapia associada ou não à quimioterapia. O procedimento contribui para diminuir as possibilidades de reincidência do tumor”, explica Ramon Andrade de Mello. 

A doença se desenvolve a partir de pólipos, que são lesões benignas no início e aparecem na parede do cólon. “Em pacientes com predisposição genética, geralmente com hábitos não saudáveis, essas lesões podem avançar para um tumor cancerígeno”, detalha o oncologista. 

Esse tumor tem maior incidência em pessoas acima de 50 anos de idade. Entre os fatores de risco, estão o excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas e vegetais. Ramon Andrade de Mello afirma ainda que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados - como salsichas, mortadela, presunto e salame -- ampliam as chances de diagnóstico da doença. 

O oncologista explica que o câncer do intestino pode inicialmente ser confundido com outras doenças como verminoses, hemorroidas e gastrite: “Os pacientes que eventualmente apresentam sintomas intestinais como diarreia e prisão de ventre, dor ou desconforto abdominal, devem procurar um especialista para uma avaliação mais detalhada e um parecer adequado. Sintomas de fraqueza e anemia, bem como perda de peso sem causas aparentes também devem ser investigados”. 

 

Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.
ramondemello.com.br/

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