Condição se deve à interção entre
proteínas que podem ou não estar presentes no sangue da mãe e do fetoAdobe Stock
A eritroblastose fetal, também conhecida por doença hemolítica do
recém-nascido, é uma alteração que acontece quando os glóbulos vermelhos do
bebê são destruídos por anticorpos maternos que passam a barreira placentária,
atingindo aproximadamente 10% das gestações no Brasil, segundo dados da
Fiocruz.
De acordo com Dr. Nelson Tatsui, diretor-técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, esta situação é muito comum na segunda gravidez, pois é necessária uma gestação anterior para que a mãe seja sensibilizada pelo sangue incompatível do bebê, desta forma produzindo uma resposta imune que afetará a gestação subsequente. “Os sintomas vão desde anemia e icterícia leves, a situações graves neurológicas e sistêmicas incompatíveis com a vida”, afirma.
Para identificar os possíveis riscos gestacionais é preciso
realizar um exame de sangue no início da gravidez, que avalia o tipo de Rh —
proteína encontrada na superfície dos glóbulos vermelhos. Caso a gestante seja
Rh negativo, o médico deve pedir que o pai do bebê também realizar o exame de
sangue. Se ele também for, não é necessário fazer qualquer tipo de tratamento.
Porém, se for constatado Rh positivo, a gestante deverá fazer uso da injeção de
imunoglobulina anti-Rh para prevenção da formação de anticorpos contra o sistema
Rhelica.
O tratamento com imunoglobulina é uma das maneiras de tratar e
evitar a eritroblastose fetal. “A aplicação tem o objetivo de neutralizar essa
diferença. Entretanto, cabe um pré-natal completo para detectar a formação de
novos anticorpos, seja do grupo Rh ou de outros sistemas que podem causar o
mesmo problema" pontua.
Esse tipo de “vacina” age impedindo a exposição do sangue do bebê
ao sistema imunológico da mãe, impedindo o início da produção de anticorpos, ou
seja, a mãe não terá anticorpos que causam a eritroblastose fetal nas próximas
gestações. A injeção é usada há muitos anos, para essa e outras condições, e
pode ser aplicada sempre que houver alguma possibilidade de sensibilização do
sistema Rh.
Após o nascimento do bebê, a eritroblastose fetal pode ser tratada
através de exsanguineo transfusão. “Antes do nascimento, pode ser necessária a
transfusão do bebê intrauterina. Este tipo de distúrbio requer atenção
multidisciplinar do pediatra, hematologista e obstetra, para tratar a anemia e
icterícia, evitando situações que ponham em risco a saúde do bebê”, finaliza.
Criogênesis
criogenesis.com.br/
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