Embora lidere
regionalmente, o Brasil representa apenas 2% das pesquisas clínicas no cenário
mundial
Para garantir a segurança e eficácia dos
medicamentos utilizados pelos brasileiros, foi necessário que eles passassem
por uma etapa fundamental antes de serem disponibilizados para o público: a
pesquisa clínica.
Fundamental no desenvolvimento de um medicamento ou
vacina, a pesquisa clínica observa, registra e atesta as reações de uma droga
ou fármaco no corpo humano, de modo a garantir que seu uso seja tanto eficaz
quanto seguro.
Apesar da importância das pesquisas clínicas para a
evolução da saúde mundial por meio de descobertas de novas opções de
tratamentos para diversas doenças, o Brasil ainda carece de investimentos no
setor. Mesmo sendo o 6º maior mercado farmacêutico do mundo, segundo a empresa
IQVIA, o país que possui muitas características para se tornar referência no
setor ainda fica atrás quando o assunto é investimento em pesquisas clínicas.
Aproximadamente 8.805 estudos de pesquisa clínica
são feitos no Brasil, o que representa 42% do total na América Latina. Embora
lidere regionalmente, o Brasil representa apenas 2% das pesquisas clínicas no
cenário mundial. “Uma característica de países desenvolvidos que investem regularmente em
pesquisas clínicas e possuem medicamentos de ponta, é a qualidade de vida e
longevidade de sua população”, afirma Fernando de
Rezende Francisco, gerente executivo da Associação
Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica (Abracro).
Com uma população multiétnica que ultrapassa o
número de 200 milhões de habitantes, e com diferentes tipos de clima, o Brasil
é um país com enorme potencial para conseguir se tornar referência em pesquisas
clínicas. “A farmacogenética, por exemplo, que tem como objetivo estudar
tratamentos personalizados de acordo com as características genéticas de cada
pessoa, necessita de estudos com populações multiétnicas, ou seja, o Brasil é
um local bastante favorável para esse tipo de estudo”, pontua
Francisco.
Para que o país consiga se destacar nesse setor, é
necessário que ocorra uma desburocratização da parte regulatória nos próximos
anos e que os investidores consigam ter a percepção de que o Brasil é um local
conhecido por conta da sua diversidade populacional. “O país só
tem a ganhar com as pesquisas clínicas, pois além de proporcionar qualidade de
vida e opções de tratamentos, será uma fonte de geração de empregos e irá
colocar o Brasil em destaque no cenário mundial”, finaliza
Francisco.
ABRACRO - Associação Brasileira de
Organizações Representativas de Pesquisa Clínica
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