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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Com aumento de casos, CEJAM intensifica ações de combate à dengue em São Paulo

Estratégia da Equipe de Vigilância e do PAVS para 2023 prevê, entre outras medidas, realização de mutirões trimestrais em busca de criadouros do mosquito Aedes aegypti


A prevenção contra a proliferação do mosquito da dengue volta a ser prioridade em todo o país, em especial nas regiões mais quentes e chuvosas. Dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado no último trimestre do ano passado, revelam aumento de 189,1% no número de casos em comparação a 2021.

A doença também matou 4 vezes mais pessoas em 2022, ano registrado como o maior em número de óbitos por dengue no Brasil. Já em 2023, no Estado de São Paulo, o levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde aponta um aumento de 20,3% no mês de janeiro, quando comparado ao mesmo período de 2022.

Para combater esses índices e ampliar a conscientização da população sobre os riscos da doença, o CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” desenvolveu, por meio do PAVS (Programa Ambientes Verdes e Saudáveis) e da Equipe de Vigilância, uma estratégia de intensificação das ações preventivas em conjunto com as Unidades Básicas de Saúde e ESF – Estratégia Saúde da Família, sob gestão da instituição.    

O PAVS, criado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e incorporado ao CEJAM em 2015, tem como objetivo desenvolver projetos que contribuam para a educação ambiental nas comunidades, promoção da saúde e prevenção de doenças. Por essa razão, sua atuação no combate e prevenção à dengue tem sido fundamental ao longo dos últimos anos.

De acordo com Bruno de Oliveira Santos Saito, gestor ambiental do PAVS CEJAM, o trabalho para 2023 inclui visitas domiciliares realizadas pelos Agentes de Promoção Ambiental em conjunto com os Agentes Comunitários de Saúde, auxiliares e enfermeiros das UBSs, além de mutirões, palestras e atividades coletivas em escolas e outros espaços comunitários.

Desde o início deste ano, os agentes já realizaram mais de 90 mil visitas nos distritos do Capão Redondo e Jardim Ângela, identificando mais de 3,5 mil criadouros do mosquito transmissor da dengue.

“A dengue se prolifera onde a água se acumula e fica parada. São esses focos que os agentes buscam durante as visitas, uma ação simples, mas que impacta significativamente a saúde da população, uma vez que os focos são destruídos e as famílias, orientadas corretamente para evitar que surjam novos criadouros”, explica.

Saito reforça que, desde o ano passado, a mobilização de equipes e apoio das Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS) de M’Boi Mirim e Campo Limpo tem mostrado a importância do trabalho conjunto diário no combate à doença. “Neste ano, vamos juntar forças novamente para que os casos diminuam e a população fique ciente dos perigos da dengue.”

Para garantir maior eficácia nos mutirões, o PAVS realiza, ainda, um trabalho intenso de alinhamento com todos os profissionais envolvidos, incluindo os Agentes Comunitários de Saúde, para que as visitas domiciliares ocorram da forma certa e com qualidade, seja em relação à orientação dada aos moradores, seja nos critérios para a inspeção mecânica das casas.

Todos esses esforços têm como objetivo, além de reduzir o número de casos da doença, retomar os hábitos preventivos nos lares paulistanos.

“A pandemia levou a população a focar em outras questões mais urgentes e graves, o que fez com que muitos deixassem o cuidado com o mosquito da dengue em segundo plano. Nossa atuação, agora, visa reparar isso para que as pessoas voltem a incluir a eliminação da água parada na sua rotina doméstica”, finaliza.

A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito transmissor, eliminando água parada em vasos de plantas, pneus velhos, telhas, piscinas sem uso e lixos. Além disso, deve-se manter a caixa d'água limpa e bem tampada.


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”


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