No Brasil, atualmente, existem três macrotendências como modelos políticos pedagógicos para a educação ambiental: a conservacionista, a pragmática e a crítica. Cada uma delas contempla uma ampla diversidade de posições mais ou menos próximas do tipo considerado “ideal”.
Considerando o contexto neoliberal das sociedades
ocidentais contemporâneas, em que a economia do mercado é a que determina os
valores e lógica, a tendência pragmática da educação ambiental tem ganhado
impulso. Essa tendência incorpora correntes de educação para o desenvolvimento
e consumo sustentável, focando em práticas superficiais, comportamentais e
tecnológicas relacionadas à economia de energia, água, reciclagem de resíduos
sólidos, mercado de carbono, entre outros temas de grande importância.
Por outro lado, a perspectiva crítica da Educação
Ambiental é a mais adequada para enfrentar a crise socioambiental, pois une
questões políticas, desigualdades sociais e injustiça socioambiental. Essa
concepção de educação ambiental, enquanto exercício de cidadania, visa revelar
a realidade e, através da educação, contribuir para a transformação da
sociedade, reafirmando sua dimensão política inalienável.
A superação de tal crise passa, necessariamente,
pelo aprendizado de uma nova relação dos homens com a natureza, o que implica
em mudanças fundamentais.
Desde quando foram identificadas as primeiras
experiências relacionadas à Educação Ambiental, na década de 1970, começaram a
se definir dois grandes blocos que, historicamente, alcançaram maior destaque
no cenário, seja pela proximidade com as discussões políticas da área, pela
tradição na educação ou pela afinidade com teorias que obtiveram maior acúmulo
no debate ambientalista.
O bloco conservador, por exemplo, apresenta como
características centrais objetivas:
- Compreensão
naturalista e conservacionista da crise ambiental;
- Educação
entendida em sua dimensão individual, baseada em vivências práticas;
- Despolitização
da educação ambiental, apoiando-se em pedagogias comportamentalistas ou
alternativas de cunho místico;
- Baixa
problematização da realidade e pouca ênfase em processos históricos;
- Foco
na redução do consumo de bens naturais, descolando essa discussão do modo
de produção que a define e situa;
- Diluição
da dimensão social na natural, faltando entendimento dialético da relação
sociedade-natureza;
- Responsabilização
pela degradação posta em um homem genérico, fora da história,
descontextualizado social e politicamente.
Por sua vez, o bloco transformador, crítico ou
emancipatório apresenta entre suas principais características:
- Busca
da realização da autonomia e liberdades humanas em sociedade, redefinindo
o modo como nos relacionamos com a nossa espécie, com as demais espécies e
com o planeta;
- Politização
e publicização da problemática ambiental em sua complexidade;
- Convicção
de que a participação social e o exercício da cidadania são práticas
indissociáveis da Educação Ambiental;
- Preocupação
concreta em estimular o debate e o diálogo entre ciências e cultura
popular, redefinindo objetos de estudo e saberes;
- Indissociação
no entendimento de processos como: produção e consumo; ética, tecnologia e
contexto sócio histórico; interesses privados e interesses públicos;
- Busca
de ruptura e transformação dos valores e práticas sociais contrários ao
bem-estar público, à equidade e à solidariedade.
Existe uma urgência no tratamento do tema, visto as
dificuldades para colocá-lo em prática em virtude, principalmente, da falta de
apoio das instituições e de envolvimento da coletividade escolar, que vivenciam
essa realidade diariamente.
Sugere-se a inserção da bioética, pois essa
metodologia propõe o estudo com uma postura apoiada na ética, para cuidar do
ser humano e do meio ambiente em que vivemos, agregando conhecimentos na
tentativa de mitigar, de maneira mais justa, os desafios da Educação Ambiental.
A veia ecológica nas salas de aulas deve vir
diretamente dos docentes, compartilhando conhecimentos relacionados a seleção
do lixo, reciclagem e manuseio, uso quantitativo da água de forma responsável e
plantio de árvores, fazendo o máximo pelo tema com o que eles tem disponível em
mãos.
É importante pensar e reforçar que passou da hora
das escolas contarem com a educação ambiental em seu currículo escolar, visando
uma mudança no comportamento social para um convívio harmonioso do homem com a
natureza.
Charles
Everson Nicoleit - gestor de obras e empresário
com quase 30 anos de experiência nesse segmento. Também é membro de associações
da construção civil, construção selo verde e sustentabilidade. Possui diversas
certificações e cursos que o habilitam como referência no mercado de construção
civil. Para mais informações, acesse https://www.linkedin.com/in/charles-nicoleit-37654562/.
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