O “efeito sanfona” pode contribuir com o surgimento de doenças e a compulsão alimentar. A manutenção da perda do peso requer a construção de um planejamento específico para cada pessoa
A busca pela boa
forma registra um pico nos primeiros meses do ano. O início do verão e a
proximidade do Carnaval são períodos em que cresce a procura por academias de
ginástica e consultas com nutrólogos, endocrinologistas e nutricionistas. A
perda de peso deve ter um planejamento específico para cada paciente, pois o
emagrecimento rápido, sem o acompanhamento ou a orientação de um profissional
de saúde, desencadeia o chamado “efeito sanfona”, entre outros malefícios.
Uma pessoa com
sobrepeso ou obesidade que emagrece, após fazer uma “dieta milagrosa”, mas
recupera o peso em seguida pode comprometer sua saúde. Essa oscilação na
balança aumenta o risco cardiovascular, ou seja, de infarto ou de AVC e até
mesmo do desenvolvimento de diabetes, porque eleva a resistência à insulina,
que ocorre quando as células do corpo não respondem à ação desse hormônio e
dificultam a absorção da glicose.
Essas “dietas
milagrosas”, como da lua, do sol, da proteína, entre outras, não apresentam o
equilíbrio nutricional adequado para a manutenção do peso a médio e longo
prazos. Evitar carboidratos, mas exagerar no consumo de bacon, de calabresa e
de linguiça pode contribuir para elevar o risco do surgimento de câncer no
intestino.
Sem um
planejamento específico, os regimes restritivos, normalmente, têm curta duração
e eficácia e são gatilhos para a pessoa voltar a comer do mesmo jeito ou até
mais, além de desencadear, em alguns casos, a compulsão alimentar. As dietas
milagrosas sempre serão as piores escolhas para uma pessoa que quer emagrecer e
se manter saudável durante o ano todo.
O primeiro passo
da jornada para a perda de peso com saúde é entender o indivíduo, verificar o
que é mais adequado e o momento que ele vive, porque tem paciente que faz
bastante atividade física, pode ser um idoso ou uma mulher em fase de
amamentação. Dessa forma, é possível distribuir a alimentação com mais
qualidade, fazer trocas, calcular a quantidade ideal de proteína e de
carboidrato, substituir o arroz branco por arroz integral, por exemplo, e
conferir a quantidade para cada pessoa, conforme a sua fase de vida.
Mas em algumas situações, meus pacientes pedem um caminho mais rápido e seguro para a perda de peso com foco em saúde e bem-estar. Nesses casos, recomendo não consumir bebida alcoólica, fazer uma restrição alimentar (ou seja, comer menos do que se come habitualmente) e caso seja possível aumentar mais a atividade física para perder peso com qualidade.
Na healthtech Liti, que foca em resolver a dor do sobrepeso e da obesidade no Brasil, o acompanhamento bem próximo da equipe multidisciplinar (médicos, nutricionistas, cientistas comportamentais e educadores físicos) é um dos sucessos do tratamento. Além do apoio desse time, o paciente faz pesagens regulares, está com os exames em dia e tem o acompanhamento psíquico. Esse trabalho holístico colabora com o emagrecimento e a manutenção dessa perda com qualidade e manutenção da saúde.
Eduardo Rauen - cofundador da
healthtech Liti, que trabalha para resolver a dor do sobrepeso e da obesidade
no Brasil. É médico formado pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).
Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. É médico
nutrólogo (com título de especialista pela ABRAN – Associação Brasileira de
Nutrologia) e do Exercício e do Esporte (com título de especialista pela SBMEE
– Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte). Também atua como
diretor técnico do Instituto Rauen – Medicina, Saúde e Bem-Estar.
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