Uma cidade bem pertinho de completar 305 anos. Ao longo dessa história tricentenária, Tiradentes se notabiliza por muitas faces: seu festival gastronômico, suas igrejas barrocas, suas casas e ladeiras a compor, todas juntas, uma paisagem típica do Brasil ainda colônia. Para um lugar que respira e retém boa parte da história de Minas, sediar museus não deveria ser algo assim tão impressionante.
Mas, no caso
de Tiradentes, é! Os museus locais são mais do que acervos preservados dos
acontecimentos sediados ali mesmo, do lado de fora. E já que a história nunca
deixa de ser escrita, cada um deles explora muito bem a arte de contar, à sua
própria maneira, pequenos fragmentos do passado. É assim no Museu da Liturgia,
na Casa Torta, na Mazuma Mineira (dedicado à cachaçaria com o mesmo nome) e no
Museu da Moto.
Atrações que
ganham ainda mais vida no mês de janeiro. O período de férias e as celebrações
pelo aniversário da cidade, no dia 19, fazem aumentar o fluxo de turistas
ávidos por conhecer de perto um dos lugares mais admiráveis do Estado. Para
receber as visitações, alguns desses espaços preparam eventos que devem tornar
a experiência nos museus de Tiradentes ainda mais prazerosa.
É o caso do
Museu da Liturgia, que reúne 430 peças de artes sacras forjadas entre os
séculos XVII e XX, provenientes das antigas igrejas tiradentinas. O museu é o
único da América Latina a explorar a temática, que atrai uma grande quantidade
de fieis cristãos e pessoas interessadas em histórias que fazem parte da
cidade, do Estado e da própria Igreja Católica no Brasil.
Sua ligação
com as igrejas locais permite ao visitante ter acesso ao Passaporte Histórico
Religioso, que oferece a visitação ao Museu e mais duas igrejas – a Matriz de
Santo Antônio e a de Nossa Senhora do Rosário – por apenas R$ 15. No dia 21 de
janeiro, o espaço vai oferecer o evento “Museu com Música”, a partir das 10h30.
A Casa
Torta, por sua vez, é um centro cultural interativo que tem como proposta
oferecer aos adultos objetos que remetem às memórias de infância. “É uma
espécie de casa onde as famílias se divertem. Então, a ideia aqui é fazer com
que as pessoas tenham um momento nostálgico, que possa entrar e brincar mais
uma vez, como se tivesse sete anos de idade”, conta Lu Gatelli, idealizadora do
local. Mas ela garante que a Casa Torta acaba chamando a atenção também da
criançada. “As crianças também gostam da Casa, porque, junto com os seus pais,
ficam conhecendo os brinquedos que eles brincavam quando tinham a idade delas”,
explica.
A projeção é
de que a Casa receba nessas férias um fluxo grande de pessoas, como geralmente
ocorre. O local está preparando um roteiro com 25 atividades, que será
conduzida de forma divertida por um artista de teatro, responsável por
apresentar cada cantinho do museu.
Já o Museu
da Moto reserva fortes emoções para os fãs das duas rodas que também amam boas
histórias, e que se iniciam muito antes do que se pode imaginar. “A gente
explora bem a história da evolução do veículo de duas rodas desde os
primórdios. Temos aqui, por exemplo, a réplica da bicicleta projetada por
Leonardo da Vinci em 1490”, revela o curador do museu, Rômulo Filgueiras. Outra
atração, segundo ele, é uma réplica do celerífero, um veículo sobre duas rodas
concebido na França no fim do século XVIII.
O Museu
conta com profundidade sobre essas evoluções, passando pelos séculos seguintes
e os avanços que vão desde a ideia de fazer uma bicicleta com motor até as
primeiras experiências de veículos a combustão, finalizando nos modelos mais
modernos. “Hoje temos 115 peças diferentes, de 54 marcas, com origens em 19
países”, avisa o curador.
Já a Mazuma
Mineira é um prato, ou melhor, um copo cheio para quem aprecia o universo da
cachaça. A destilaria produz 15 mil litros por ano, e a produção é vendida no
próprio local. “Como bom mineiro, a gente prima por uma cachaça feita por
qualidade, não por quantidade”, afirma Fábio Mattioli Gonçalves, proprietário
da cachaçaria. E o visitante que se interessa por conhecer a fabricação do
produto aprende de tudo: lá ele pode visitar desde a área de plantio da
cana-de-açúcar até a adega onde estão os barris e tonéis.
O tour na
Mazuma Mineira tem duração aproximada de duas horas e meia, mas apenas em dias
específicos. O local funciona todos os dias, exceto às quartas-feiras. No
domingo, o horário é das 10h às 14h. Nos demais dias, o funcionamento é entre
09h e 17h. E como o movimento costuma ser intenso, o ideal é se programar para
visitar tudo
com calma. E, claro, ter tempo de apreciar uma boa cachaça antes de visitar
outras atrações que só Tiradentes pode oferecer.
muito legal
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