Estudos sugerem
manifestação mais agressiva e progressiva. Entre os sintomas estão disfunção
erétil, perda de confiança sexual, disfunção orgásmica e dormência na região
genital.
A esclerose múltipla é conhecida como uma doença
autoimune mais comum em mulheres. Porém, estima-se que 30% dos casos são
diagnosticados em pacientes são do sexo masculino. E, por conta do baixo
índice, existem dúvidas acerca da diferença na manifestação da doença em
homens.
Muitos estudos epidemiológicos sugerem que a doença
possa ser mais agressiva em homens, podendo evoluir mais frequentemente para
formas progressivas. Não se sabe ao certo o porquê, mas fatores genéticos, hormonais,
imunológicos e de proporção de tecido adiposo corporal poderiam explicar estas
diferenças. Segundo o neurologista Dr. Mateus Boaventura, por um lado, estes
fatores levariam a uma maior prevalência em mulheres (por exemplo, influência
hormonal em receptores e sinalizadores do sistema imunológico, promovendo
autoimunidade), mas por outro poderiam levar a um pior prognóstico em homens
(uma das teorias é que os níveis de estrógeno seriam protetores para a proteção
neuronal, já após uma agressão).
Do ponto de vista cultural, alguns dados sugerem
que homens podem demorar mais a relatar seus sintomas para os médicos,
retardando mais o diagnóstico. A maioria dos sintomas neurológicos são
similares: fadiga, sintomas visuais, fraqueza, formigamentos, desequilíbrio e
sintomas cognitivos. Entretanto, do ponto de vista sexual existem tanto
manifestações parecidas quanto específicas entre homens e mulheres. Os
problemas mais prevalentes para os homens incluem disfunção erétil, perda de
confiança sexual, disfunção orgásmica e dormência na região genital. Para as
mulheres, as apresentações mais comuns incluem disfunção orgásmica, perda de
libido, lubrificação vaginal inadequada e dormência genital. Estes
problemas podem afetar a qualidade de vida dos homens e devem ser conversados
em consulta, para que seja planejado o melhor tratamento para cada paciente.
O tratamento modificador da esclerose múltipla
(medicações que alteram o sistema imunológico para frear a doença) é similar
entre homens e mulheres, com diferenças que pdoem existir no manejo dos
sintomas (o que se denomina tratamento sintomático). Felizmente, já existem no
mundo mais de 15 tipos de medicamentos aprovados. De acordo com o Dr. Mateus
Boaventura, tanto homens como mulheres, quando diagnosticados e tratados de
maneira precoce, conseguem ter uma boa qualidade de vida.
Dr. Mateus Boaventura de Oliveira - Médico Neurologista do HC-FMUSP e Hospital Sirio Libanês. Realizou
fellow clínico e pesquisa em Esclerose Múltipla em Barcelona -Cemcat- Hospital
Vall d’Hebron. Possui título de especialista pela Academia Brasileira de
Neurologia. Atualmente realiza pesquisas científicas e acompanha diversos
pacientes com EM. O Dr. Mateus Boaventura ainda mantém canais dedicados à
disseminação de informações sobre a EM e outras doenças neurológicas de maneira
bastante didática.
Instagram: @drmateusboaventura
www.youtube.com/Dr Mateus Boaventura
Facebook: @drmateusboaventura
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