Promoção do aleitamento materno deve ser vista como uma ação prioritária para a melhoria da saúde e da qualidade de vida das crianças e de suas famílias
O mês de agosto é dedicado exclusivamente à campanha
de estimulação e incentivo ao aleitamento materno em todo o mundo. A cor
dourada faz menção a qualidade do leite materno, ou seja, padrão ouro, sendo o
melhor alimento para a saúde dos bebês nos primeiros anos de vida. A campanha foi
fundada nos Estados Unidos, em 1991, em parceria com a OMS (Organização Mundial
da Saúde). O Brasil aderiu à iniciativa em 1999, mas a campanha Agosto Dourado
somente foi oficialmente lançada no país em 2017, pela Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP), por meio da Lei nº13.435. Desde então, todos os anos, durante
o mês de agosto, são promovidas diversas ações de incentivo e orientação com o
objetivo de conscientizar os pais sobre a importância do aleitamento materno e
seus inúmeros benefícios, tanto para a mãe quanto para o bebê.
Maria Cecilia Lunardelli, pediatra do
Hospital Policlínica Cascavel, que integra a Hospital Care, salienta sobre as
vantagens primordiais. “Dentre os principais, destaca-se o fato de que a
criança amamentada ao seio estará protegida contra alergias e infecções,
fortalecendo-se com os anticorpos da mãe e evitando problemas como diarreias,
pneumonias, otites e meningites. Além disso, a amamentação favorece o
desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando o
desenvolvimento da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na
dentição,” destaca. Os ganhos não param por aí. "Além de tudo isso,
estudos demonstraram que crianças amamentadas têm o QI (quociente de
inteligência) maior do que as crianças não amamentadas. O desenvolvimento do
cérebro nos primeiros dois anos é muito intenso e o leite materno possui
substâncias na sua composição que são muito importantes para que a criança
atinja o seu potencial de inteligência. Além disso, a criança amamentada tende
a ser mais estimulada, o que é fundamental para o seu desenvolvimento saudável,
bem como para os vínculos afetivos”, complementa.
Além do fortalecimento dos laços
afetivos entre mãe e filho, que são fundamentais, a amamentação traz benefícios
para a mulher, tais como: prevenção contra o câncer de mama, de ovário e
endométrio; combate ao diabetes tipo 2; além de diminuir as possibilidades do
desenvolvimento de depressão. Pesquisas apontam uma redução de 9% em relação a
diabetes tipo 2 para cada ano de amamentação. Segundo a Sociedade Brasileira de
Pediatria, estima-se que o risco de a mulher que amamenta contrair câncer de
mama é 22% menor se comparado ao público feminino que nunca amamentou. “Isso
acontece porque a amamentação provoca alterações no corpo da mulher que podem
beneficiar a sua saúde enquanto amamenta e também no futuro”, ressalta a
pediatra.
A OMS, o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam que o período de
aleitamento materno seja exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e
complementado por até dois anos de idade ou mais. Ou seja, os bebês de até 6
meses devem ser alimentados somente com leite materno, não havendo a
necessidade de nenhum outro tipo de alimento durante este período. O uso de
utensílios, tais como bicos, chupetas e similares, não é recomendado e pode ser
prejudicial no processo de amamentação, e também na saúde da criança, por
facilitar a entrada de germes, bactérias e até provocar a interrupção da
amamentação.
Fórmula
infantil X Leite materno
A Dra. Maria Cecilia
explica que a fórmula é um leite que sofreu modificações, tendo a retirada de
nutrientes excessivos e o acréscimo de nutrientes defasados, seguindo o modelo
do leite materno. “Em relação aos leites sem essas modificações e adequações
para o bebê, a fórmula é um leite mais seguro, entretanto não chega nem perto
da segurança e qualidade do leite materno”, salienta. O leite advindo da mãe
contém todos os nutrientes dentro das proporções necessários à saúde do bebê ao
longo dos anos, tendo a capacidade de modificar-se de acordo com as carências
da criança, diferente da fórmula, como expõe a médica. “Também conhecido como
sangue branco, o leite materno é o único leite vivo e tem a capacidade de
variar sua composição no decorrer de uma mamada, de um dia, meses e até anos,
sempre de acordo com as necessidades do bebê, a fórmula é preparada e não se
modifica, é sempre igual desde o começo até o final da mamadeira”.
Bancos
de leite
O Brasil possui a
maior (rBLH-BR) Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano em todo o mundo,
sendo referência. Sua missão é promover, apoiar e proteger o aleitamento
materno, processando e distribuindo o leite humano com segurança e
certificação, aos recém-nascidos prematuros, de baixo peso e gravemente
doentes, contribuindo com a redução da mortalidade infantil. Segundo a Fundação
Oswaldo Cruz, o Brasil conta com 221 bancos de leite e 188 postos de coleta,
além da coleta domiciliar. São distribuídos 160 mil litros, aproximadamente, todos os
anos. “A promoção do aleitamento materno deve ser vista como uma ação
prioritária para a melhoria da saúde e da qualidade de vida das crianças e de
suas famílias, com comprovada redução da morbimortalidade infantil, além dos
benefícios para a saúde da mulher.” pontua, Maria Cecilia Lunardelli, médica
pediatra do Hospital Policlínica de Cascavel.
Hospital Policlínica Cascavel
Hospital Care
Nenhum comentário:
Postar um comentário