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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Agosto Dourado - Luta pelo incentivo à amamentação

Promoção do aleitamento materno deve ser vista como uma ação prioritária para a melhoria da saúde e da qualidade de vida das crianças e de suas famílias


O mês de agosto é dedicado exclusivamente à campanha de estimulação e incentivo ao aleitamento materno em todo o mundo. A cor dourada faz menção a qualidade do leite materno, ou seja, padrão ouro, sendo o melhor alimento para a saúde dos bebês nos primeiros anos de vida. A campanha foi fundada nos Estados Unidos, em 1991, em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde). O Brasil aderiu à iniciativa em 1999, mas a campanha Agosto Dourado somente foi oficialmente lançada no país em 2017, pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio da Lei nº13.435. Desde então, todos os anos, durante o mês de agosto, são promovidas diversas ações de incentivo e orientação com o objetivo de conscientizar os pais sobre a importância do aleitamento materno e seus inúmeros benefícios, tanto para a mãe quanto para o bebê.

Maria Cecilia Lunardelli, pediatra do Hospital Policlínica Cascavel, que integra a Hospital Care, salienta sobre as vantagens primordiais. “Dentre os principais, destaca-se o fato de que a criança amamentada ao seio estará protegida contra alergias e infecções, fortalecendo-se com os anticorpos da mãe e evitando problemas como diarreias, pneumonias, otites e meningites. Além disso, a amamentação favorece o desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando o desenvolvimento da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na dentição,” destaca. Os ganhos não param por aí. "Além de tudo isso, estudos demonstraram que crianças amamentadas têm o QI (quociente de inteligência) maior do que as crianças não amamentadas. O desenvolvimento do cérebro nos primeiros dois anos é muito intenso e o leite materno possui substâncias na sua composição que são muito importantes para que a criança atinja o seu potencial de inteligência. Além disso, a criança amamentada tende a ser mais estimulada, o que é fundamental para o seu desenvolvimento saudável, bem como para os vínculos afetivos”, complementa. 

Além do fortalecimento dos laços afetivos entre mãe e filho, que são fundamentais, a amamentação traz benefícios para a mulher, tais como: prevenção contra o câncer de mama, de ovário e endométrio; combate ao diabetes tipo 2; além de diminuir as possibilidades do desenvolvimento de depressão. Pesquisas apontam uma redução de 9% em relação a diabetes tipo 2 para cada ano de amamentação. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, estima-se que o risco de a mulher que amamenta contrair câncer de mama é 22% menor se comparado ao público feminino que nunca amamentou. “Isso acontece porque a amamentação provoca alterações no corpo da mulher que podem beneficiar a sua saúde enquanto amamenta e também no futuro”, ressalta a pediatra. 

A OMS, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam que o período de aleitamento materno seja exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e complementado por até dois anos de idade ou mais. Ou seja, os bebês de até 6 meses devem ser alimentados somente com leite materno, não havendo a necessidade de nenhum outro tipo de alimento durante este período. O uso de utensílios, tais como bicos, chupetas e similares, não é recomendado e pode ser prejudicial no processo de amamentação, e também na saúde da criança, por facilitar a entrada de germes, bactérias e até provocar a interrupção da amamentação.
 

Fórmula infantil X Leite materno

A Dra. Maria Cecilia explica que a fórmula é um leite que sofreu modificações, tendo a retirada de nutrientes excessivos e o acréscimo de nutrientes defasados, seguindo o modelo do leite materno. “Em relação aos leites sem essas modificações e adequações para o bebê, a fórmula é um leite mais seguro, entretanto não chega nem perto da segurança e qualidade do leite materno”, salienta. O leite advindo da mãe contém todos os nutrientes dentro das proporções necessários à saúde do bebê ao longo dos anos, tendo a capacidade de modificar-se de acordo com as carências da criança, diferente da fórmula, como expõe a médica. “Também conhecido como sangue branco, o leite materno é o único leite vivo e tem a capacidade de variar sua composição no decorrer de uma mamada, de um dia, meses e até anos, sempre de acordo com as necessidades do bebê, a fórmula é preparada e não se modifica, é sempre igual desde o começo até o final da mamadeira”.
 

Bancos de leite

O Brasil possui a maior (rBLH-BR) Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano em todo o mundo, sendo referência. Sua missão é promover, apoiar e proteger o aleitamento materno, processando e distribuindo o leite humano com segurança e certificação, aos recém-nascidos prematuros, de baixo peso e gravemente doentes, contribuindo com a redução da mortalidade infantil. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, o Brasil conta com 221 bancos de leite e 188 postos de coleta, além da coleta domiciliar. São distribuídos 160 mil litros, aproximadamente, todos os anos. “A promoção do aleitamento materno deve ser vista como uma ação prioritária para a melhoria da saúde e da qualidade de vida das crianças e de suas famílias, com comprovada redução da morbimortalidade infantil, além dos benefícios para a saúde da mulher.” pontua, Maria Cecilia Lunardelli, médica pediatra do Hospital Policlínica de Cascavel.

 

Hospital Policlínica Cascavel

Hospital Care


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