Especialista
relembra que o autoexame não substitui a mamografia e o acompanhamento regular
no consultório médico
O câncer de mama é um dos tipos de tumor mais
comuns no mundo. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a
doença representa 11,7% do total dos casos diagnosticados em 2020. E, apesar de
o envelhecimento ser um dos fatores de risco para a doença, a incidência
em mulheres jovens, abaixo dos 40 anos, vem aumentando.
“O histórico da paciente é essencial para o médico
identificar se há necessidade de iniciar uma rotina de rastreamento
antecipada”, comenta Afonso Nazário, mastologista do Hcor – hospital
multiespecialista de São Paulo.
De acordo com o especialista, nódulo endurecido no
seio, saída espontâneas de líquido pelo mamilo (principalmente sangue), feridas
na mama que não cicatrizam e ínguas na axila podem ser os primeiros sintomas do
câncer de mama. No entanto, se engana quem acredita que a ausência de sinais é
sinônimo da não existência do tumor. “O câncer de mama pode ser silencioso, por
isso ressaltamos a importância do acompanhamento médico periódico e da
realização dos exames de rastreamento”, enfatiza.
Abaixo, o mastologista esclarece outras dúvidas e
crenças frequentes relacionadas à doença.
- O
câncer de mama dói?
Muito raramente. “Nos estágios iniciais, os tumores
podem se apresentar sob a forma de microcalcificações ou nódulos impalpáveis, por isso a recomendação da
realização do exame de mamografia a partir dos 40 anos, ou antes disso, em casos
individualizados”, reforça Nazário.
- Quem
toma anticoncepcional tem mais chances de desenvolver câncer de mama?
O uso do anticoncepcional aumenta discretamente o
risco para câncer de mama, se feito prolongadamente. “Após sua suspensão, em um
intervalo de 10 anos, o risco passa a ser igual ao de quem nunca tomou o
medicamento”, explica.
- A
ocorrência de nódulos nos seios pode aumentar o risco para câncer de mama?
Não. A presença de nódulos benignos nos seios é
muito comum e não tem relação direta com o câncer de mama. “Somente um tipo de
nódulo específico, com atipia, poderia aumentar esse risco, mas é raro”,
tranquiliza o especialista do Hcor.
- O
uso de sutiã, principalmente com armação de ferro, causa câncer?
Não há comprovação científica sobre isso. “Sutiãs
com aro metálico ou de tecidos mais apertados, como lycra ou outros sintéticos,
não têm relação direta com o desenvolvimento de tumores. Já outros hábitos como
sedentarismo, consumo de álcool e má alimentação, esses sim são considerados
fatores de risco para a doença”.
- Fazer
o autoexame diariamente é suficiente para o diagnóstico do câncer de mama?
O autoexame não substitui os exames de imagem, que
são indicados para o rastreamento do câncer e diagnóstico precoce. “Com o toque
nas mamas, geralmente a mulher só encontra tumores com mais de 2 cm, o que
significa que o câncer já pode estar avançado. Por isso, o autoexame não deve
ser considerado um exame preventivo. O hábito é indicado apenas como uma forma
da mulher conhecer seu próprio corpo, a fim de procurar um especialista se
encontrar algo diferente”, pontua o mastologista.
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