O
diagnóstico precoce é possível em apenas parte dos casos, pois a maioria dos
pacientes só apresenta sintomas em fases mais avançadas da doença
O pâncreas é um órgão
muito importante para o funcionamento dos aparelhos digestivo e endócrino, e
produz enzimas e hormônios essenciais para o metabolismo, como a insulina. O
câncer de pâncreas é um tipo de tumor agressivo que geralmente se desenvolve
silenciosamente e somente manifesta sintomas quando a doença já está avançada.
A doença é mais comum em
pessoas acima dos 60 anos, diabéticos e fumantes. Além disso, a exposição a
produtos químicos e solventes, como o estireno, o cloreto de vinila e
agrotóxicos, o consumo excessivo de alimentos gordurosos e de bebidas alcoólicas
também aumentam as chances de desenvolver a doença. “O elevado número de jovens
tabagistas, influenciados muitas vezes pela moda do cigarro eletrônico, com a
falsa ideia de segurança, tem preocupado as autoridades de saúde”, relata a
oncologista do Hospital Brasília Rafaela Veloso.
Os primeiros sintomas do
câncer de pâncreas geralmente são bastante inespecíficos: sensação de má
digestão e dor abdominal. Por isso, o diagnóstico precoce só é possível em
alguns casos. Quando em estágio mais avançado, alguns dos sintomas que devem
ser prontamente investigados são icterícia (pele e mucosas amarelas), urina
escura, cansaço excessivo, perda de apetite e de peso, além de dor no abdômen
superior e nas costas. “Na maior parte das vezes, esses sintomas não são
causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um
médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias”, destaca a médica.
O diagnóstico pode ser
feito por meio de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos
em pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença, ou de rastreamento em
pessoas sem sinais ou sintomas, mas pertencentes a grupos com maior chance de
ter a doença. Contudo, como não há evidência científica de que o rastreamento
do câncer de pâncreas traga mais benefícios que riscos, até o momento ele não é
recomendado.
O tratamento depende do
tipo de tumor, da avaliação clínica do paciente, dos exames laboratoriais e de
estadiamento (que é quando se verifica se a doença se espalhou pelo corpo). De
acordo com a oncologista, o estado geral em que o paciente se encontra no
momento do diagnóstico é fundamental no processo de definição terapêutica.
A cirurgia, único método capaz
de oferecer chances de cura, é possível em uma minoria dos casos, pelo fato de,
na maioria das vezes, o diagnóstico ser feito quando a doença já se encontra em
fase avançada. Nos casos em que a cirurgia não é apropriada, a radioterapia e a
quimioterapia são as formas de tratamento, associadas a todo o suporte
necessário para minimizar os transtornos gerados pela doença. “O avanço das
técnicas de radioterapia e dos tratamentos sistêmicos cada vez mais
personalizados estão melhorando a sobrevida e qualidade de vida mesmo dos
pacientes diagnosticados nas fases mais avançadas da doença”, finaliza ela.
Dasa
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