- O tratamento evoluiu e conta com a ajuda de
anticorpos monoclonais
- História clínica é essencial
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01º de outubro – Dia Mundial da Urticária
Lesões
avermelhadas e elevadas na pele que aparecem e desaparecem sem deixar marcas,
normalmente com duração de até 24 horas e que, na maioria das vezes, são
acompanhadas de uma coceira intensa e quase insuportável, com sensação de ardor
ou queimação. Esses são os sintomas da urticária, que atinge mais de um milhão
de pessoas no Brasil.
A
Dra. Rosana Câmara Agondi, membro do Departamento Científico de Urticária da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e
médica coordenadora do Centro de Urticária de Referência e Excelência (UCARE)
do Hospital das Clínicas do HC-FMUSP, explica abaixo como é feito o diagnóstico
e os avanços no tratamento da urticária.
Como
diagnosticar um paciente com urticária?
O diagnóstico da urticária é clínico, portanto, a história clínica e o exame físico detalhados são essenciais. Os pacientes com urticária apresentam lesões na pele elevadas, na maioria das vezes, com poucos centímetros, avermelhadas e muito pruriginosas (com coceira). Porém, estas lesões desaparecem em poucas horas e não deixam nenhuma marca.
Cerca
de metade dos pacientes apresenta inchaço nos lábios ou pálpebras, que podem
levar até um ou dois dias para desaparecer, mas também não deixam nenhuma
marca, como descamação ou feridas. É importante investigar e afastar os
principais diagnósticos diferenciais de urticária e angioedema como urticária
vasculite, angioedema hereditário e doenças autoinflamatórias. O consenso
mundial orienta poucos exames laboratoriais, como hemograma, após o diagnóstico
clínico de urticária aguda (até 6 semanas) ou crônica (mais de 6 semanas).
Entretanto, vários outros exames poderão ser solicitados conforme a história
clínica do paciente.
2.
Quais os avanços no tratamento da urticária?
O
tratamento de primeira escolha para urticária aguda ou crônica é o
anti-histamínico de segunda geração em doses licenciadas ou mesmo doses
aumentadas, conforme a indicação do médico especialista. O maior avanço até o
momento é a utilização de um medicamento biológico denominado “anticorpo
monoclonal” que atua se ligando a molécula (IgE) que ativa o mastócito (célula
mais importante da urticária) impedindo sua função, ou seja, não há ativação
das células da alergia e os sintomas não aparecem.
3.
Como deve ser feito o acompanhamento do paciente com urticária,
sabendo-se que a doença impacta muito na vida social e emocional?
A urticária crônica é considerada uma doença
autolimitada, porém, a média de duração desta doença está entre cinco e 10
anos. Nos casos mais graves, eventualmente, observamos uma duração mais
prolongada, acima de 20 ou mais anos. A urticária crônica mais grave ou não
controlada, ou seja, quando há frequência e intensidade dos sintomas
diariamente ou quase diariamente, associa-se comumente com uma qualidade de vida
ruim, levando a dificuldades na vida social e emocional, interferindo no
trabalho e no estudo. Portanto, é importante que o paciente mantenha um
acompanhamento médico regularmente, de preferência com um especialista, para
manter o controle completo dos sintomas até que haja remissão da doença.
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