Setembro Amarelo é conhecido como o "Mês de Conscientização para Prevenção ao Suicídio", e o tema definido para a campanha deste ano é "Agir salva vidas". Mais do que falar, é fundamental tomar atitudes efetivas para evitarmos os casos. Cuidar da saúde mental, reconhecer os sintomas e buscar tratamento são ações que fazem toda a diferença.
Em 2021, especificamente,
a campanha chega em um contexto singular, pois já são quase dois anos de
pandemia da Covid-19, e um corpo substancial de evidências científicas tem
demonstrado que a solidão e o isolamento social elevam o risco de mortalidade
prematura de modo comparável a outros fatores de
risco, como hipertensão, tabagismo e obesidade, por exemplo.
Com o isolamento, a
saúde mental da população tornou-se mais fragilizada. Tivemos muitas vidas
perdidas e um aumento da incerteza econômica. Com isso, observamos cada vez
mais relatos de ansiedade, depressão, Síndrome de Burnout e tantos outros
transtornos mentais.
Durante a pandemia, o
potencial para deterioração da saúde mental ou a recorrência de sintomas
psiquiátricos graves aumentaram. Portanto, o enfoque nas necessidades das
pessoas com transtornos mentais, ou cuja saúde mental é vulnerável, passou a
ser primordial para salvar vidas.
A prevenção ao
suicídio na "Era Covid" requer a abordagem não somente de fatores de
risco acentuados pelos desdobramentos sociais, econômicos, e até mesmo de luto,
oriundos do pior surto viral em 100 anos, mas também de elementos já presentes
antes da pandemia, como os transtornos mentais.
Dezenas de estudos que
utilizam métodos de autópsia psicológica demonstraram que mais de 90% dos casos
de suicídio estão associados a complicações mentais. Por isso, um dos fatores
mais importantes para um efetivo resguardo de vidas é o tratamento.
Portanto, este é mais
um momento da história em que a prevenção ao suicídio deve ser priorizada como
um grave problema de saúde pública. A identificação e o tratamento dos
transtornos mentais pelo médico psiquiatra estão entre os principais fatores de
inibição de casos. Juntamente com o acompanhamento psicológico, o tratamento
psiquiátrico ajuda a salvar vidas.
Dr. Petrus Raulino - coordenador do Serviço de Interconsulta Psiquiátrica
do Vera Cruz Hospital
Hospital Vera Cruz
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